Ontem foi o primeiro dia do Tariq na escola. Eu quase tive um ataque cardíaco, mas ele nem percebeu. Foi para escola, já no corredor virou e acenou dando tchau com um sorrisão e disse: Vai mamãe, bataiá! Bataiá e o jeito que ele diz trabalhar, e acabou ficando mais apropriado, porque meu serviço mais se parece a uma batalha mesmo.
Daí primeiro dia, a diretora da escola (que foi minha primeira empregadora há quase vinte anos atrás) disse: primeiro dia, é melhor deixar só umas duas horas, as crianças choram mesmo, chamam a mãe e tal. Quinze horas o pai dele foi buscar e ele não quis vir de jeito nenhum, quis ficar brincando lá, não derramou nem uma lágrima. Dezessete horas, eu voltei do trabalho, passei pra pegar o rapaz e ele não queria vir embora, veio a contragosto, é mole? E eu achando que ele ia achar difícil adaptar…Hoje onze horas da manhã já estava pedindo pra ir pra escola. Só saiu de lá mais cedo porque a prima amada chegou e foi comigo lá buscar, mas mesmo assim, ainda ensaiou um "não quero ir embora". Que beleza.
Minha mãe diz que eu fui pra escola com quatro anos de tanto encher o saco dela que queria ir pra escola, queria ir pra escola. Minha irmã só foi depois de seis anos. Nunca derramei uma lágrima. E estudei em colégio de freira, com uma soror brava de dar gosto. E pra falar a verdade, se pudesse tava na escola até hoje. Eu adoro escola, adoro mesmo. Principalmente quando estou longe dela e esqueço as mazelas. Ainda volto, talvez esse bendito mestrado no final do ano. Mas agora o foco mudou, eu queria mesmo era estudar Astrologia grega e medieval, (meu Deus eu não sabia que isso era tão tão interessante). Agora, sabe Deus onde eu vou achar um Mestrado em Astrologia Medieval…Aqui na UFMG é que não vai ser, mesmo. Aquela velharada que torce o nariz até pra sociologia do consumo, vai muito deixar eu encaixar astrologia no Mestrado. Apesar de que esses dias eu vi uma dissertação sobre astrologia como discurso narrativo, ainda não li, mas imagino só a viagem. Talvez na Antropologia, recém criada, quem sabe? Eu torço pra que seja mais fresca que aquele departamento de sociologia. Argh! Não é cuspir no prato, mas cada vez que me lembro que larguei um mestrado faltando uma matéria e a dissertação por causa da velharia, mofo e falta de ética naquele departamento, o sangue sobe.
Mas o assunto era outro. Era o Tariquinho, todo seguro de si, estudante. Ai Jesus, eu não tenho mais bebê em casa.
Que gracinha… Ele sem medo da escola e vc descobrindo que seu filho tem olhar para alem do lar… Lindas descobertas. Como diz a minha mãe, quem herda não furta. Vc tambem adora escola. E vai continuar na Astrologia sim. vc é absolutamente genial aà e em outras areas. Kiss