“O que é dignidade sem honestidade?”
Cícero
Ontem eu jaquei feio. Mas tão feio que não tenho nem coragem de contar aqui. Aliás nem deveria estar falando isso aqui, mas se não falar aqui onde vou falar? Lá no curso de emagrecimento não dá pra falar, porque a médica, se por um lado é muito boa, fera mesmo em nutrição, alimentos saudáveis e boas escolhas, por outro lado pesa os mesmo 40 quilos desde os 12 anos e não vai entender da minha fome. E sim, não é preciso ter adoecido pra tratar da doença não, eu concordo, mas vamos combinar que fome não é uma doença cujos sintomas estejam descritos em algum manual, ou que haja algum exame pra fazer e detectar ou algum remédio pra tratar né? E de mais a mais é algo que não dá pra ser tratado pelo viés de escolhas saudáveis. A minha fome não.
E não, eu não estou desqualificando a médica, ela realmente é ótima, e o curso dela é muito bom. E ao que parece funciona. Devagar, mas deve ter seus efeitos. E eu vou continuar fazendo, mas sinto que não vai adiantar, porque minha doença ela não pode tratar. Mas não porque ela não é boa, ela é, mas porque minha doença é de uma natureza diferente.
Eu sinto muita fome. E isso é um dado. Pode ser psicológica, pode ser carência, pode ser pra preencher algum vazio, pode ser pra me sabotar, pra me defender, enfim, pode ser muita coisa, mas o fato é que se ela não é real, pelo menos ela se manifesta no físico e dói igualzinho a uma fome real.
Eu queria muito descobrir algo que fortalecesse a vontade interior. Eu sinto que essa é a chave que me escapa, eu não consigo sustentar a vontade por muito tempo. Sinto como se eu fosse ( e de fato sou) uma viciada em droga pesada. E acho que seria mais fácil par mim se fosse uma droga que eu pudesse parar de consumir de vez, abstinência total. Mas com comida não é assim. E eu olho tristemente o percurso se repetir, eu vou bem algum tempo, depois tropeço, logo em seguida caio, fico altamente deprimida e sem forças, com raiva, muita raiva de mim mesma e não consigo continuar. E a culpa não é de ninguém, não é da médica, não é daqueles que deveriam ter paciência comigo e não têm, não há culpados, exceto eu mesma. eu já deveria estar madura o suficiente pra conseguir controlar isso, mas não estou. E é tão ridiculo isso, tão imaturo. Não ter forças pra controlar o desejo diante de uma comida parece algo tão idiota. Tão infantil. E dá pra entender exatamente porque muitas vezes os outros infantilizam esses problema de ser gordo, porque olhando de longe parece fácil e parece ridiculo, mas não é pra quem está vivendo a coisa.
Enfim, hoje minha fé em mesma está muito abalada e eu estou quase naquela de desistir de mim.
Mas não, não vou fazer isso. Num próximo post explico melhor porque quero e preciso tanto emagrecer. E repito alto mais uma vez, não, eu não vou desitir, algum dia eu consigo. Hoje tive impulso já tão cedo de jacar mas não me deixei levar. E nem vou. Até mais, obrigada pela companhia. Esse blog é o que me salva. Eu vou escrever nele até cansar, só de sentar aqui eu já me sinto mais motivada. Os outros mecanismos estão meio desérticos por ora.
Nalu, eu te acho tão corajosa de assumir o seu tropeço assim, tão de frente, que sei lá, eu tenho muito a impressão de que é só questão de tempo mesmo prá você conseguir atingir seu objetivo, sabe?
Beijo, querida.
O Nalu! Hoje eu te dava colo! Juro!
Saudades!
Amiga, eu entendo você tão bem entendido, como se estivesse falando de mim mesma.
Você sabe, eu estava indo super bem na minha dieta, mas só foi o pediatra me falar que ainda era cedo pra começar a comer tão pouco que cai nas jacadas. Não, ele não falou que podia comer de tudo e se entupir de comida. Ele pediu apenas para aumentar um pouco, mas meu cérebro é burro, só pode ser 🙁
Pareço menina mimadinha, fui contrariada…rsrs
Querida, sinta se abraçada por mim e pelas minhas fofuras :))
beijocas e bom final de semana
Oi Nalu, o blog me ajuda muito também, não desista amiga, fica com Deus, beijos.