Dia 19

mitobelezaDia 19 — O livro de não ficção favorito
O Mito da Beleza
 

“O Mito da Beleza: como as imagens de beleza são usadas contra as mulheres”, de Naomi Wolf, foi publicado no Brasil em 1992. Hoje é difí­cil de ser encontrado, apesar de ainda ser bastante atual. O texto da quarta capa permite uma pálida idéia do conteúdo do livro:

“Estamos em meio a uma violenta reação contra o feminismo que emprega imagens de beleza feminina como arma polí­tica contra a evolução da mulher” – diz Naomi Wolf nesse livro de leitura agradável, repleto de dados estatí­sticos e observações sagazes.
Liberada, profissionalmente capaz de competir com os homens em todos os ní­veis, ativa, apta a lidar com a dupla jornada – trabalho e lar -, a mulher de hoje enfrenta, na realidade, uma tripla jornada. Nas horas de folga de suas múltiplas atribuições, ela investe obsessivamente em sua beleza, para manter a juventude e a formosura que lhe permitirão preservar justamente trabalho e lar.
Versão moderna dos controladores sociais instituí­dos pela Revolução Industrial, o mito da beleza não deixa a mulher vencer seu maior dilema: o espelho nem sempre lhe retornar as imagens que a pornografia e a publicidade instituí­ram como os novos sí­mbolos do sagrado.
Com O mito da beleza Naomi Wolf surpreende quem achou que a mulher havia percorrido todos os caminhos possí­veis e reatualiza as trilhas apontadas por pioneiras como Gloria Steinem e Germaine Greer.

Entrevista de Naomi Wolf í  Revista Época
http://revistaepoca.globo.com/ideias/noticia/2013/01/naomi-wolf-cultura-reprime-o-desejo-das-mulheres.html Continuar lendo Dia 19

a última bruxa

BRUXA CONDENADA NA 2ª GUERRA

Visto aqui: http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2007/05/a_ultima_bruxa.html

Após mais de 60 anos, o caso de Helen Duncan – a última mulher na Inglaterra a ser presa por bruxaria – se recusa a morrer. Enquanto seus partidários buscam um perdão póstumo, surgiram evidências de que ela pode ter sido a ví­tima de um enredo envolvendo agentes de inteligência britânica, inclusive Ian Fleming, o criador de James Bond.

Nos anos 40, Duncan, uma dona de casa e mãe de seis, viajou o paí­s participando de sessões espí­ritas para um público cansado da guerra que buscava freqí¼entemente notí­cias sobre os seus familiares. Como médium de materialização que era, ela entrava em transe e produzia ectoplasma, através do qual os espí­ritos assumiam caracterí­sticas fí­sicas para se comunicar com os vivos. Assim, Duncan construiu uma reputação como uma das maiores heroí­nas de espiritualismo.

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Um amor conquistado – O Mito do Amor Materno


Um Amor Conquistado: O Mito do Amor Materno

ELISABETH BADINTER
Editora Nova Fronteira
1980
370p.
Assunto: Ciências Humanas

Será o amor materno um instinto, uma tendência feminina inata, ou depende, em grande parte, de um comportamento social, variável de acordo com a época e os costumes? É essa a pergunta que Elisabeth Badinter procura responder neste livro, desenvolvendo para isso uma extensa pesquisa histórica, lúcida e desapaixonada, da qual resulta a convicção de que o instinto materno é um mito, não havendo uma conduta materna universal e necessária. Continuar lendo Um amor conquistado – O Mito do Amor Materno

O Segundo Sexo

OSEGUNDO SEXO Segundo Sexo

Segundo Sexo, O – Fatos E Mitos Vol.1
Simone De BeauvoirISBN: 8520903169
Editora: NOVA FRONTEIRA
Número de páginas: 312
Encadernação: Brochura
Edição: 1987Sinopse
Em O Segundo Sexo, Simone de Beauvoir examina a condição feminina em todas as suas dimensões: a sexual, a psicologica, a social e a politica. E propõe os caminhos que podem levar í  libertação não só das mulheres como, sobretudo dos homns. E é a própria autora que afirma: ” O certo é que até aqui as possibilidades da mulher foram sufocadas e perdidas para a humanidade: já é tempo, em que seu interesse e no de todos, de deixá-la enfim correr todos os riscos, tentar a sorte”.
download: http://brasil.indymedia.org/media/2008/01//409660.pdf

