Eu estou perdendo minha habilidade social. Talvez seja resultado de oito anos como cobradora de impostos do dia da derrama. Talvez seja o casamento que sem querer isola a gente de saídas, de baladas, etc. Talvez eu esteja passando por algum período de esquisitice aguda que já dura muito tempo, não sei o que é. Sei que tenho pensado muito sobre isso, e vejo que não consigo mais interagir como antes. As pessoas me machucam, o encontro com elas é como esbarrar em uma ferida aberta (que na verdade é o que me tornei, uma grande ferida aberta). Eu não consigo mais interagir, com exceção de poucas pessoas, as pessoas me doem e não era assim.
Eu sempre tive muitos amigos, namorados, encontros, mas agora eu me magoo toda hora e troco os pés pelas mãos em qualquer interação. Eu tenho a forte suspeita de que é resultado do meu trabalho, onde todos os encontros são embates, onde eu não sou bem vinda em lugar nenhum, onde praticamente todo mundo está mentindo pra mim. Eu lido com o lado mais sujo do ser humano, podem acreditar, o lado mais sujo é o bolso do ser humano, é incrível como as pessoas despertam o pior de si quando o assunto é o seu patrimônio material. A gente sabe disso, mas lidar diariamente com isso é feroz. Acho que ao longo dos anos essa lida diária veio minando minha capacidade de interagir com
o mundo as pessoas em geral. Eu fiquei assustada em perceber como fiquei inábil no trato com o ser humano, eu estou virando uma eremita (mentalmente), que só quer isolamento e distância do ser humano, sabe? E óbvio que isso não é saudável. De todo modo, perceber isto talvez já seja um passo para barrar este processo.
Sim, principalmente quando vc sabe o porque de fazer isto.
É preciso se separar deste trabalho.
E se permitir prazeres.
Beijo.
Nalu,
Tudo bem. Só espero que isso tudo não “barre” nosso café de terça-feira. (Rssssss). Tô com vontade de papear um pouco…
Uma hora isso entra na minha cabeça. E no corpo também. Não tarda. Beijos.
Não vai atrapalhar, ode deixar. Eu tb tô com vontade de conversar. Beijos. Não esqueça de dar um super beijo no Pedro.
Ai, ai.. Meu caminho atual é o de aproximação de grupos ligados à questão da diversidade sexual.. tendo que descobrir um trato natural, sem grandes melindres, na fronteira entre o politicamente correto e o chato.
Obrigada pelas vibes. Vou precisar de todas!!
Cheiro pra Vc e pro seu Pequeno Samurai!
Nossa, Michelle essa fronteira é realmente super delicada…Mas o trabalho parece ser super legal…Beijão pra vc também.
Olá Nalu
Acho que vc está dando o primeiro passo pra deixar de ser eremita, que é querer mudar.O próximo creio que seja forçar a barra um pouco, sabe? Se alguém te convidar pra algo responda “sim, eu vou”, mesmo se sentindo insegura. Lute contra sua vontade de não ir, e vá. Vc vai notar que após chegar, se sentirá feliz em ter ido, e aos poucos começará a se soltar mais. Pelo menos aconteceu assim comigo.
Beijos!
Oi Flávia! É isso mesmo que eu venho tentando fazer, sabe? E na verdade nem é uma questão de não sair e tal, é que eu sempre fico desconfortável, num nÃvel alto. Mas eu sei que dá pra mudar um pouco isso. Um beijão. Em vc e nos meninos também.