(…)Desiderium, sidera, designiu. Estranhos entrelaçamentos estes nos quais a linguagem nos enleia, pois na origem do nome desejo, desiderium, sussurra ao fundo a palavra sidera : as estrelas, as constelações siderais.
Sidera pertencia ao vocábulo dos adivinhos e sacerdotes. Consultava-se então os céus como um oráculo em busca de revelações. No desenho das estrelas, nosso destino encontrava seus desígnios. Eis outra vez o conluio das palavras: desígnio e desenho bebem na mesma fonte etimológica.
De sidera, provêm considerar e desejar. Considerare era observar os astros para encontrar significado, no futuro, ao que acontecia no agora. Desiderare (desejar), ao contrário, era renunciar í s estrelas ou ser desprezado por elas. Ao mesmo tempo ficar ao desamparo de sua providência mágica e arremessar-se no interior do insondável, na exterioridade de si em busca de uma completude.
Por isso o desejo, já em seu étimo, é uma lacuna. O desejo é sempre uma falta, faz parte de seu desígnio não ser satisfeito. Não apenas porque o objeto ao qual o desejo se endereça é uma alteridade que sempre exclui aquele que deseja. Mas porque quem deseja, deseja que o outro o deseje. Desejar o desejo do outro é sua definição atualizada: expulso de mim, procuro a totalidade do Outro. (…)
Maria Tereza Lopes Dantas.
Seguindo Lacan: “Que não falte a falta”. Bjo
Desejar sempre. Desejar oq ue falta. Desejar para ter. para buscar. Para querer. Para precisar. Para lutar e conseguir.
O meu desejo é uma ordem!
E não é Pipida? 🙂
Alena, adorei isto que vc escreveu. Beijos.
Desejos,desejos,desejos…
Preciso urgente de alguma satisfação.
Então, Kathia, o que é que a gente faz??? Porque desejar é vital, mas ficar só nos desejos…Pode ser terrÃvel né? Beijo grande.