Liberdade, ainda que tardia

Recebi esse pensamento da Thais, numa lista que participamos, achei tão bonito, especialmente depois de ter sonhado a noite inteirinha com uma situação de gaiolas e voôs.
 

"Os homens dizem amar a liberdade, mas, de posse dela, são tomados por um grande medo e fogem para abrigos seguros. A liberdade dá medo. Os homens são pássaros que amam o vôo, mas têm medo dos abismos. Por isso abandonam o vôo e se trancam em gaiolas. Somos assim:sonhamos o vôo mas tememos a altura . Para voar é preciso ter coragem para enfrentar o terror do vazio. Porque é só no vazio que o vôo acontece. O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas. Mas é isso o que tememos: o não ter certezas. Por isso trocamos o vôo por gaiolas. As gaiolas são o lugar onde as certezas moram.

É um engano pensar que os homens seriam livres se pudessem, que eles não são livres porque um estranho os engaiolou, que eles voariam se as portas estivessem abertas. A verdade é oposto. Não há carcereiros. Os homens preferem as gaiolas aos vôos. São eles mesmos que constroem as gaiolas em que se aprisionam…”

Rubem Alves 

 

Votos Partidos

Votos Partidos
Lady Gregory
Era tarde a noite passada
O cão falava de você
O pássaro cantava no pântano
Falava de você
Você é o pássaro solitário na floresta
Que você fique sem companhia até achar-me
Você prometeu e mentiu
Disse que estaria junto a mim
Quando os carneiros fossem arrebanhados
Eu assoviei e gritei cem vezes
E não achei nada lá
A não ser uma ovelha balindo
Prometeu-me algo difí­cil
Um navio de ouro sob um mastro prateado
Doze cidades e um mercado em todas elas
E uma branca e bela praça í  beira mar
Você prometeu algo impossí­vel
Que me daria luvas de pele de peixe
E sapatos de pele de ave
E roupa da melhor seda da Irlanda
Minha mãe disse para eu não falar com você
Nem hoje
Nem amanhã
Nem Domingo
Foi um mal momento para dizer-me isso
Como trancar a porta após a casa arrombada
Você tirou o Leste de mim
Tirou o Oeste de mim
Tirou o que existe í  minha frente
Tirou o que há atrás
Tirou a Lua
Tirou o Sol de mim
E o meu medo é grande
Você tirou Deus de mim

Grande Sertão: Veredas

Grande Sertão: Veredas está fazendo 50 anos. E eu pensei pela milésima vez que esta seria uma excelente época para eu terminar de ler esse livro. Tem uns 4 anos que eu comecei. Aí­ peguei de novo, abri, recomecei. Mas a verdade é que eu não consigo. Esse livro dói em mim. Cada frase dele é como uma ferida. Não sei porque, nunca tive essa relação com nenhum outro livro. alguns eu amei desde o iní­cio, não queria terminar de ler, não queria gastar o livro. Mas Grande Sertão é diferenre, ele me causa sensações fí­sicas, não consigo explicar, eu fico literalmente nervosa. É um desgaste emocional, de tanto que eu me envolvo naquelas frases, é como se eu fosse o próprio pensamento de Riobaldo, ou o seu sentimento sobre seu pensamento, é confuso, não sei explicar direito.

Sei que vou levar mais uns 5, 6 anos pra terminar de ler, porque é muito dolorido, cada frase desperta um oceano de pensamentos, de reflexões que correm soltas, desembestadas pela minha cabeça. Aí­ é realmente muito complicado, como conseguir terminar de ler algo que me desgasta assim tão violentamente? Mas eu não acho isso ruim, é bom saber que um livro assim tão bom vai me acompanhar ainda por anos e anos. Aqui tem um texto sobre ele. A UFMG também está fazendo uma semana sobre ele. Tem exposição no Palácio das Artes. Que eu vou ver amanhã.

Em Forma de Dentro para Fora


Do livro “Em forma de dentro para fora“, de Victoria Moran
516dNOZFTYL01. ACEITE-SE COMO VOCíŠ É HOJE
Se você não se aceitar como a pessoa que é,
não viverá plenamente e, se não viver plenamente, terá de
encontrar essa plenitude de alguma outra forma.
ACEITAR QUEM VOCíŠ É, DE CORPO E ALMA, não garante que você vá emagrecer. Contudo, isso a coloca na posição ideal para emagrecer — não apenas mais uma vez, mas de uma vez por todas. Se você não se aceitar como a pessoa que é, não viverá plenamente e, se não viver plenamente, terá de encontrar essa plenitude de alguma outra forma.
Pode ser difí­cil aceitar a si mesma se você for uma pessoa obesa (ou se pensar que é), porque a cultura de massa veiculada pela imprensa e pela televisão sugere que ser gordo é abominável. Isso induz ao ódio por si mesmo, a mais comida e a menos exercí­cio (“Não posso ser vista em roupas de ginástica. Vou fazer ginástica depois que eu emagrecer os primeiros quatro quilos”).
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Gordura é uma questão feminista

Estou lendo e gostando, nesse momento: Gordura é uma questão feminista, (Susie Orbach, Ed. Record, 1978) livro antigo, mas que fala bem do que o problema de ser gorda significa para uma mulher nos dias atuais. Achei esse livro num sebo no Salão do Livro em agosto, já comecei a ler há muito tempo, mas como sou leitora compulsiva, estou sempre lendo três, quatro livros de uma vez. Aí­ í s vezes paro algum, depois volto. E apesar de não ser feminista xiita, gosto muito da visão que algumas feministas têm e acho que a contribuição delas para o entendimento da situação da mulher foi indispensável. Por isso de vez em quando tem algum livro feminista na minha cabeceira.
Está escrito na capa do livro: Gordura não tem a ver com comida. Gordura tem a ver com proteção, sexo, carinho, força, autoconfiança e amor. Gordura é uma resposta í  sua maneira como você é vista por seu marido, sua mãe, seu patrão – e por si mesma. Você pode mudar essa resposta aprendendo a diferença entre “fome de boca e fome de estômago, encarando a perda de peso como uma coisa boa e não como um castigo e se convencendo de que a comida não é sua inimiga.