se eu pudesse elaborar

Clique para ampliar eu grávida

Continuando a desopilar o fí­gado, vamos lá, continuar a repetir, já que eu não posso recordar, pra quem sabe conseguir elaborar. E parar de repetir, né?

Porque eu quero emagrecer. Agora, eu digo. Na verdade, tem alguns anos que eu quero isso. Ou melhor, acho que sendo mulher nesta sociedade, desde sempre. Desde que se vaticinou que “uma mulher nunca está magra o suficiente“. Frase de nancy Reagan que acabou sendo um dos mantras do movimento Ana-Mia

Mas vamos dizer que esse “alguns anos”, que na verdade são 4, foram os anos em que isso acabou se tornando uma questão central pra mim (com tanta coisa legal pra ser a questão central da vida, eu fui arrumar logo esse!).

Eu quis, e sempre por motivos estéticos, nunca me preocupei de verdade com saúde, até porque estava gorda há pouco tempo e não achava que poderia fazer tanto estrago tão depressa.

Mas agora, veja só, eu quero mais do que tudo que posso querer, engravidar. Eu quero muito ter outros filhos e quero engravidar mais uma vez. Mas eu tenho 37 anos e 3 meses. O relógio tá batendo tictactictac. E eu estou com mais de 90 quilos. E tem meu histórico anterior de pré-eclampsia, de diabetes gestacional. E tem a situação da minha saúde agora, do meu fí­gado, da glicose e tudo mais. Então acho arriscado demais engravidar assim. Embora as vezes eu me sinta tentada a ignorar isso. Porque se eu fico tentando demais e não consigo heim? Não é a í  toa que quem pensa muito não faz. Mas se tivesse dependido de mim eu acho que já teria 3 filhos. Não tem nada que eu queira mais na vida agora. Mas acho que já falei isso.

E tem hora que eu queria chutar o balde, e tomar umas anfetaminas sim. Ai eu emagrecia rápido e pobrema resorvido. Mas né, para pobremas reais, não existem soluções imaginárias…

Mas pra minha sorte eu nunca tolerei mais do que uma semana de anfetamina. Ai eu não tenho muita alternativa. Mas pôxa, ta faltando força de vontade, a mardita. Eu fico pensando, em que momento da vida a gente adquire força de vontade. Capacidade de renunciar ao principio do prazer (já falei disso aqui), que eu não tenho. Isso me intriga, eu penso em como é isso. Sera inato, será adquirido? Será que educar alguém pra isso adianta? Eu sou muito, muito hedonista, estou no paraí­so infantil das gratificações imediatas ainda. Mas a que preço? Ai como eu queria ter força de vontade!

Vou ali dar uma olhada nesse livro pra ver se encontro algo, porque minha cabeça já ta até fedendo de tanto pensar sem que eu consiga encontrar a resposta, sem que eu tenha passado ainda pelo ponto de viragem. Dá vontade de gritar, acorda!

yada yada parte 3.987

“O que é dignidade sem honestidade?”

Cí­cero

Ontem eu jaquei feio. Mas tão feio que não tenho nem coragem de contar aqui. Aliás nem deveria estar falando isso aqui, mas se não falar aqui onde vou falar? Lá no curso de emagrecimento não dá pra falar, porque a médica, se por um lado é muito boa, fera mesmo em nutrição, alimentos saudáveis e boas escolhas, por outro lado pesa os mesmo 40 quilos desde os 12 anos e não vai entender da minha fome. E sim, não é preciso ter adoecido pra tratar da doença não, eu concordo, mas vamos combinar que fome não é uma doença cujos sintomas estejam descritos em algum manual, ou que haja algum exame pra fazer e detectar ou algum remédio pra tratar né? E de mais a mais é algo que não dá pra ser tratado pelo viés de escolhas saudáveis. A minha fome não.

E não, eu não estou desqualificando a médica, ela realmente é ótima, e o curso dela é muito bom. E ao que parece funciona. Devagar, mas deve ter seus efeitos. E eu vou continuar fazendo, mas sinto que não vai adiantar, porque minha doença ela não pode tratar. Mas não porque ela não é boa, ela é, mas porque minha doença é de uma natureza diferente.

Eu sinto muita fome. E isso é um dado. Pode ser psicológica, pode ser carência, pode ser pra preencher algum vazio, pode ser pra me sabotar, pra me defender, enfim, pode ser muita coisa, mas o fato é que se ela não é real, pelo menos ela se manifesta no fí­sico e dói igualzinho a uma fome real.