Feminismo: que história é essa

Daniela Auad
112 p. – 14 x 21 cm – 2003
ISBN: 85-7490-226-8

Antes de entender o que é feminismo, é conveniente entender o que feminismo não é. Feminismo não é, por exemplo, queima de sutiãs, embora esse mito tenha se consolidado no imaginário de muitas pessoas desde o final dos anos 1960. Feminismo não é um grupo raivoso de mulheres “feias” ou “mal-amadas”, versão das mais grosseiramente estereotipadas por quem não compreende e parece não fazer nenhuma questão de compreender as reais engrenagens do movimento. Feminismo não é, tampouco, uma ideologia calcada em privilégios para as mulheres e desvantagens de toda espécie para os homens. Feminismo também não é algo uno, absoluto, monocromático. Ao contrário, seus diversos matizes representam a ampla variedade de mulheres do Brasil e do mundo, com crenças, desejos, objetivos e valores distintos. De correntes segundo as quais a submissão da mulher se explica pela suposta inferioridade fí­sica ao feminismo que defende a extinção da famí­lia biológica, são muitas as interpretações do papel da mulher na sociedade. O equilí­brio argumentativo talvez se encontre articulado naquilo que se pode denominar “feminismo múltiplo”. Nessa abordagem, mulheres (e homens, é importante dizer) são vistas í  luz dos aspectos plurais inerentes í  sua subjetividade, entre os quais a classe socioeconômica, a etnia e a geração a que pertencem. Tal apropriação do feminismo, tanto polí­tica quanto cientí­fica, permite perceber os seres humanos a partir de suas infinitas singularidades.

Uma história do feminismo no Brasil

Uma História do Feminismo no Brasil
Céli Regina Jardim Pinto,
Ed. Fundação Perseu Abramo, 2003.
por Rafael Evangelista
Em um paí­s como o Brasil, com problemas sociais extremamente graves, há espaço para que o movimento feminista tenha destaque na luta polí­tica, ou sua causa fica subordinada í  resolução das questões “emergenciais”? Depois da leitura de Uma história do feminismo no Brasil, a resposta para essa pergunta parece ser obviamente positiva. Ao levantar bandeiras como o direito ao voto e í  eleição, í  igualdade de salários perante aos homens e í  proteção contra os abusos no ambiente de trabalho (como o assédio sexual), o movimento feminista tem contribuí­do sistematicamente para tornar o Brasil um paí­s mais democrático, superando sua origem autoritária e oligárquica.
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Breve história do feminismo no Brasil

Breve História do Feminismo no Brasil – Maria amélia de Almeida Teles
Editora: Brasiliense
ISBN: 8511021450
Ano: 1993
Edição: 1
Número de páginas: 179
Acabamento:
Brochura
Formato: Pequeno
Coleção: TUDO É HISTí“RIA

A história da condição da mulher brasileira não foge í  regra universal da opressão do feminismo ao longo dos tempos. Reunindo algumas ações individuais e coletivas de mulheres brasileiras – incluindo a repressão especí­fica í s mulheres durante a ditadura – com uma vivência no movimento feminista de São Paulo, a autora incita a pensar na possibilidade de criar um novo pensamento, prática e ação, diferente do poder patriarcal.
 
Breve história do feminismo no Brasil
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Gordura é uma Questão Feminista

AUTOR: Susie Orbach
TíTULO: Gordura é uma questão feminista – Um manual de auxí­lio para quem come sem parar
EDITORA: Record
BROCHURA
Cí“DIGO: 275654
NíšMERO DE PíGINAS: 176
ANO DE EDIí‡íƒO: 1984
***

Estou lendo e gostando, nesse momento: Gordura é uma questão feminista, (Susie Orbach, Ed. Record, 1978) livro antigo, mas que fala bem do que o problema de ser gorda significa para uma mulher nos dias atuais. Achei esse livro num sebo no Salão do Livro em agosto, já comecei a ler há muito tempo, mas como sou leitora compulsiva, estou sempre lendo três, quatro livros de uma vez. Aí­ í s vezes paro algum, depois volto. Gosto muito da visão que algumas feministas têm e acho que a contribuição delas para o entendimento da situação da mulher foi indispensável. Por isso de vez em quando sempre tem algum livro feminista na minha cabeceira.

