10 anos

Eu fiz 41 anos. E de repente, me dei conta que há dez anos eu luto com excesso de peso. Chega né? Até 31 anos eu não tinha nem sobrepeso. Com 31 comecei a engordar e antes da primeira gravidez já tinha sobrepeso, engordei muito em pouco tempo (antes de engravidar, na gravidez mesmo, nem tanto) e de lá pra cá, pff, só ladeira abaixo. E tem seis anos que eu escrevo sobre emagrecer, só engordando (risos). Que cousa. As últimas fotos sem excesso de peso que eu tenho são as do casamento. Yay! #not

Gostaria de ter forças para desistir dessa história de emagrecer, deixar pra lá, porque já era pra eu ter percebido que eu gosto muito mais de comer do que de ser magra. Mas não tem jeito. sigamos então. Como?

Ou não?

sempre precisei de um pouco de atenção

wakep

É quando um espelho, no quarto, se enfastia;
Quando a noite se destaca da cortina;
Quando a carne tem o travo da saliva,
e a saliva sabe a carne dissolvida;
Quando a força de vontade ressuscita;
Quando o pé sobre o sapato se equilibra…
E quando í s sete da tarde morre o dia
– que dentro de nossas almas se ilumina,
com luz lí­vida, a palavra despedida.

David Mourão-Ferreira

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Vontade de novo de ter um blog secreto. Muitas coisas indizí­veis.
Algo acordou aqui que estava dormindo há muito, muito, muito tempo. E eu ainda não faço a menor idéia se é bom.
Saudade de algo que é batido e eu não sei o que é.
É a primeira vez na minha vida inteira que o frio me incomoda. Mas não me incomoda sentir frio, a sensação de estar com frio, me começa a incomodar a estação que traz o frio, nem sei explicar.
Não, eu não estou triste.
Um pouco nostálgica, pode ser.
Talvez sejam os 39 se aproximando.
Talvez seja a conclusão de um ciclo.
Talvez seja Plutão estacionado na minha Casa XI, logo a casa dos amigos tsc tsc…
Talvez, sei lá.
Mas se eu não sei, quem sabe?
Talvez o desafio de muitas escolhas.
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Choque de realidade serve para nada. Acho que fui a última a saber que não adianta, seu latim.
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Olá, eu tenho quase 39 anos e meu nome é CASSANDRA.
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Figura daqui

Só uma palavra me devora

Não se preocupe em entender. Viver ultrapassa todo entendimento.

Clarice Lispector

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Eu estou lendo, a passo de tartaruga, esse livro. (Nunca li tão devagar na minha vida, depois dos 12 anos, eu acho. Mas com a rotina de falta de dormir não tenho conseguido. Ler com um bebê novinho era mais fácil com Tatá, talvez pq não tivesse a internet, pelo menos não dessa maneira de hoje, talvez pq eu fosse mais nova, porque era um filho só, enfim, podeser muita coisa, mas o fato continua eu não tenho dado conta daquilo que é um dops meus maiores prazeres.)

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Esse livro não é um livro que por enquanto está me chamando atenção especialmente não, mas é um boa leitura de ônibus. Ainda estou começando a segunda parte, posso gostar muito ainda, veremos.

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Mas outro dia me deparei com essa parte aí­ embaixo onde a autora fala mais ou menos que toda pessoa, e toda cidade têm uma palavra que a definem. O trecho é legal, podem ler aí­ embaixo.Então eu fiquei pensando qual seria a palavra que me definiria.

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Bem, definir eu acho muito forte, mas sem conseguir fazer nada de mais relevante nessa vida, pensei numa palavra que fala muito a respeito de mim. Eu já tinha certeza que minha palavra seria um verbo.

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Assim que li esse trecho, pensei em “conhecer”. Mas não, não é conhecer, se fosse eu seria mais viajante. Eu seria mais experimentadora, eu viveria mais de acordo com os sentidos, mas eu sou um pouco mais mental. Eu não tenho essa sede de conhecer mais, acho que já tive mais.

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Então descobri, minha palavra é ENTENDER.

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E a sua palavra?