Eu queria muito descobrir algo que fortalecesse a vontade interior. Eu sinto que essa é a chave que me escapa, eu não consigo sustentar a vontade por muito tempo. Sinto como se eu fosse ( e de fato sou) uma viciada em droga pesada. E acho que seria mais fácil par mim se fosse uma droga que eu pudesse parar de consumir de vez, abstinência total. Mas com comida não é assim. E eu olho tristemente o percurso se repetir, eu vou bem algum tempo, depois tropeço, logo em seguida caio, fico altamente deprimida e sem forças, com raiva, muita raiva de mim mesma e não consigo continuar. E a culpa não é de ninguém, não é da médica, não é daqueles que deveriam ter paciência comigo e não têm, não há culpados, exceto eu mesma. eu já deveria estar madura o suficiente pra conseguir controlar isso, mas não estou. E é tão ridiculo isso, tão imaturo. Não ter forças pra controlar o desejo diante de uma comida parece algo tão idiota. Tão infantil.  E  dá pra entender exatamente porque muitas vezes os outros infantilizam esses problema de ser gordo, porque olhando de longe parece fácil e parece ridiculo, mas não é pra quem está vivendo a coisa.

Enfim, hoje minha fé em mesma está muito abalada e eu estou quase naquela de desistir de mim.

Mas não, não vou fazer isso. Num próximo post explico melhor porque quero e preciso tanto emagrecer. E repito alto mais uma vez, não, eu não vou desitir, algum dia eu consigo. Hoje tive impulso já tão cedo de jacar mas não me deixei levar. E nem vou. Até mais, obrigada pela companhia. Esse blog é o que me salva. Eu vou escrever nele até cansar, só de sentar aqui eu já me sinto mais motivada. Os outros mecanismos estão meio desérticos por ora.

Eu estou fazendo acupuntura e freqí¼entando umas reuniões pra emagrecer. Na verdade a acupuntura é pra algo mais além de emagrecer, claro. As reuniões são uma droga, tudo que fala lá eu já sei e vai ser um esforço realmente hercúleo não desistir, ainda mais porque é sábado pela manhã. Mas tudo bem, meu raciocí­nio é o seguinte: se eu já sei tudo que fala lá e mesmo assim não consegui nada sozinha, vai que em grupo eu consiga? A única coisa boa de lá é que eu saio animada a consumir coisas saudáveis. Isso é bom, acho que eu preciso desse tipo de balela pra seguir em frente. Acontece que a médica que conduz o grupo e a acupuntura não passa nenhuma dieta. Segundo ela não é necessário, ela não acredita nisso. Não há pesagens nem nada.

Então eu resolvi seguir a dieta dos pontos do VP, porque acho que fico solta demais se não seguir algo. Não me sinto segura.

Mas tenho notado que todo dia gasto meus pontos em pelo menos um item inútil. (Quando faço, porque semana passada foram dois dias sem fazer, como é que pode meus zeus?) Tipo assim, eu posso comer 26 pontos. E hoje gastei nove em nada melhor que biscoito de polvilho! Só pela ânsia de mastigar algo quando pensamentos ruins me atacaram. (Mas eu fiz a relação pensamentos ruins/ânsia oral agora, bem depois do ataque.) E percebi que semana passada fiz isso praticamente todos os dias, gastar pontos com coisas ruins e inúteis. Porque biscoito de polvilho como já diz o ditado…

Agora sei que ataquei o biscoito inútil porque lembrei que devia ter mandado um texto pra minha orientadora e não mandei (mandei agora, ufa!) e o tempo está passando e ela pode desistir de mim, o que eu não quero que aconteça, porque outra orientadora que nem ela eu não vou conseguir! Mas na hora não fiz a ligação, simplesmente fui lá e comi um treco sem sabor, que faz mal para mim e ainda por cima com tantos pontos que quando fui contar eu quase caí­ pra trás.

Eu quero conseguir atacar esses sentimentos antes que eles me dominem. Atacar (modo de dizer) os sentimentos, não a comida.

