a louca

O Louco
Imagem do Tarô da Criança interior

O Louco


Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim:Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente gritando: “Ladrões, ladrões, malditos ladrões!”

Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim. E quando cheguei í  praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: “É um louco!” Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua.

Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei: “Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!”

Assim me tornei louco.

E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.

Gibran Khalil Gibran – O Louco – Editora Acigi – 1999
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Aí­, eu não tenho nada pra dizer agora. Mas preciso vir aqui, já viu né? Um pouco de falta de atenção e olha, lá se vão… Acho que preciso de contratar uma empresa de vigilância, pra me lembrar de não esquecer que eu preciso me lembrar incessantemente. Porque minha louca menininha interior se esquece que a vida é séria e vive correndo atrás de borboletas açucaradas e coloridas. Sabe, essa menininha acha que a vida é curta, que não pode ser prisioneira de restrições e dias cinzas…

E eu, como boa mãe preciso orientar essa enininha, antes que ela apodreça sem amadurecer. Mas pelo visto não estou sendo boa mãe, porque a menina me escapa e se machuca constantemente. Ai eu penso se não seria melhor contaratar uma empresa para vigiar a menininha elbrar a ela que a vida pode seim er uma chatice sem fim em alguns perií­odos, as que a longo prazo compena. Mas como explicar isso pra uma menina de 2 anos de idade?

4 comentários em “a louca”

  1. Oi Nalu, a minha menina tem 5 anos, também vive desviando do caminho para ir atrás de prazeres imediatos, como se a vida fosse acabar daqui 10 minutos, precisa-se de uma mãe ou de uma empresa de vigilância, eu preciso, assim como voce, lembrar a cada segundo de minha vida do que é mais importante, priorizar, abrir mão do agora para investir no amanhã, eu consegui fazer isso com minhas contas, vou conseguir com a comida, voce está na minha bolsa de apostas, sorte, coragem, fé, confiança em si!!! Bjs, Ge.

  2. A minha menina acho que já cresceu… mas precisa se situar melhor na vida, adquirir novos hábitos, ficar mais tranqüila… se livrar de todas as máscaras…o mais difícil é que aqui não tem ladrão pra fazer esse favor, tem que ser ela mesma! Gostei do sei post, às vezes é bom não termos nada pra dizer! Bjs

  3. Gibran Khalil Gibran, eu já li e adoro ler! Mas sabe que faz mais de 10 anos que li esse autor! E me dei conta que cheguei no ponto em que posso dizer que faz uma década que não faço alguma coisa (rsssssssss).
    Beijos

  4. Eu adoro ficar sozinha, mas ainda não tinha pensado que pode ser por causa da liberdade que eu sinto… Gente, será que eu sou louca?
    Eu gostava de fazer Yoga. Na verdade, era uma aula que misturava Yoga, Tai-Chi e Pilates. Mas troquei de academia e a que eu freqüento não tem mais. Snif…
    Beijo!

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