Está escrito na capa do livro: Gordura não tem a ver com comida. Gordura tem a ver com proteção, sexo, carinho, força, autoconfiança e amor. Gordura é uma resposta í  sua maneira como você é vista por seu marido, sua mãe, seu patrão – e por si mesma. Você pode mudar essa resposta aprendendo a diferença entre “fome de boca e fome de estômago, encarando a perda de peso como uma coisa boa e não como um castigo e se convencendo de que a comida não é sua inimiga.

Dê uma folheada no livro:


 

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***Livro todo lido. Concluí­do em 14/01/07

Disponí­vel para dowload no http://feminista.wordpress.com

A Ira Feminina

A Ira Feminina

Sandra Moreira Ebisawa

Sinto-me dentro de um caldeirão, sendo cozinhada através dos tempos, com ingredientes do pecado original – a culpa da decadência humana é minha, a força poderosa que amedronta, a que destrói ou fortalece, sou eu. A responsabilidade de resignificar essa história, descobrindo sua essência bem dentro de mim, é minha também.

Sou Mulher. Perceber a “crueldade feminina” diante do sofrimento imposto í  mulher através da história de nossa gênese enquanto seres humanos, é tarefa hercúlea. Requer ponderação, enquanto busco dentro de mim, os primórdios do meu próprio sofrimento, para entender e dar í  luz a verdadeira redenção feminina, que eu tanto necessito para simplesmente ser. Acredito ser esse o grande sofrimento da alma feminina.

Tantas mulheres morreram pela culpa, pelo veredicto que se impôs a elas pela história. Mártires e sacrificadas somos nós até hoje…A história sempre contradisse o verdadeiro anseio feminino. O anseio de libertação. Para mim este tem sido um exercí­cio de auto conhecimento, de redenção, um verdadeiro purgatório. Sentar-me aqui e escrever sobre a crueldade, não é confortável. Mas me parece fundamental que esse estado seja trazido í  minha consciência, a fim de que eu possa utilizá-lo. É como uma cozinheira que não poderá alquimizar os alimentos sem saber como lidar com o fogo.

O que sinto agora é como um parto. Algo dentro de mim está se desenvolvendo, um tipo de consciência que antes não estava aqui. Esse incômodo permanente que até agora não tinha um nome, já está em mim há muito tempo. Tantos erros já foram cometidos por causa disso, ciclos internos atropelados, gritos estridentes e mudos ecoam ainda dentro de mim. Meus homens e meus filhos já sofreram muito com esse desvario. E ainda assim, sou eu a responsável. Preciso parir, dar í  luz, emergir e libertar a Lilith amaldiçoada de dentro de minhas células.

A primeira crueldade que a culpa gera é a submissão de minha força natural í s leis de dominação da terra, de aperfeiçoamento da natureza (como se isso fosse possí­vel). Fui eu quem neguei í  Adão a doce ilusão de sua supremacia, fui eu quem nos igualou e fui banida, me transformando num demônio. Fui a culpada pela expulsão do paraí­so.
Como posso ser í­ntegra e feliz com toda essa carga sobre meus ombros? Ainda não descobri, mas vou. Esse banimento em mim me remete a Lilith, ela está aqui entre nós, dentro de nós e precisa ser rendida. Precisamos dessa redenção. Estamos banidas de nossa Terra, de nosso lugar no mundo. Fomos condenadas e até hoje, mesmo com todas as conquistas, continuamos excluí­das, amaldiçoadas.

í€s vezes me dá a impressão de que toda essa “conquista feminina” foi orquestrada pelas forças “poderosas” que determinaram o próprio banimento da mulher. Posso até estar sofrendo de paranóia, o que seria mais do que compreensí­vel, mas o que percebo no processo de emancipação da mulher, é uma aliança entre a mulher e o homem para fortalecer o império contra a alma feminina.