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– Talvez você e Roma só tenham palavras diferentes.
– Como assim?
Ele disse:
– Você não sabe que o segredo para entender uma cidade e seus habitantes é aprender qual a palavra da rua?
Ele prosseguiu explicando, em uma mistura de inglês, italiano e gestos, que toda cidade tem uma única palavra que a define, que identifica a maioria das pessoas que mora ali. Se você pudesse ler o pensamento das pessoas que passam por você nas ruas de qualquer cidade, descobriria que a maioria delas está tendo o mesmo pensamento. Qualquer que seja esse pensamento da maioria – essa é a palavra da cidade. E, se a sua palavra pessoal não combinar com a palavra da cidade, então ali não é realmente o seu lugar.
– Qual é a palavra de Roma? – perguntei.
– SEXO – anunciou ele.
– Mas isso não é um estereótipo a respeito de Roma?
– Não.
– Mas com certeza existem algumas pessoas em Roma que pensam emoutra coisa que não sexo?
Giulio insistiu:
– Não. Todas elas, o dia inteiro, só pensam

lá no Vaticano?
– Aí­ é outra coisa. O Vaticano não faz parte de Roma- Eles lá têm um mundo diferente. A palavra deles é PODER.
– Eu chutaria FÉ.
– É PODER – repetiu ele- – Acredite
a palavra de Roma… é SEXO.

Se formos acreditar em Giulio, essa palavrinha – SEXO – calça as ruas que você pisa em Roma, jorra dos chafarizes daqui, enche o ar como o barulho do tráfego. Pensar nisso, vestir-se para isso, aceitar isso, recusar isso, fazer disso um esporte e um jogo – é só o que todo mundo está fazendo. O que faria um pouco de sentido para explicar por que, por mais linda que seja a cidade, eu não sinto que Roma seja exatamente o meu lar. Não neste momento da minha vida. Porque SEXO não é a minha palavra agora. Já foi, em outros momentos da minha vida, mas agora não é. Assim, a palavra de Roma, rodopiando pelas ruas, só faz esbarrar em mim e seguir seu caminho, sem causar nenhum impacto. Não participo da palavra, portanto não estou morando aqui por completo. É uma teoria maluca, impossí­vel de se provar, mas eu até que gosto dela.
– Qual a palavra de Nova York? – perguntou Giulio. Pensei no assunto por um instante e me decidi.
– E um verbo, é claro. Eu acho que é CONQUISTAR.
(O que é sutil mas significativamente diferente da palavra de Los Angeles, acho eu, que também é um verbo: CONSEGUIR. Mais tarde, compartilharei essa teoria toda com minha amiga sueca Sofie, e ela emitirá a opinião de que a palavra das ruas de Estocolmo é CONFORMAR, o que deixa nós duas deprimidas.)
– Qual a palavra de Nápoles? – perguntei a Giulio. Ele conhece bem o sul da Itália.
– BRIGAR – decide ele. – Qual era a palavra da sua famí­lia quando você era pequena?
Essa era difí­cil. Eu estava tentando pensar em uma só palavra que, de alguma forma, conjugasse FRUGAL e IRREVERENTE. Mas Giulio já havia passado í  pergunta seguinte e mais óbvia:
– Qual é a sua palavra?
Eu definitivamente não soube responder isso.
No entanto, depois de algumas semanas pensando no assunto, ainda não consigo responder. Conheço algumas palavras que com certeza não são. A minha palavra não é CASAMENTO, isso é óbvio. Não é FAMíLIA (embora essa seja a palavra da cidade na qual vivi durante alguns anos com meu marido e, como não me encaixei nela, esse foi um dos grandes motivos para o meu sofrimento). A minha palavra não é mais DEPRESSíƒO, graças a Deus. Não tenho medo de compartilhar a palavra de Estocolmo, CONFORMAR. Mas tampouco sinto que a palavra de Nova York, CONQUISTAR, seja mais tão condizente comigo, embora esse de fato tenha sido meu mundo dos 20 aos 30 anos. Minha palavra pode ser BUSCAR. (Mas, vamos ser honestos: poderia com a mesma facilidade ser ESCONDER-SE.) Durante os últimos meses na Itália, a minha palavrafoi basicamente PRAZER, mas essa palavra não combina com todas as parte de mim, ou então eu não estaria tão ansiosa para chegar í  índia. A minha palavra pode ser DEVOí‡íƒO, embora isso me faça soar mais boazinha do que sou e não leve em conta a quantidade de vinho que tenho bebido.
Não sei a resposta, e imagino que seja essa a finalidade deste ano de viagem. Encontrar a minha palavra. Mas uma coisa eu posso dizer com segurança – ela não é SEXO.

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Tí­tulo: Comer, Rezar, Amar
Subtí­tulo: A Busca de Uma Mulher Por Todas as Coisas da Vida na Itália, na índia e na Indonésia
Autor: Elizabeth Gilbert
Editora: Objetiva
Edição: 1a. edição, 2008
Idioma: Português
Número de páginas: 344 páginas

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Imagem daqui

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Saber como se faz uma coisa é fácil; fazê-la é que é difí­cil

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Terêncio

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(Tô nessa vibe)

A única coisa que eu realmente quero neste momento é voltar a Buenos Aires. E quero um pouco também emagrecer. (O que eu mais queria ultimamente, que era amamentar exclusivamente o filhote pelo menos até os 6 meses pelo jeito não vai rolar. Amamentar sim, exclusivamente, não, ao que tudo indica.)

