São 04:51 da manhã e eu ainda não dormi. In Sônia da moléstia que eu tenho e que começou há muitos anos atrás. Mas hoje tudo bem, eu estou muito feliz, acabei de conseguir uma coisa que queria muito muito muito. E não consigo dormir de alegria.
Só que fiquei lembrando das insônias mais punks que tive nos últimos tempos e lembrei dos dias de recém nascido do Tatá onde tudo, como diz a Flávia parece um sonho ou um filme…Primeiro filho recém nascido é assim, a gente está num clima onírico, não é real, nada é real…Tudo é dadaísta.
Mas voltando, eu queria dizer que fiquei lembrando daquelas noites onde eu já acabada e cansada e morta depois de ter parido um meninão daqueles, depois de 48 horas de trabalho de parto, TP ativo, ainda tinha que levantar pra dar de mamar ou só acolher aquele pequeno ser recém chegado ao mundo que deveria estar se sentindo altamente desamparado. Aí eu nem deitava e ficava acordada esperando a próxima chamada, o próximo resmungo…E me deu uma saudade!!!
É isso mesmo, saudade imensa daquele cansaço, daquela loucura, daquele espanto, daquele pavor que foram os primeiros dias. Sensação que eu tenho certeza que nunca mais vou viver, mesmo se eu tiver outro filho (e quero muito ter outro, muito mesmo). Porque nunca mais vai ser o primeiro*, nunca mais vai ser tudo tão novo. Não tem um pensamento embutido aqui do tipo segundo filho é pior ou não é tão emocionante de jeito nenhum, até porque eu sei agora que toda loucura passa e se transforma em algo sereno e que pode-se curtir mais docemente um segundo filho.
É que filho é muito mais que o trabalho louco que dá. O trabalho braçal, as noites sem dormir, as crises conjugais, as fraldas,as dores, os palpiteiros o pediatra e tudo, tudo passa, passa mesmo, a vida se adapta belamente. Em quem tem o hábito de deixar a vida entrar belamente, claro.
Mas o feito de ter um filho não passa, tudo que um filho traz nesta vida não passa. Nunca mais passa. (Não dá pra evitar grandiloquência num post sobre filho numa madrugada insone. Filho é algo grandiloquente.)
Depois eu durmo, eu vou ter muito tempo pra isso ainda. Claro que não dormir tem um preço, e eu pago as vezes até de forma dolorosa, mas também vejo que não dormir é uma parte somente. De tudo. No meu caso é, até porque minha insônia ultrapassa o Tatá e é anterior a ele. E mesmo agora que ele não dá mais trabalho nenhum pra dormir eu não durmo. Então…
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*Olha só que coisa mais doce a doidinha da minha mãe escreveu pra mim no dia do meu aniversário, falando em primeiros filhos. Eu sou a primeira filha:
Minha filha muito amada, o dia de hoje é muito especial pra vc. É o dia de mais um ano que vc vai virar na página do livro da sua vida.Estou pedindo a “DEUS” que te dê muita paz, muitas alegrias, muitas felicidades e principalmente muita saúde para vc usufruir de tudo isto. Hoje o dia é seu, mas eu estou muito feliz, pois o seu primeiro sopro de vida,fui eu que lhe proporcionei. Eu lhe dei a vida por um milagre de nosso “PAI” lá do Céu, poque ele sabia o quanto vc foi esperada. E vc não nos decepcionou, veio do jeitinho que eu sonhei, com todos os defeitos que a vida nos obriga a carregar, mas as suas qualidades eram tão maiores, tão gritante no seu jeitinho meigo de ser, que mais parecia um anjo quando na sua inocencia vc me fitava intensamente com seus olhinhos lindos que eu me sentia (e ainda me sinto) a filha predileta de “DEUS” porque só eu tinha “VC”. Obrigada por tudo mas principalmente por vc ser minha primeira filha. Te amo com o maior amor do mundo! Beijos no seu coração.Te amoooooooooooooo
Por isso eu acho que pra ter filho tem que querer muito, pq quando a gente quer, todo o trabalho tem uma razão, uma recompensa. Pra mim a recompensa é olhar meu filho falando uma coisa nova, dormindo tranquilo no berço ou largando tudo o que tá fazendo pra vir me dar um beijo. Vale cada segundo de canseira…
Beijo, bom feriado pra vc!
lindo, Nalu! tanto o seu texto quanto à declaração da sua mãe.
Realmente, acho que nada se compara ao primeiro filho. Pra mim os primeiros dias eram de um filme lindo, um romance que é só final feliz, do inÃcio ao fim. Não tive esse medo, esse pavor, nada… pra mim era tudo lindamente inacredatável e surreal.
Mas acho que o segundo filho(terceiro..) tem seus encantos exatamente porque toda essa surrealidade diminui, e a gente (deve, não sei)curtir num outro plano…
beijos, e saudades!!
Que bela produção da insônia… Que belo presente ser tão mãe e tão filha. Parabéns pelo texto, pela nova conquista de hoje.
Que tudo possa ser tão bom quanto vc deseja e merece. Um beijo (de uma 6ª filha… Hummmmmmmmmmmmmmmmm)
Ai, Nalu… Não deu prá conter as lágrimas. Que coisa mais linda! Um beijo prá você.
Nalu, que post lindo!
Fiquei aqui imaginando essa coisa de segundo filho, e sinceramente, eu acho que não vai ser novidade como foi o primeiro. Não deixa de ser emocionante, pelo contrário, é mais emocionante porque não precisamos nos preocupar com coisas que sabemos que vai passar. Mas novidade acho que não será.. não sei se tô falando besteira, mas acho que vou poder comprovar isso na prática e depois te falo. Beijos
Que lindo o que vc escreveu Nalu, adorei. Nossa como é verdade isso né, a cada dia me convenço mais disso. Tudo passa, só fica o amor incondicional por nossos filhos.
Beijos
Vivi parte do vc disse, medo, insegurança, mágica, plenitude, lindo o que sua mãe escreveu. Primeiro filho sempre vai ser diferente,
Nalu, o melhor estado no mundo é o de ser filho. Viu como as mamães ficam babando??? É maravilhosos tanto amor e tanto carinho. Felicidades!!!
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Estou muito cansada da vida que levo – e olha que ela não é ruim, eu é que sou constantemente inconstante. Me ajuda com o mapa astral?
Esqueci d efalar : ontem passei a tarde pensando no dadaÃsmo. Coincidência?
Nalu, saudades de você! E fico sempre tão preocupada com vc não dormir… ainda bem que domingo foi o dia inteiro, né? Valeu até não ter ido ao almoço.
ih, Nalu, bobagem, a gente tem medo que o segundo seja “mais um” e não é, é diferente, claro, mas é tão maravilhoso e novo quanto.
é como comer aquela maravilhosa torta de chocolate, que tem um sabor já esperado, mas acaba que depois que você morde, pensa “nossa, eu não lembrava que fosse tão gostosa”.
e o filho é outro.no meu caso uma menininha, depois dum meninão.e quando eu olhei nos olhos dela me deu uma sensação de reconhecimento, cumplicidade, parceria.
o primeiro foi o primeiro e o segundo foi a primeira. beijo.