Eu não sei porque cargas d’água eu desenvolvi uma alergia das bravas a queijo parmesão. Na viagem eu passei mal por causa de uma pitada ínfima, menor que a de sal que coloquei num prato só pra sentir o cheiro mesmo. Porque eu amava queijo parmesão. Amava mesmo. Mas a pitadinha de nada quase me estragou um dia inteiro de curtição.
Semana passada no almoço semanal na casa da minha mãe ela fez macarrão e colocou queijo. E o macarrão da minha mãe é misturado, ela não joga só por cima, mistura mesmo o macarrão, molho e etcs… Eu como tenho uma dificuldade grande pra aprender, fiz o prato e coloquei a primeira garfada na boca. Tiro e queda, passei mal pra caramba.
Bom, hoje lá fomos nós de novo pra almoçar na mama. E ela de novo fez macarrão. Dessa vez sem um pingo de parmesão. Mas só de olhar o macarrão eu comecei a passar mal. E não almocei direito.
Dai que lascou com a tarde. Eu ainda não extrapolei, mas ficou muito claro a falta que fez um café da manhã e um almoço decentes. Porque a falta de comida repercutiu í tarde e agora eu estou morrendo de fome, mas fome de carboidrato, de coisas que engordam. Ou seja, óbvio que é mais que fome né? Pra vocês verem como é delicado o equilíbrio de um viciado, ainda mais em comida. Porque largar o cigarro foi muito mais fácil do que largar o vício de comida, eu não estava exposta a dose nenhuma. E eu era fumante inveterada, ninguém acreditava que eu pudesse largar.
Eu quero duas coisas com esse post: agora que estou anotando tudo e conseqí¼entemente sendo obrigada a prestar atenção no que como, de verdade (que é a primeira vez em muito, muito tempo, que faço isso por dias seguidos, a sério e sem pirraça) eu resolvi que vou sempre escrever quando acontecer, pra ficar registrado pra mim mesma os gatilhos que disparam as “erradas”. Devagar eu aprendo. Não que eu já não soubesse dessas coisas em mim, mas agora resolvi prestar atenção.
A segunda é falar que eu fui em uma reunião dos Comedores Compulsivos Anônimos ano passado, mas achei muito pesada a ênfase que se deu í palavra doença naquela reunião. Doença, doentes, somos todos muito doentes, não temos cura, muito complicado. Uma questão de semântica, talvez, mas pra mim viciado é menos pior do que doente. Eu aceito ser viciada, doente não. Fica claro que ainda não cheguei no Primeiro Passo né? Hahahahaha.
Talvez seja uma bobagem e seja isso mesmo que os gordos eu sejam seja: viciada(os), doente(s). Mas o fato é que eu tenho muitas e enormes, gigantescas reservas quanto ao significado disso atualmente. Vai ver por isso eu esteja tão gorda. Negação?
Gorda, vá lá, viciada também, mas doente, hummmm, sei não… Cada época tem seus bodes expiatórios, cada época tem suas doenças, e uma das de hoje é ser gordo. E as doenças são bem mais do que doenças, elas têm sentido social visse? Sempre, sempre.
Mas eu sou Antropóloga né? Ainda mais do que em comida, sou viciada em olhar por detrás das tramas, dos valores, do senso comum, fazer o quê? Não digo que estou certa, nem sempre vejo consigo ver o que é certo, mas são as conclusões que tiro. De anos de traseiro na cadeira, de cara nos livros e olho no mundo. Bão, só estou divagando (e me exibindo tb) um pouco.
E não estou negando ser viciada. Sou menos ingênua do que aparento (?). E as palavras nunca são bobagens. E eu não estou falando de nenhuma lei da atração. Não estou falando nada do tipo pensar e atrair.
Oi, querida!
Adorei o post, mas você não acha que a palavra ‘viciada’ é um pouco forte demais? Pergunto isso, pois, na minha concepção, o viciado é aquele que precisa das duas doses regulares de seu vÃcio, no matter what, e não me parece ser o seu caso… Nâo sei, estou meio confusa hoje.
Beijos
Ai Nalu, não sei o que é pior, vicio ou doença. No meu caso, acho q é vicio mesmo. Mania de comer entende? ADORO comer, e isso me mata! hehehe
bj