Estou fazendo as coisas razoavelmente direitinho. Tenho meditado todos os dias pela manhã. O ideal é duas vezes por dia, mas pra quem não fazia nada… Minha alimentação também, fora essas coisas que disse, está um primor. Pode melhorar ainda mais, mas tenho certeza que já está bem nutritiva. Também tenho voltado aos poucos a fazer o qi, mas não entendo porque não consigo fazer direito ainda. E tenho tentado postar mais, pensar mais sobre o assunto, e tento me manter mais disciplinada. Tá indo, tá indo, bem melhor. E quem sabe um dia desses eu consigo heim?

atenção

Desenho desse blog delicioso

A Isa fez um post hoje que me fez lembrar de uma ficha que caiu esse ano pra mim. As distrações do caminho. Aquelas coisas, problemas e preocupações do caminho nos quais a gente fica pensando e que na verdade só servem pra desviar a gente do foco principal. Porque normalmente a gente sabe o que é o principal e fica alimentando as distrações pra não encarar o cerne das questões mais importantes.

Um dos meus focos principais é ficar saudável novamente.Se eu me perco no dia-a-dia pensando na alta do petróleo, no grampo no STF, na roupa pra lavar, e uso isso pra ocupar minha cabeça e convenientemente esquecer o foco, é péssimo. Principalmente poque o tempo tá passando muito mais rápido e quando eu vi passaram-se mais 5, 10 quilos. Ou meses. E eu fiquei na mesma.

E eu fazia muito, muito isso, me enredava num mar emaranhado de distrações que me preenchiam o tempo e negligenciava as questões importantes, mais importantes.Hoje não é que não faça isso. Ainda faço, mas tento sempre voltar ao foco principal. Alguma coisa melhorou bastante. Ainda não foi suficiente, mas pelo menos eu me engano menos. E de tanto me obrigar a pensar no principal, acabo tendo que fazer algo a respeito. Essa ficha foi muito importante pra im, desde que eu vi a sua caí­da, as coisas mudaram e posso dizer sem medo de errar que minha vida melhorou.

o balde em pé

«A forma como vemos o problema é o problema.»

Stephen R. Covey

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Então eu emagreci. Bastante até pra tão pouco tempo. Mas a sabotadora já acordou, essa fera adormecida. Acordou ontem, na saí­da maravilhosa com Lolló e Cyntia (mais detalhes aqui) em que eu tomei dois chopps, com o fí­gado ferrado. E hoje, no almoço com as meninas eu nem vou contar que tomei um milk shake e meio de nutella. Vocês já viram o tamanho do bichinho? E rachei de dor de cabeça e me fez mal e tudo. Eu preciso muito entender o mecanismo que me faz fazer isso. Coisas sem necessidade, que eu como sem tanta vontade assim. Saco isso. Saco dar pano pra manga, saco isso de não poder confiar em mim mesma, saco esse papo de bêbado-aiaiai-vou-me-arrepender-e-mudar. Vou poupar vocês da ladainha.

Como eu coloco essa chata estraga-prazeres pra dormir, eu não sei ainda.

Estou namorando a idéia de ficar totalmente sem açúcar por um tempo pra ver como é. A experiencia da Vania San tá me despertando muito a curiosidade.

yin-yang

Eu não sou uma pessoa naturalmente otimista. Muito antes pelo contrario, meu primeiro movimento é pessimista. E eu sou um pouco cí­nica também (embora eu não deixe muito extravasar isso, pois acho cinismo, ironias, sarcasmo e cia ltda. agressivos e desnecessários. Daí­ eu só penso, pois é inevitável.) Cinismo exige uma certa dose de pessimismo. É como se o meu modo de funcionar natural fosse pessimista, fosse deprimidão e tal. Eu já sofri por sofrer. Já tive vergonha de ser pessimista, e de ser emotiva. Hoja não tenho vergonha mais, eu sou o que sou, cada vez mais. E isso inclui esse lado mais sombrio.

Mas eu me esforço muito e todos os dias pra não ser pessimista. Para achar a Pollyanna mesmo, por mais imbecil que essa personagem possa parecer. Porque ela me salva muito. Só não me entrego a ela porque ela é mais burrinha. É preciso dosar, eu acho. Acho que essa é a minha maior cruzada, não me deixar vencer pelo pessimismo.

Acho que escolher a leitura negativa da vida é algo profundamente burro. Eu não acho que pessoas tristes são glamourosas, são chiques nem são mais inteligentes. E muito menos profundas. Profundamente chatas, eu acho. eu acho insuportável, inclusive a minha prórpia companhia quando estou pessimista.

Corro de mau humor. Por isso me esforço tanto pra não me entregar ao pessimismo, ao mau humor. E é isso que me move, esse olhar que depois do primeiro movimento de “não vai dar certo”, vê que vai sim, que não se entrega a ruminações sobre a infelicidade, as catástrofes e tal.

E esse movimento é muito fácil de perceber quando eu estou fazendo dieta. Ou tentando mudar algum hábito.

