MIKROPANASTRON – JOHN PARTRIDGE
Um Vade Mecum da Astrologia ou MIKROPANASTRON, por John Partridge, 1679.
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Partridge nasceu a 18 de Janeiro de 1644 (OS) em East Sheen, Surrey. Trabalhou como sapateiro mas, brilhante autodidacta, aprendeu a dominar o latim, o grego e o hebreu, estudando os compêndios e os dicionários no seu tempo livre, após o que se aplicou a dominar a astrologia e a física.
Em 1678 já Partridge abandonara a actividade de sapateiro e se estabelecera como astrólogo em Londres. O seu almanaque, Merlinus Liberatus, cujo título se assemelha ao Merlinus Anglicus de Lilly, surge pela primeira vez em 1680, no ano da morte deste último.
Durante a última parte do sec. XVII, í medida que a Coroa, o Parlamento e a Igreja se esforçavam por chegar a uma plataforma de entendimento, a opinião política polarizava-se em dois campos opostos – os Whigs e os Tories – os quais formaram a base do sistema partidário que ainda hoje se mantém em Inglaterra. O partido Tory apoiava os interesses da monarquia, da nobreza e da Igreja Anglicana, enquanto os Whigs representavam a crescente classe média de mercadores, industriais e proprietários sem título de nobreza. O espectro do catolicismo de Roma assombrava o partido Tory. Desde a época da Armada Espanhola que os protestantes ingleses olhavam para o Vaticano como os capitalistas ocidentais olhavam para o Kremlin durante a Guerra Fria. Os dissidentes e os não conformistas apelavam para os Whigs como uma forma de se oporem ao que era visto como uma tendência para o catolicismo na monarquia e na Igreja estabelecida.
A conhecida rivalidade entre Partridge e o seu contemporâneo Gadbury não se cingia apenas ao aspecto astrológico, abrangendo amplamente o posicionamento político que cada um tinha adoptado e as alianças políticas que dele resultavam.
Enquanto Gadbury se revelava um monárquico cujas tendências de extrema direita chegaram ao ponto de levantar suspeitas de que fosse católico, Partridge ganhava fama graças í tendência Whig dos seus almanaques que transformaram Gadbury num alvo a atacar sem misericórdia. Quando James II, um católico confesso, subiu ao trono em 1685, Partridge fugiu para a Holanda. No entanto, continuou a emitir profecias e predisse a queda do Rei James e do catolicismo na Inglaterra. A sua reputação foi sublinhada pela gloriosa revolução de 1688 em que, a convite do Parlamento, William de Orange marchou sobre Londres e James foi forçado ao exílio. A coroação de William e Mary garantiu uma sucessão protestante e estabeleceu a supremacia do Parlamento sobre a monarquia. Partridge regressou í Inglaterra em triunfo.
O abismo político e religioso entre Gadbury e Partridge reflectiu-se nas suas abordagens inteiramente diferentes í astrologia. Ambos se davam conta de que a arte estava em crise, mas Partridge escarnecia do sonho que Gadbury tinha de uma reforma científica. No seu Opus Reformatum (1693), Partridge anunciou a sua intenção de “ressuscitar o Verdadeiro e Antigo Método, estabelecido para nossa Orientação pelo Grande Ptolomeu.” Assim, surgiu a situação paradoxal em que Gadbury, o arqui-conservador, advogava métodos que, nos seus princípios, antecipam as pesquisas estatísticas de John Addey e de Michel Gauquelin, enquanto Partridge, o revolucionário político, tentava promover um renascimento da tradição Ptolomaica.
A explicação reside na aceitação por parte de Partridge de uma doutrina Whig, herdada dos radicais da Guerra Civil, que defendia que a Conquista Normanda de 1066 tinha levado ao poder uma tirânica aristocracia estrangeira, sobrepondo-a aos nativos ingleses. Os ideólogos Whig olhavam para a Inglaterra anglo-saxónica como a idade de ouro da justiça e da igualdade antes da imposição da repressiva canga normanda. O renascimento Ptolomaico de Partridge era o equivalente astrológico desta doutrina. Ptolomeu representava uma forma pura e não corrompida de astrologia, mas a arte tinha degenerado constantemente í medida que os astrólogos se afastavam cada vez mais do percurso traçado pelo raciocínio Ptolomaico. Esta era a razão, segundo Partridge, porque no final do sec. XVII a astrologia se parecia cada vez mais com uma “carcassa morta.”
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ISBN 972-8861-08-7
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