A partir de amanhã eu vou mudar. Vou pra casa nova. Minha. Que bom, porque eu sou viciada em comços, estréias, recomeços, etc.
Nada como uma mudança de casa, cansa, leva tempo pra ajeitar tudo (e lá tem zilhões de coisas pra serem ajeitadas), mas é gostoso. Eu acho pelo menos. Então se eu sumir, é esse o motivo.
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E hoje é o centenário de nascimento do Mário Quintana. Aquele velhinho singular que morava num hotel e escrevia coisinhas assim:
Que esta minha paz e este meu amado silêncio
Não iludam a ninguém
Não é a paz de uma cidade bombardeada e deserta
Nem tampouco a paz compulsória dos cemitérios
Acho-me relativamente feliz
Porque nada de exterior me acontece…
Mas,
Em mim, na minha alma,
Pressinto que vou ter um terremoto!
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Quintana que eu sentava em um bar e ficava horas a fio lendo prum amigo (lembra, Rada?). Como diria minha avó, "Deus o tenha em bom lugar!!!"
Ah! Como eu gostaria que este centenário fosse mais comemorado. Ele era desses que merecia ser lido em praça publica. Ele, agora passarinho, não deixou passar a sua doçura e sutileza; esta de quem falava que não precisava de casa porque morava dentro de si. Não precisava de casa, mas que mora dentro do coração de quem o lê. Boa mudança de lar, porque sua casa, vc já fez há muito…
Que lindo, querida. Boa sorte na casa nova. Felicidade e paz profunda.