Eu não sou uma pessoa naturalmente otimista. Muito antes pelo contrario, meu primeiro movimento é pessimista. E eu sou um pouco cínica também (embora eu não deixe muito extravasar isso, pois acho cinismo, ironias, sarcasmo e cia ltda. agressivos e desnecessários. Daí eu só penso, pois é inevitável.) Cinismo exige uma certa dose de pessimismo. É como se o meu modo de funcionar natural fosse pessimista, fosse deprimidão e tal. Eu já sofri por sofrer. Já tive vergonha de ser pessimista, e de ser emotiva. Hoja não tenho vergonha mais, eu sou o que sou, cada vez mais. E isso inclui esse lado mais sombrio.
Mas eu me esforço muito e todos os dias pra não ser pessimista. Para achar a Pollyanna mesmo, por mais imbecil que essa personagem possa parecer. Porque ela me salva muito. Só não me entrego a ela porque ela é mais burrinha. É preciso dosar, eu acho. Acho que essa é a minha maior cruzada, não me deixar vencer pelo pessimismo.
Acho que escolher a leitura negativa da vida é algo profundamente burro. Eu não acho que pessoas tristes são glamourosas, são chiques nem são mais inteligentes. E muito menos profundas. Profundamente chatas, eu acho. eu acho insuportável, inclusive a minha prórpia companhia quando estou pessimista.
Corro de mau humor. Por isso me esforço tanto pra não me entregar ao pessimismo, ao mau humor. E é isso que me move, esse olhar que depois do primeiro movimento de “não vai dar certo”, vê que vai sim, que não se entrega a ruminações sobre a infelicidade, as catástrofes e tal.
E esse movimento é muito fácil de perceber quando eu estou fazendo dieta. Ou tentando mudar algum hábito.
Porque tenho que me esforçar muito pra me convencer que vai dar certo, após a 45678ª tentativa frustrada, que não, que eu vou conseguir dessa vez e coisa e tal. Tenho que lutar bravamente contra a convicção de que vou fracassar mais uma vez. E tenho que lutar com esse meu lado que me apresenta estatisticas de fracasso e que me mostra o quanto eu sou hedonista, o quanto eu tenho o estômago fraco pra contrariedades, pra disciplina e tal. Nesse momento, Pilar, a Pessimista está vencendo.
Mas se for preciso fingir pra neutralizar essa danada, eu vou fingir. Se é pra fingir que eu tenho força de vontade, eu finjo, sem problemas. Se é preciso fazer valer as mandingas e mentalizações e seja lá o que for, tá valendo, mesmo que eu não acredite muito em nada disso. Mas mesmo que principalmente eu aõ acredite que posso. Mas vou fingir que sim, até ficar saudável outra vez.
Eu sei que nessa brincadeira de fingir eu já eliminei 2 quilos. É bom demais isso. Mesmo sabendo que TPM engorda e que eu perdi peso foi depois dela, eu vou comemorar mesmo! Dois quilos são uma vitória, ainda mais depois de ter engordado tanto em Buenos Aires.
E não vou deixar esses quilos voltarem. Agora é ladeira abaixo. Até ficar tudo melhor de novo. Por isso eu falo em voz alta que vou conseguir, pra ver se eu mesma acredito.
Eu estou fingindo, mas podem acreditar. O resultado vai ser real, ai não vai mais importar quem fingiu o quê.
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Imagem de:http://www.graphitelight.hu/
Naluuu, que delÃcia, hem? Dois quilinhos jogados fora forévis. Super acredito e tenho muita confiança em você. Já deu certo.
Beijos.
Primeiro: parabéns! 2 quilos a menos tem que festejar e muito!
Principalmente se vc é muito inteligente: porque é mais difÃcil emagrecer quando somos inteligentes (afinal de contas, para quê emagrecer se vivemos tão bem no nosso mundo “mental”?)
Você não tem idéia do quanto te entendo! Nunca fui muito “alegre”, quando criança parecia “doente” de tão tão melancólica. Na adolescência piorou.
Quando fui cursar Ciências Sociais descobri que a tristeza, o pessimismo, o sarcasmo, o cinismo, a depressão, os vÃcios, eram altamente valorizados naquele ambiente! Era bonito e charmoso querer se matar de tão triste!
Respirei esses ares por 4 a 5 anos, e só piorei!
Daà conheci, fora de lá, pessoas simples e felizes! E parei de achar graça ma tristeza e em tudo o que vc relatou.
O meu maior salto foi o blog. Eu sempre achei blog coisa de gente exibicionista (jamais faria um). Até hoje quando digo que tenho um blog as pessoas dizes “o quê? você?”
E digo mesmo: porque sinto que virei “gente” normal depois do blog.
Gente normal.
Coisa mais sem valor no mundo que eu vivia. O legal era ser “estranho” excêntrico.
Estou adorando ser normal e otimista: estou cada dia mais otimista!
Beijos e desculpe usar teu espaço para desabafar: seu post me levou a isso.
Parabéns! Você vai conseguir emagrecer!