Cavalos, sorrisos.

Tentar lutar com uma depressão congênita sem tomar remédios é punk. Ainda mais em tempos de ditadura da felicidade e de rostos sorridentes. E ainda mais com uma doença tão dolorosa como a minha (artrite reumatóide). Mas eu preciso me enfrentar um pouco também. Não foi nada irresponsável e nem definitivo. Eu me cansei dos antimalucogênicos* por ora, é isso.

Mas é foda e toda hora preciso ficar lembrando de me concentrar e me acalmar. Senão os dois mil trezentos e cinquenta e sete cavalos desembestados que habitam minha cabeça começam. Mas pior que eles é todo mundo se arvorar a me dizer "não fica assim, você tem tudo, do que tá reclamando, tenha forças, supere, etc., etc., e bá blá blá".  E forçar sorrisos de plásticos. Como diz meu filho, eca!

Ora bolas, atire o primeiro prozac** quem tem essa cabeça tão boa e bem resolvida assim. Quem não tem seus demônios não é? Eu só queria ter coragem de convidar o meu para entrar, sentar e tomar um chá. Chá verde que emagrece. E fala a verdade, eu prefiro essa montanha russa emocional. Porque no final eu sempre encontro meu Júpiter. Aí recomeça.

 

*esse termo eu li tem algum tempo nesse blog e agora não consigo mais pensar em antidepressivo de outro jeito

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