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Ainda estou presa
Uma das coisas que eu andei “descobrindo” nestas últimas semanas (ou meses) é que o meu maior desejo (como deve ser o de muita gente) é ser livre. Ainda não sei de nada melhor do que a liberdade, acho que nem o amor, porque amor que não é livre não é amor feliz, ao menos na minha maneira de ver as coisas. E essa descoberta (eureka!) foi importante porque me fez ver com mais clareza as prisões sem fim em que me meti ao longo da vida.
Algumas prisões a gente escolhe e até gosta, como casamento, fidelidade, filhos, etc. (Olha só, eu não estou dizendo que não goste de ser casada, fiel e de ter filho, sou muito bem casada obrigada, amo demais minha cria, mas ainda assim para mim não deixa de ser prisão.) Vinha pensando a respeito disso já a algum tempo.
E coincidência ou não, fim de semana passado li muita coisa de um blog que a Gaby tinha me recomendado quando ainda aparecia por aqui, o Liberal Libertário Libertino. Esse blog tem uma série de posts sobre as prisões da vida. Muito boa essa série, embora algumas eu ache meio impossíveis de colocar totalmente em prática, e outras prisões eu já tenha superado (ou acredite nisso).
Tem muita coisa nas opiniões desse autor que eu acho bem engraçadas, algumas que não concordo, mas que ainda sim são engraçadas. Enfim, é um blog legal, bem escrito vale a pena ler. Especialmente a parte das prisões.
Bem, mas o fato é que percebo cada vez mais que as prisões da minha vida nem são tão metafísicas assim, são prisões muito mundanas, idiotas, mas poderosas, tipo fumar, (coloquei fumar no presente porque ainda estou na área de risco), comer compulsivamente, ser desorganizada e indisciplinada, etc.
É sim, a indisciplina é uma grande prisão, talvez a maior da minha vida até agora, seguida de perto pela vaidade. (Mas vaidade é uma prisão da qual decidi sair só parcialmente.) E para meu desgosto nem é vaidade física, tipo se pintar, se enfeitar, etc., é de outro tipo, mais no sentido de auto-importância demasiada.
Então, olha só onde ainda estou na escala da evolução humana, presa a coisas tão mesquinhas, mas tão reais pra quase todos nós. Certamente eu gostaria de estar noutro patamar, aos 34 anos, mas não deu ainda. Isso não significa que eu desisti, mas já vi que meu ritmo é devagar. E olha que eu tenho (embora eu pareça séria) um big antídoto pra essa posição incômoda na escala da humanidade. Eu sou muito bem humorada, não consigo me levar a sério, acho a vida muitas vezes somente risível.
E daí que agora minha luta é para tentar me livrar dessas mega prisõezinhas. Conseguir me libertar da compulsão, da comilança, da escravidão da comida e do cigarro vai ser um feito e tanto. Deve ser muito bom ficar livre de algo assim. Uma mala a menos pra carregar ladeira acima. Na minha ladeira é melhor ir subindo cada vez mais leve. Do peso físico e do imaginário.
Aí quando eu vir os números na balança abaixarem vai ser um alívio, vai ser sensação de abandonar mais uma prisão, de carregar uma mala a menos.
P.S. Eu devo ser uma “fumante que está sem fumar” muito atípica (ai como a gente gosta de se achar atípico!), pois ainda não senti nenhum daqueles benefícios que dizem a gente sente quando fica sem fumar, tipo sentir mais gosto, ter mais fôlego, dormir melhor, etc. Os únicos benefícios que vi foram me livrar de um escravidão e feder menos. Só isso.
P.S2. Enfim a balança mostrou uma baixa