Porque tenho que me esforçar muito pra me convencer que vai dar certo, após a 45678ª tentativa frustrada, que não, que eu vou conseguir dessa vez e coisa e tal. Tenho que lutar bravamente contra a convicção de que vou fracassar mais uma vez. E tenho que lutar com esse meu lado que me apresenta estatisticas de fracasso e que me mostra o quanto eu sou hedonista, o quanto eu tenho o estômago fraco pra contrariedades, pra disciplina e tal. Nesse momento, Pilar, a Pessimista está vencendo.

Mas se for preciso fingir pra neutralizar essa danada, eu vou fingir. Se é pra fingir que eu tenho força de vontade, eu finjo, sem problemas. Se é preciso fazer valer as mandingas e mentalizações e seja lá o que for, tá valendo, mesmo que eu não acredite muito em nada disso. Mas mesmo que principalmente eu aõ acredite que posso. Mas vou fingir que sim, até ficar saudável outra vez.

Eu sei que nessa brincadeira de fingir eu já eliminei 2 quilos. É bom demais isso. Mesmo sabendo que TPM engorda e que eu perdi peso foi depois dela, eu vou comemorar mesmo! Dois quilos são uma vitória, ainda mais depois de ter engordado tanto em Buenos Aires.

E não vou deixar esses quilos voltarem. Agora é ladeira abaixo. Até ficar tudo melhor de novo. Por isso eu falo em voz alta que vou conseguir, pra ver se eu mesma acredito.

Eu estou fingindo, mas podem acreditar. O resultado vai ser real, ai não vai mais importar quem fingiu o quê.

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Imagem de:http://www.graphitelight.hu/

twins

Acabou o dia e eu comi demais. E eu chorei hoje como há muito, muito, muito tempo não chorava. Tive uma decepção muito grande, imensa, no meu trabalho, a maior delas, talvez. Hoje tudo ficou cinza, ruim, com gosto amargo.

Chega, estou muito deprimida com tudo, com vontade de sumir. Mas a vida continua e eu tenho filho e marido pra sustentar, então não posso me dar esse luxo. Tem que trabalhar.

E outro fato é que eu tenho uma dieta pra fazer, que hoje pela 1.980.567.438 vez não consegui fazer direitinho. No quesito saudável foi até bom, sem farinha branca, com arroz e pão integral, frutas, verduras e legumes. Mas exagerei na quantidae ( não muito) e tive uma crise de compulsão. E hoje estava tão triste, tão desconsolada que se fosse um milí­metro mais fraca teria fumado. Desde que parei, hoje foi o dia que mais senti necessidade. Nem foi vontade, foi quase um grito do corpo. Mas fudida, não fudida e meia né?

Ai tem amanhã. Que não vai mudar o fato ruim do meu trabalho. Mas que vai nascer pra eu viver né? Espero conseguir amanhã. O consolo é que está melhorando, muito devagar, mas está.

Há que acelerar, Nalu. Esse ritmo não é dieta ainda, mas amanhã eu sou Scarlett.

Hoje me deu vontade de ser gêmea. Idêntica. Acho que a única possibilidade de ser compreendida de verdade é ser gêmeo idêntico.

Não liguem, estou muito triste ainda. Por isso precisando ser entendida como ninguém. Mas logo passa.

Agora eu estou mais animada. Sempre fico cheia de esperança nos primeiros dias do meu ciclo. Sempre parece que tudo é possí­vel, o mundo fica mais bonito e as pessoas também, enfim é meu perfeito perí­odo Pollyana. Tenho que aproveitar  né?

 Ontem foi um bom dia, com alguns erros ainda, mas comparado ao que vinha acontecendo, infinitamente melhor. As  escolhas estão ficando mais saudáveis. E agora tento incorporar a idéia de que o momento chegou e de que todas as
mudanças na alimentação serão permanentes. Ou seja, alimentação saudável sempre. Algumas coisas já vinha fazendo e é  só reforçar. Outras estou incorporando. Agora estou na fase “duas frutas por dia”. Se conseguir será uma
vitória, porque eu não tinha o hábito de comer fruta quase nunca. De vez em quando uma banana e olhe lá.

Preciso reforçar o hábito de anotar tudo também, que isso realmente faz diferença.