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Eu preciso de foco demais da conta. Meu pensamento voltou a ser uma manda de gnus descoordenados. A diferença agora é que não me angustia, só me cansa.

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Eu sei que ter um bebê em casa deixa a vida em suspenso, eu sabia disso, não reclamo. Mas eu tô um pouco cansada. Cansada como quem correu e venceu uma maratona. Ou cansada na verdade, como quem está correndo a maratona, Um cansaço endorfinado, ou ainda ocitocinado.

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De novo voltou o interesse no tarô, na jornada do Herói, em Campbell. Só falta cérebro em ordem pra ler sobre. O bom é que dá pra juntar os dois assuntos num só. Com esse livro, por exemplo.

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Eu ganhei do marido o Tarô Dourado de Boticelli e estou amando. Normalmente não curto muito esses tarôs muito inventados não, mas este é lindo! (pode-se ver as cartas todas aqui).

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Não bastasse a preocupação com meu próprio peso, agora a preocupação maior aqui em casa, aquela que nos tira o sono é com o peso do bichinho, meu pequeno Leprechaun…

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Cansaço me dá vontade de fumar, muita vontade. E de comer. Como não posso fumar, eu como. Doces. Cigarro descansa demais, é incrí­vel. Meu corpo todinho dói fibro e artrite voltaram com tudo. Mas é comum nesse perí­odo pós parto. E passa, também…

a felicidade é como a gota

Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo – quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar í  desorientação.

Clarice Lispector

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Que tipo de pessoa procura “oração pra destruir alguém”? E acaba caindo aqui no meu blog…

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Amanhã começo dietinha. hahahahahah. Mas começo mesmo, pra valer. Aproveitar que amamentando a gente pode comer mais…

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Eu não sei o que anda me interessando. Sei até, mas não é interessante. Não é blogável.

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Escrevo só pra manter.

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Não tenho tempo mais pra nada, nadica de nada. Nem cabeça. Mas passa. E muito rápido, infelizmente.

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Preciso atualizar a lista das 101 coisas. Preciso encarar essa lista. Preciso arrumara bagunça.

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Mas enquanto a amamaentação do Gael não engrenar, não penso em mais nada, não faço mais nada.

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Larguei o doutorado. Aff.

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Saudades IMENSAS de Buenos Aires

865

Entender-se cura, aceitar-se salva.

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Fabrí­cio Carpinejar

Clique

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Lembrancinha de nascimento do Gael

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  • Hoje eu acordei inexplicavelmente feliz. (Quase, pra dizer a verdade, existem algumas explicações). Apesar de ter dormido pouco e apesar de uma dor de cabeça gigante.

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  • 2009 foi um ano maravilhoso. Cheio de emoções. Talvez o ano mais emocionante da minha historinha.
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  • Eu realmente me senti protagonista da vida nesse ano. Me senti em plena jornada do herói. Ou pelo menos foi assim que eu quis significar. E acabou dando certo. E não foi só o parto, foi muito mais que isso, muito mais. Foi o ano em que eu fui mais fiel a mim mesma.
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  • Tenho vontade de escrever mais nesse blog, ter um diário é gostoso, é um hábito adolescente que eu não queria perder, adoro essa minha agenda virtual. Adoro colar meus papéis de balas e bombons aqui. Registrar os beijos apaixonados e chorar os bolos.
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  • Posso retomar o projeto de emagrecer.
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  • Posso ler mais agora. As coisas estão entrando nos eixos. Esse ano me fortaleceu muito. Eu sinto que posso. E sinto que é possí­vel.

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que venha 2009

“Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo – quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar í  desorientação.”

Clarice Lispector – A Paixão segundo GH.
Deixei aí­ embaixo que é pra vcs darem uma olhada.

É um dos meus livros preferidos, mesmo que eu não tenha lido.

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2009 chega hoje pra mim. Estou de férias! Depois de um ano pesado, cinzento e meio amargo. Nada aconteceu de catástrófico, ninguém morreu, eu realizei um dos maiores sonhos da minha vida, mas mesmo assim o gosto dele é de chumbo e a cor é cinza. Eu perdi um pouco a fé na vida e nas pessoas. Aprendi uma lição dura de que amor só não basta pra gente ter perto quem a gente ama. Aprendi o quanto nossas limitações são decisivas pra afastar ou manter perto as pessoas.

