Feminismo: que história é essa

Daniela Auad
112 p. – 14 x 21 cm – 2003
ISBN: 85-7490-226-8

Antes de entender o que é feminismo, é conveniente entender o que feminismo não é. Feminismo não é, por exemplo, queima de sutiãs, embora esse mito tenha se consolidado no imaginário de muitas pessoas desde o final dos anos 1960. Feminismo não é um grupo raivoso de mulheres “feias” ou “mal-amadas”, versão das mais grosseiramente estereotipadas por quem não compreende e parece não fazer nenhuma questão de compreender as reais engrenagens do movimento. Feminismo não é, tampouco, uma ideologia calcada em privilégios para as mulheres e desvantagens de toda espécie para os homens. Feminismo também não é algo uno, absoluto, monocromático. Ao contrário, seus diversos matizes representam a ampla variedade de mulheres do Brasil e do mundo, com crenças, desejos, objetivos e valores distintos. De correntes segundo as quais a submissão da mulher se explica pela suposta inferioridade fí­sica ao feminismo que defende a extinção da famí­lia biológica, são muitas as interpretações do papel da mulher na sociedade. O equilí­brio argumentativo talvez se encontre articulado naquilo que se pode denominar “feminismo múltiplo”. Nessa abordagem, mulheres (e homens, é importante dizer) são vistas í  luz dos aspectos plurais inerentes í  sua subjetividade, entre os quais a classe socioeconômica, a etnia e a geração a que pertencem. Tal apropriação do feminismo, tanto polí­tica quanto cientí­fica, permite perceber os seres humanos a partir de suas infinitas singularidades.

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