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abismo e borboletas
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“E se você olhar longamente para um abismo, o abismo também olha para dentro de você.”
A primeira delas é que eu realmente preciso de alguma ajuda, sozinha tá muito dificil. Quando eu estou perto de algum grupo ou algum programa fica mais fácil me motivar, eu encontro mais ânimo pra tentar, pra fazer cardápio, fazer pratos leves, comer frutas e tal. Vou tentar desenvolver esse assunto em outros posts.
A segunda conclusão é que a minha história é a seguinte: eu tenho um enorme abismo, escuro e cheio de perigos que preciso encarar. Eu preciso me atirar nesse abismo, atravessá-lo para conseguir superar algumas coisas na minha vida, coisas essenciais e cruciais. E o caminho até o abismo é longo, longo e cheio de obstáculos e perigos. Uma verdadeira floresta dos contos de fada. Uma verdadeira jornada do herói.
E eu me armo, me encho de suprimentos, e faço um trabalho árduo pra chegar até lá. Caminho, me perco, sofro, mas chego í beira do abismo. E o abismo é fascinante, é maravilhosamente tenebroso. Assustador. Eu caminho até sua beirada e me abaixo para encará-lo. Naquilo que seria talvez o momento mais importante da minha vida. Encarar o abismo, travar um diálogo com ele, atravessá-lo. E ai, bem na hora H, em que eu estou quase nauseada de olhar a profundidade desse abismo, passa uma linda borboleta colorida na minha frente e eu me distraio com a beleza de suas cores, de seu vôo e saio correndo atrás dela, enlevada.
Clique para ampliar – Imagem daqui, creative commons |
E quando percebo, estou de volta ao começo do caminho, distraída e atraída por uma borboleta colorida. Assim tem sido minha história, perdendo o foco toda hora com borboletas. Hipnotizada pela flauta de Hamelin. E o esforço que eu tenho que fazer: Deixar de lado as borboletas, por mais atraentes que sejam e me concentrar, me fixar no foco. É isso.
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Aqui encontra-se disponível para download o livro Além do bem e do Mal, de domínio público. Em espanhol.
elefante branco

corra parte 2
Nossas compulsões e os sentimentos aprisionados que as alimentam estão localizados onde também se escondem os tesouros de nosso verdadeiro “eu”. Para descobrir o que existe sob a superficie das compulsões, precisamos aprender a voltar para nossa experiência, não para a direção oposta. […]
Coloque de lado a resistencia por um minuto e imagine que há um enorme leão feroz atrás de você. É isso que acontece com os sentimentos aprisionados dentro de nós, dos quais tentamos escapar por meio das compulsões. Quando os leões, que são esses sentimentos vêm í tona, colocamos nossos tênis de corrida e corremos í toda. Comemos mais chocolate, encontramos mais coisas pra fazer, navegamos na internet ou sacamos o cartão de crédito. í€s vezes conseguimos escapar do leão. Um dia, se tiver sorte, não conseguirá mais correr. Ao cair terá a certeza de que será devorado. Quando o leão derrapar até parar a seu lado, para sua grande surpresa, não morderá sequer um fio do seu cabelo. Em vez disso o leão se transformará em um gatinho, e , quando ele abrir a boca, você verá repousando em sua língua o presente que ele vem tentando lhe entregar a anos! O leão é sua compulsão e todos os sentimentos dos quais você corre. E, como o leão, esses sentimentos guardam grandes tesouros. Mas é preciso parar de correr para recebê-los.
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Esse é outro trecho que gostei deste livro. Que coloco aqui pra lembrar, estou dizendo isso em voz alta pra mim mesma.
Imagem daqui
casa na areia
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Imagem daqui, creative commons |
Edifiquei minha casa sobre a areia Todo dia recomeço
Eunice Arruda
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O que eu poderia dizer hoje? Que construí minha casa sobre a areia? Que não sei porque o erro é mais forte do que eu? Que perco tempo vida e alegria nessa brincadeira chata de querer emagrecer. Que eu não sei realmente porque sempre erro? Nem porque insisto em não me aceitar como sou?
Estou comigo mesmo a cada minuto do dia. Não tenho nenhum descanso das minhas fraquezas, nenhuma ausência de mim mesmo. É dificil ter que ouvir aquela voz interior implacável, sempre mostrando meus erros e falhas. (Do livro dos Comedores Compulsivos Anônimos – Para Hoje, pág. 285, 11 de outubro)
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Imagem daqui |
Eu preciso dormir bem, pra ter forças e conseguir resistir. Eu tenho meditado pouco. A meditação que eu estava fazendo não estava muito legal, eu cismei que ela estava trazendo alguns efeitos colaterais e dei um tempo dela. Mas ainda não acertei com a nova meditação. E meditação é a minha maior terapia, ela segura minha onda. Quando eu faço direitinho ela me salva muito.Eu sempre emagreço quando medito regularmente.
Só isso, só mesmo pra vir aqui, pra me forçar. Sem grandes dramas hoje, que o dia tá quente demais e derreteu minha vontade de escrever e me fez esquecer que tinha algo a ser escrito.
quando deus ri
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Imagem daqui |
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O Homem faz planos. E Deus ri.