Que me perdoem os entendidos, mas creio que posso devanear, já que todas as informações oficiais são duvidosas. Me causa estranheza que o feminismo tenha surgido ao mesmo tempo em que a industria farmacêutica lança seu mais poderoso produto no mercado: a pí­lula anticoncepcional. As mulheres passaram a contar com o apoio da ciência para não conceber. Não precisam mais estar atentas aos seus ciclos naturais se quiserem evitar filhos, seus homens estão eternamente desobrigados da responsabilidade com a fertilização, já que passaram a prescindir até dos preservativos, não precisam mais conhecer os perí­odos férteis da mulher.

Um verdadeiro incentivo a negligencia masculina ao que é essencialmente feminino, e isso com o apoio do movimento de libertação da Mulher. Que desatino! Esse foi o maior crime contra a alma feminina. Quantas conseqí¼ências desastrosas não surgiram dessa “conquista”? Ao utilizar a pí­lula e levantar a bandeira da liberdade sexual, gerações inteiras de mulheres passaram a enviar mensagens a seus cérebros de que não havia necessidade de produzirem determinado hormônio, para 40/50 anos depois, na menopausa, precisaram repor os mesmos hormônios artificialmente. Quanto lucro para essas indústrias! Um planejamento digno de admiração, não fosse essa a principal arma contra a mulher, representante mais significativa da alma feminina na humanidade. Nesse momento da história, nós agimos exatamente como Lilith, nos privando da força natural feminina e utilizando essa mesma força contra nós mesmas.

Hoje nos vemos distanciadas de nossos ciclos naturais, nos perdemos quando as sensações da energia feminina emergem em nosso corpo. Nos perturbamos com a menstruação, com a menopausa, com nossa capacidade de sentir orgasmos. Não sabemos mais parir ou amamentar sem o apoio da ciência, que passou a ser um selo de qualidade em tudo que nós fazemos e sentimos. Ciência í  serviço da industria, que está a serviço do capitalismo, que está a serviço da conquista da terra, do território, da alma feminina.
A ira feminina voltou-se contra nossos próprios corpos, desejávamos o sentimento de pertencer e para isso nos aliamos ao patriarcado, reproduzindo seu modelo…seu modus vivendi.

Em nossos corações sabemos que a ira feminina está presente em nossos atos e pensamentos. Sempre que nos sentimos culpadas por não conseguir estar com nossos filhos, por não conseguir entregar um trabalho no prazo ou mesmo por não corresponder aos desejos “sexuais localizados” de nosso parceiro, estamos experimentando a ira feminina atuando em nós. Ela se manifesta através de nossas frustrações pessoais, profissionais e sociais.

Ela se manifesta nos cânceres de mamas, de ovários, de útero. A ira feminina se expressa também através dos maremotos, terremotos e dilúvios, numa tentativa desesperada de salvar a Terra. Tantas são suas manifestações e tão grande o seu poder. Procurando uma explicação que me satisfizesse para o fato da mulher atual estar enfartando tanto quanto os homens, encontrei o seguinte ao pesquisar a palavra enfarte:Infarto: área de necrose conseqí¼ente í  baixa de teor de oxigênio; enfarte. Enfarte: ato ou efeito de enfartar, fartação; empanzinamento. Isso me sugeriu a asfixia que a alma feminina experimenta atualmente. Com seu corpo pedindo socorro! Precisando ardentemente ser regida por sua própria natureza! Uma analogia í  Mãe Terra e suas terrí­veis manifestações em resposta í  negligência de seus ciclos, suas necessidades.

Um dia desses uma criança me perguntou como o homem pode ser sido a primeira criatura se não existia a mãe dele. Como ele poderia ter nascido? Foi aí­ que, tentando lhe responder, me lembrei de uma conversa que tive com uma amiga, chegamos í  conclusão que o homem foi feito do pó, ou seja, do barro, da terra, sí­mbolo do feminino, onde Deus (céu, masculino) soprou e criou a existência humana. Do alto de seus 9 anos, ela fez uma carinha iluminada e disse: Agora sim, eu entendi mais ou menos. Pois acho que eu também estou começando a entender mais ou menos.

Mas de uma coisa eu já começo a entender com mais clareza: é vital que nossa essência seja resgatada e que a partilha entre as mulheres seja estimulada, se quisermos ter uma representação autêntica da Alma feminina em nosso mundo. Só assim nossos filhos não serão mais “roubados” pela sociedade para se tornarem os prisioneiros, guardiões do portal invisí­vel que nos separa de nós mesmas e nos mantém banidas.