Adotei algumas coisas simples que estão me ajudando. Um a delas é manter o celular permanentemente no silencioso. Por  causa do meu trabalho, cada toque do meu celular era um profundo stress, mesmo que o toque do trabalho propriamente fosse diferente do resto. Ai, muitas vezes eram ligações boas, amigos e tal, mas depois de ouvir o toque eu já estava  muito estressada e custava a voltar ao normal. Por isso agora vai ficar no silencios, só saindo disso nos dias de  plantão. Nada é mais urgente que minha saúde né?

Já falei em algum lugar que eu fui uma vez na reunião dos Comedores Compulsivos Anônimos. Eu gostei de algumas coisas, outras me incomodaram, talvez porque eu não estivesse na mesma vibração que todo mundo. Mas uma coisa legal que ficou de lá foi o livrinho Para Hoje, que tem mensagens de inspiração para todos os dias. E gostei especialmente da mensagem de ontem:

“Nada é inconcebí­vel, nada é impossí­vel para a pessoa equilibrada, desde que  surja das necessidades da vida e seja dedicado aos desenvolvimentos futuros da vida.” 

 Lewis Munford

Hoje, abro minha mente para tudo que poderia ser – possibilidades que estão distantes dos desejos inúteis dos velhos tempos; em vez deles, um afrouxamento das restrições, uma ampliação da imaginação. Deixo minha vida aos cuidados do
meu Poder Superior, removo atitudes prejudiciais, deixo meu espí­rito elevar-se. Procuro ser mais honesto, mais consciente, ter relacionamentos mais í­ntimos, maior habilidade para levar a mensagem, mais tempo para servir.  Recebi, e agora passo adiante, o que um dia foi impossí­vel: a esperança de um despertar espiritual e da recuperação em relação ao comer compulsivo.

Para hoje –   Mantenho uma mente aberta em relação a ter uma mente aberta: as possibilidades são infinitas.

Imagem do site: http://www.pixipaint.com/

 

 

a insustentável leveza do ser

“Se cada segundo de nossas vidas repete-se infinitas vezes, somos pregados í  eternidade feito Jesus Cristo na cruz. É uma perspectiva aterrorizante. No mundo do eterno retorno, o peso da responsabilidade insuportável recai sobre cada movimento que fazemos. É por isso que Nietzsche chamou a idéia do eterno retorno o mais pesado dos fardos (das schwerste Gewicht).

Se o eterno retorno é o mais pesado dos fardos, então nossas vidas contrapõem-se a ele em toda a sua esplêndida leveza.

Mas será o peso de fato deplorável, e esplêndida a leveza?

O mais pesado dos fardos nos esmaga; sob seu peso, afundamos, somos pregados ao chão. E, no entanto, na poesia amorosa de todas as épocas, a mulher anseia por sucumbir ao peso do corpo do homem. O mais pesado dos fardos é, pois, simultaneamente, uma imagem da mais intensa plenitude da vida. Quanto mais pesado o fardo, mais nossas vidas se aproximam da terra, fazendo-se tanto mais reais e verdadeiras.

Inversamente, a ausência absoluta de um fardo faz com que o homem se torne mais leve do que o ar, fá-lo alçar-se í s alturas, abandonar a terra e sua existência terrena, tornando-o apenas parcialmente real, seus movimentos tão livres quanto insignificantes.

O que escolheremos então? O peso ou a leveza?

Parmênides levantou essa mesma questão no sexto século antes de Cristo. Ele via o mundo dividido em pares opostos: luz/escuridão, fineza/rudeza, calor/frio, ser/não-ser. A uma metade da oposição, chamou positiva (luz, fineza, calor, ser); í  outra, negativa. Nós poderí­amos achar essa divisão em um pólo positivo e outro negativo infantilmente simples, não fosse por uma dificuldade: qual é o positivo, o peso ou a leveza?

Parmênides respondeu: a leveza é positiva; o peso, negativo.

Tinha ou não razão? Essa é a questão. Certo é apenas que a oposição leveza/peso é a mais misteriosa, a mais ambí­gua de todas.”

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Foi esse trecho do livro A Insustentável Leveza do Ser que inspirou o tí­tulo do blog Leveza do Ser. Eu li esse livro em 1988, com 16 anos e amei. Ficou marcado em mim. E essa idéia de peso/leveza também.

E postei iso aqui, porque esse pedacinho do livro chegou até mim acidentalmente hoje e me deu uma nostalgia imensa.

