Recheios de Setembro
“Hoje me deu uma tristeza,
sofri três tipos de medo
acrescido do fato irreversível:
não sou mais jovem.
Discuti política, feminismo,
a pertinência da reforma penal,
mas ao fim dos assuntos
tirava da bolsa meu caquinho
de espelho
e enchia os olhos de lágrimas:
não sou mais jovem…”
Adélia Prado
——
Que não falte a falta. Mas como falta né?
E como falta, como a gente sente falta e falta aos outros a nós mesmos a tudo. E como é difícil ser artista da própria vida (segundo o Bauman, nesse livro lindo, A Arte da Vida, somos todos, queiramos ou não artistas da própria vida. Não artífices, artistas mesmo.) Ele conseguiu fazer com que o projeto do Sartre ficasse ainda mais difícil. E eu rio né? Porque de arte a minha vida no momento não tem nada. Tem muito é de juntar pedacinhos de mim mesma. Não, nada mudou, continuo aqui no mesmo lugar, do mesmo jeito, mesmo status quo de anos atrás. Mas em julho eu simplesmente pirei, chutei o balde, e adoeci. E agora tô começando a me recuperar. Nada grave, mas nada simples também. E esses últimos meses tem sido assim, meio parados, meio sem recheio, só o arroz com feijão mesmo e tá bom, muito bom, ainda tenho que agradecer o trivial.
Mas agora outubro, mês bonito, que eu sempre gostei, que vem renovando, vem anunciando o fim do ano, o fim da época. Que: se é boa pra que pressa? E se é ruim: pra que pressa?
Que venha outubro. E que venha saúde, alegria e temperança.
Livros
- A casa dos budas ditosos – João Ubaldo Ribeiro
- Serena – Ian McEwan
- A Polaquinha – Dalton Trevisan
- @mor – Daniel Glattauer
- Cada siete olas -Â Daniel Glattauer
- A História de O – Â Pauline Réage
- A Queda – Diogo Mainardi
Filmes
- A Mulher de Preto
- Nove Rainhas
Alegrias
- Primavera de origami nos museus
- Muitos livros convertidos em epub:)
- Cuidar de mim
- Rendimento do Tatá na escola
- Uma benção de uma amiga querida
- Comfort food pro filhote