números infames

“Um jovem monge perguntou ao Mestre:
– O que eu faço para me emancipar?
O Mestre respondeu:
– E quem o pôs no cativeiro?”

Ensinamentos Advaita

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301105-82_9.jpgComo eu estou de férias e bem ociosa, (pelo menos por hoje eu fiquei), resolvi fazer um balanço dos meus anos de blog. Dos meus novembros de blog, pelo menos. E encontrei uma excelente razão pra fechar este blog. Encontrei um imenso fracasso traduzido em números e os números nao mentem, né?

201106-91_6.jpgEncontrei um desejo grande de mudar. Mentira. Eu não encontrei esse desejo, eu encontrei o desejo de emagrecer. Muito desejo e pouca força interna. Muita falação e pouca ação. Muita racionalização e uma irracional espera de um milagre. Muito pseudo saber e pouca noção do perigo. Muita infantilidade escondida nos velhos números. Eles avançam, implacáveis e eu envelheço a cada minuto.

E penso em fechar, porque aqui só me distraio e não sei se quero emagrecer. Aliás emagrecer eu quero, mas ainda não quis pagar o preço.Que adiantou 4 anos de terapia se meu principal objetivo eu não consegui? Se o ano fecha meio amargo e gordo? Se tenho vontade de gritar xingamentos pra mim mesma? Do mais puro ódio? 101107_908p.jpg

Mas eu não vou fazer isso, eu vou continuar, porque eu quero vir aqui refletir, eu quero vir aqui resolver essa pendenga, do jeito que for, eu quero resolver. E vejam bem, esse é o último post reclamão. Os outros podem até não ter resultados, mas não vão ser reclamões mais, pelo menos por um longo tempo. 101208-95_7.jpgPreciso resolver o que fazer de mim mesma, ainda não sei. Enquanto isso fico arrumando espaço pra 2009 entrar mais leve. Porque eu realmente preciso de espaço na vida, mas não é no meu corpo. Ele tá muito espaçoso já e isso me lembra do significado número 26 do texto.

Que eu preciso ler. De novo.

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Clique nas fotos para ampliar o terror.

Um comentário em “números infames”

  1. Eu gosto de ler o seu blog (rsss) acho que porque compartilho da angústia.
    Então, tenho pensado se o meu problema (que poderá ser também o seu) não é estar treinada demais para ver o erro e a falta.
    Porque ouvi de um colega a seguinte frase “o que faz de vc uma ótima cientista é ter uma percepção muito apurada para perceber tudo o que está errado ou falta na pesquisa” …
    na profissão, pode até ser bom…
    na vida é péssimo! só vejo erros, falhas, omissões! sou insuportável!
    já conquistei um número imenso de inimigos por isso: porque sempre sei onde é que a pessoa errou! jamais reconheço o esforço feito, aquilo que não falta…
    enfim…
    agora, isso de engordar na terapia (rssS) eu comecei com 92 e parei quando cheguei nos 102!
    acho que temos que assumir que o emagrecimento é fundamental para nós, porque, pelo menos eu, tenho o hábito de ignorar ou desvalorizar o que é difícil demais para mim…
    li isso num blog amigo:
    “A obesidade mostra, de uma maneira não verbal, a todos que enxerguem, que você não está dando conta da sua vida, ou de alguma parte dela. Os quilos excedentes que você acumula em seu corpo comunicam, no mínimo, que seus hábitos alimentares são inadequados. Como já expusemos, no nível inconsciente, emagrecer pode ser sinônimo de ficar em estado de vulnerabilidade e desproteção, por isso seu peso vem sendo problemático. Mas em que contexto e de que modo se estabeleceu a necessidade da experiência de estar gordo? O que torna essa necessidade tão forte a ponto de você não conseguir descartá-la?”
    http://con50.blogspot.com/
    e fiquei indignada! mas no fundo, concordei!
    enfim rsss
    espero ter ajudado e não atrapalhado: minha irmã disse que quando fala comigo fica mais confusa rsss mas é porque ela é otimista!
    beijos

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