Esse trecho acima foi retirado do site:http://www.lumiarte.com/luardeoutono/leveza3.html Eu coloquei o trecho do site, porque gostei mais dessa tradução do que da do próprio livro que eu li e ainda tenho.

confiança

Figura daqui

Hoje eu acordei um pouco nostálgica. E sei porque. Passaram-se dois feriados (11 e 15 de agosto), passou o aniversário do meu filho e a visita da minha sogra. Eu voltei de viagem, fiz os exames, acabou-se o que era doce. Literalmente. Agora não tem mais desculpa, não tem mais estado de exceção que sirva para me excusar de encarar a realidade. E a realidade é que eu TENHO que fazer algo. Mesmo.

E fico desanimada num primeiro momento, porque uma parte de mim sente que eu não sou confiável. É isso. No quesito dietas eu não sou confiável. E acho que a coisa não anda porque não consigo confiar em mim mesma. São 3 anos de blog light. E pasmem, 12 quilos a MAIS!!! O começo foi muito bom, eu emagreci bastante, tendo em vista o tanto que ainda comia. E foi fácil e alegre. Mas não me perguntem porque eu abandonei. Talvez um projeto secreto de me derrubar, pra provar que eu não posso.

Fazia o QI Mental e me ajudava muito, muito, eu emagreci sem muito sacrificio até bastante. Eu fazia a agenda magra, e ô coisa legal que era! Ajudava muito e ainda era divertido. Mas algo aconteceu e tirou meu pique. Na verdade eu também resolvi parar de fumar, no final de 2005 e embora tenha sido muito bem sucedida, como eu era fumante mais do que inveterada, não dava conta de dirigir energia nos dois sentidos. Nesse meio tempo eu tinha mudado de blog e enquanto esse segundo blog estava ativo, eu fiquei sem engordaar nadinha por uns seis meses depois que parei de fumar. O que eu considero um verdadeiro feito.

Mas depois algo aconteceu de novo e eu parei. Por bastante tempo. E ainda teve, nesse meio tempo umas 6 ou 7 tentativas frustradas de voltar para o Vigilantes do Peso, uns 6 meses de cinesiologia e nada adiantou. Fiz muita coisa nesse perí­odo pra tentar conseguir forças, li muita, muita coisa. Quase 5 anos de terapia. Até nos Comedores Compulsivos eu fui. Uma vez só, mas fui. E nada adiantou. Nem reza braba. Afinal benzedeira que se preze tem que ter uma reza braba na manga né? (Aqui, apesar da brincadeira, o fato é que eu mesmo estando benzedeira, não fiz uma reza braba pra mim mesma. Nem o Programa Espiritual eu não consegui fazer.) Claro que tudo isso me tornou uma pessoa bem melhor, eu acredito piamente nisso e acho que o objetivo é melhorar mesmo. Mas não me emagreceu nem um quilo, nem um grama! É muita incompetência. Se eu fosse minha chefe de dietas me demitia.

Eu só engordei a cada dia e a olhos vistos. Aí­ em mais uma tentativa eu abri este blog. No começo eu estava indo bem, emagreci e tudo, mas o ânimo arrefeceu. Aconteceu a Pafúncia, foi uma injeção de ânimo, mas eu logo desanimei. Eu li isso aqui, me identifiquei com algumas coisas, mas não incorporei. E é como vi num livro, “percepção sem transformação só torna as coisas piores do que são” .

Por isso eu penso em emagrecer e acho que não posso confiar em mim. Na verdade eu encaixo bem naquele estereótipo que se ouve tanto na boca de quem trata de gordos. Eu não queria emagrecer, eu queria ser emagrecida. Na verdade, o passado ai é só o do verbo. Mas não vou falar, porque palavras têm poder né? Só que o que eu sinto agora é que eu não tenho mais escolha. Eu tentei até mesmo não emagrecer. E NADA adiantou. E eu me sinto cada vez mais desconfortável.

Mas eu estou com a Sí­ndrome X, com diabetes repetida e confirmada, e otras cositas más das queia não cabe muito falar. Então não se trata mais de querer. Agora é precisar.

Por isso eu já comecei com algumas atitudes simples, mas que já estão sendo incorporadas í  rotina e de forma permanente, espero. Cortei arroz branco e pão branco. Não vou mais comer doces de forma diária e exagerada como vinha fazendo. E estou fazendo acumpuntura. Voltei a meditar. Ainda tá devagar, mas já estou fazendo. Aumentei bastante a quantidade de vegetal nas minhas refeições. Talvez eu volte com o QI, com a agenda, sei lá. Vou devagar, porque é preciso que seja pra sempre, preciso conseguir forças. E acima de tudo eu preciso confira em mim. Eu não posso mais me trair. Mas confesso que ainda tenho dúvidas, viu?