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Baguncei tudo de novo. E vou chorar as pitangas sim, que é o melhor que eu faço. Isso aqui é pra mim, é onde eu choro e esperneio mesmo. é pra minha organização, principal propósito. Se não agrada, pois é…
Baguncei o coreto todo de novo e praticamente coloquei tudo a perder. E infelizmente não foi só no setor emagrecimento. Acontece que esse problema de emagrecimento é metáfora na minha vida. E está ligado a coisas outras, a outros nós que eu não consegui ainda desatar. Pois bem, o fato é que eu procrastinei, fingi que não tava vendo, fugi de mim mesma, mas o elefante branco no meio da sala só engordou e cresceu. Eu perdi o foco mais uma vez e dancei.
Então só resta uma coisa, que é recomeçar, de novo. Só vim aqui pra choramingar e pra escrever, pra registrar que hoje é o segundo dia do meu ciclo e eu estou cansada, cheia de complicações, de pepinos, de trabalhos que se acumularem na minha pasta porque eu fugi de mim mesma. Que eu estou triste, sem fé em mim mesma e de saco cheio. Mas que não vou desistir, não vou largar esse osso.
Eu tenho alguma séria lesão em algum compartimento do cérebro, pq eu já estou careca de saber que não adianta fugir de mim mesma, que não é produtivo fingir que não vi, que não adianta procrastinar, e que acima de tudo eu sou muito dispersiva pra poder me dar ao luxo de não seguir um plano e principalmente de não ter um plano. Eu sempre danço quando deixo tudo solto, não dá.
Eu fujo de mim mesma, mas não adianta, acabo trombando comigo mesma num relance na primeira esquina. Então, lets vamos, vamo que vamo. Bora correr o susto né?
Agora tenho planos e tenho o plano supremo de ter planos, mesmo que Zeus ria muito de mim.
pausa
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Pois é, eu sumi. Até escrevi posts que não publiquei. Pensei em fechar ,mudar de blog, voltar anônima, com pseudônimo ou algo assim. Mas eu consegui postar com pseudônimo durante muito pouco tempo, me conheço. E mudar de casa não some com o problema, eu já tô calejada de saber disso.
Tenho cem dias pela frente. Vou tomar providências. Fazer o qi 3 vezes é uma delas, isso não pode acontecer eu ficar sem fazer, pois é a minha principal ajuda.
Eu tenho perdido o foco com muita freqí¼ência, apesar da minha persistência… Pensei em reativar o blog dos cem dias, mas mal dou conta dos que já tenho, então não.
De toda maneira preciso dar um jeito de reativar o pique.
Interessante foi perceber que no meu ciclo, quando eu entro na fase de tpm, apesar de mais irritada e muito emotiva, eu fico muito mais animada, com muito energia pra fazer coisas boas pra mim mesma. Então preciso dar um jeito de reverter isso a meu favor. Nessa época eu fico sempre menos dispersiva. Vou começar já a me dar esses cem dias de presente, me cuidar, fazer a coisa certa. Mas principalmente me perdoar quando eu faço as coisas não tão certo assim…Ainda bem que…
Sei lá, ainda bem que tô viva e posso me dar ao imenso luxo de fazer dieta.
blog nós mulheres
Aquela felicidade plena, aquela sensação maravilhosa de saborear um doce que se ama sem pensar em mais nada, sem sentir nada além daquele sabor, foi riscada do cotidiano das mulheres. No dicionário feminino, o verbete “prazer” vem sempre acompanhado da palavra “culpa” -pelo menos quando se fala de alimentação. Antigamente, nós, mulheres, não podíamos ter apetite sexual. Hoje não podemos ter apetite – ponto final. É por isso que eu sempre brinco que nos tiraram de Bangu 1 e passaram para Bangu 2. O endereço da cadeia mudou, mas continuamos prisioneiras. Antes era a moral que nos aprisionava. Hoje é a estética.
Leila Ferreira
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Nós todas pudemos comprovar de bem perto o quanto ela é magra. Sim, magrinha, magrinha, nós até comentamos. Parece até que vai se esvair de tão levinha…
Mas até ela já sentiu o peso inevitável da magreza, como se vê pelo trecho acima. O artigo todo está na edição deste mês da Marie Claire. Pode ser lido aqui, acho que basta ter um cadastro.
Nada a ver com o tema do post, mas queria dizer que tá no blog dela também uma frase que eu adorei:
medo da privação
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Figura daqui |
Prosseguir mentindo
é o jeito que encontrei
de viver aproximado da realidade
Dificulta-me repartir.
Ocultava o alimento no quintal.
O que não comia, escondia para o para o próprio proveito.
Nossa fome não acompanha
A idade dos dentes.
Fabrício Carpinejar – As Solas do Sol, pág 70
( o grifo é meu)
Enquanto isso, hoje é sábado. Dia de recomeçar. Já acionei o meu maravilhoso suco de hortelã. Que bem me faz esse suco! Já comi minha salada de frutas com uma colherinha de mel. Vou caprichar, como se diz. Cada vez mais eu gosto da minha perseverança. Vou conseguir. Alguns dias de delírio não vão me derrubar.