gnus

E eu olho a minha vida torta, minha trajetória tão bagunçada, cheia de curvas e desvios e voltas e reentrâncias. E lixos pelo caminho que í s vezes eu acabo voltando pra pegar. Júpiter retrógrado. mas nem é isso. Logo minha trajetória, como meu rosto, tão poluí­do, tão carentes da linearidade relaxante. E eu que detesto curvas sinuosas demais, desvios, que gosto tanto das coisas planas, das peles lisas, da claridade, da assepsia.
Queria não ter esse rosto tão sujo nem essa trajetória tão bagunçada. O que eu limpei emocionalmente repercutiu em outras áreas. O esforço que eu faço cotidianamente para controlar minhas emoções e atitudes furiosas tem seu preço e í s vezes ele é bem alto. O preço do descontrole emocional também é muito alto, mas eu sufoquei meu impeto criativo, eu sufoquei minha expressão.
Tá certo, eu precisava, eu aprendi muita coisa, eu sou um ser humano melhor hoje do que era há alguns anos. Eu acho. Mas preciso encontrar minha produção, preciso ver concretudes.
Aí­ entra o lado bom da ausência dos antimalucogênicos. Eu sou perturbada, conturbada, poluí­da, mas sou mais produtiva. Em compensação sou (meus pensamentos são) um rebanho totalmente alucinado, um monte de gnus descontrolados.

2 comentários em “gnus”

  1. Confesso que seu traço mais interessante nos ultimos tempos tem sido as suas escolhas para se descrever. Mas gnus foi inacreditavel.Porem acho que vc deveria se identificar com outro bicho, porque este tem muitos predadores. E vc não.Beijo

  2. Ah, Pipida, mas eu só identifico os meus pensamentos com eles…E acho que eles são bem simpáticos, né não? Beijos.

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