Eu perdi uma grande amiga de maneira meio estúpida, mas inevitável. Nossas limitações acabaram ficando incompatí­veis e não deu mais pra conviver. E isso me custou bastante em termos emocionais, porque eu achava que essa amizade era pra sempre, mas sempre acaba mesmo né? E o mais triste é que nada de concreto aconteceu, ninguém sacaneou ninguem, não houve briga nem discussão, ninguém fez efetivamente nada. Mas o desgaste foi muito grande e de repente acabou. Dói ainda muito, mas é a vida.

E agora no final do ano outro fim de relacionamento que eu botei um ponto final pq tava me prejudicando já. E é bola pra frente, mas é alguém de quem eu também vou sentir uma certa falta, convivi com ela muito de perto por alguns anos.

Então foi a sensação do ano, em retrospectiva: a de faltas e de perdas meio amargas, perdas daquelas que a gente sofre muito por incompetência. E sensação forte de incompetência, foi um ano meio morto na área de conquistas, eu não fiz quase nada, me sinto meio fracassada.

Mas já passou, eu já estou em 2009, ou quase e o ano novo quero que seja diferente, como sempre queremos né? É bom se iludir que vai ser diferente, melhor.

Na verdade esse é um post que deveria ser não-escrito, mas tem o compromisso de vir aqui né? Que eu estou honrando.

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Figura daqui, licença creative commons

Leia o livro aqui

Escravo é aquele que espera por alguém para libertá-lo
Ezra Pound
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Entre ontem e hoje eu vi duas blogueiras (cujos blogs eu gosto muito de ler) falando sobre fechar os blogs porque não conseguiram/não estão conseguindo resultado. Fiquei triste. Não que eu não tenha pensado nisso várias vezes e não tenha efetivamente fechado dois blog, o Leveza de Ser e o Leveza. Na verdade são o mesmo blog, assim como este ainda é o mesmo do inicio, de tantos anos atrás. Só que em servidores diferentes. Na verdade eu nunca fechei de verdade, ele sempre esteve aqui, na minha cabeça. Continuar lendo

Tem post novo no Leveza 208580589_c5fd9ab323_z

Creative Commons License Figura daqui, licenciada sob uma Licença Creative Commons.

Eu não sei se é impressão, mas além de não ouvir as pessoas não querem trocar. Nada. Nem palavras escritas, nem nada. Talvez seja comigo. Mas eu sei que não. E quando se tratar de pedir… Ou de usurpar…

Eu tenho alguns ataques de generosidade de vez em quando. Por puro egoí­smo. Não ataques de altruí­smo, mas generosidade, pra me sentir legal.

Ai eu te ofereço um presente. Não; eu te dou um presente. Também porque eu gosto de você e em troca de um sorriso, talvez. E você não pode somente aceitar, você tem que tirar vantagem dele. Tem que ser sorrateiro e achar que eu não vou perceber que você foi ao banheiro na hora de pagar a conta. Tem que esconder de mim a bugiganga que comprou só pra você comer escondida enquanto está comigo. Se você pede, eu dou, pode acreditar. Não precisa fingir, abrir minha bolsa e me tatuar idiota na testa. Eu sempre sei do erro na conta. SEMPRE, mesmo que finja que não. Mesmo que eu finja que não, eu vi. Continuar lendo

faça o teste

Você é feminista?
Eu vi essa teste na Cynthia Semí­ramis e tenho que deixar aqui. Pra você testar se você é feminista. A Cynthia escreveu isto e eu assino embaixo. O blog dela vale demais a leitura viu?
1. Você concorda que uma mulher deve receber o mesmo valor que um homem para realizar o mesmo trabalho?
2. Você concorda que mulheres devem ter direito a votarem e serem votadas?
3. Você concorda que mulheres devem ser as únicas responsáveis pela escolha da profissão, e que essa decisão não pode ser imposta pelo Estado, pela escola nem pela famí­lia?
4. Você concorda que mulheres devem receber a mesma educação escolar que os homens?
5. Você concorda que pesquisas médicas devem ser feitas levando em consideração as diferenças biológicas (e principalmente hormonais) entre homens e mulheres?
6. você concorda que mulheres devem ter autonomia para gerir seu dinheiro e seus bens?
7. Você concorda que mulheres devem poder escolher se, e quando, terão filhos?
8. Você concorda que uma mulher não pode ser punida por se recusar a fazer sexo ou a obedecer ao pai ou marido?
9. Você concorda que atividades domésticas são de responsabilidade dos moradores da casa, sejam eles homens ou mulheres?
10. Você concorda que cuidar das crianças seja uma obrigação de ambos os pais?

Cada resposta sim significa assumir um ponto de vista feminista. Bem-vind@ í  turma! ;)