Em Forma de Dentro para Fora


Do livro “Em forma de dentro para fora“, de Victoria Moran
516dNOZFTYL01. ACEITE-SE COMO VOCíŠ É HOJE
Se você não se aceitar como a pessoa que é,
não viverá plenamente e, se não viver plenamente, terá de
encontrar essa plenitude de alguma outra forma.
ACEITAR QUEM VOCíŠ É, DE CORPO E ALMA, não garante que você vá emagrecer. Contudo, isso a coloca na posição ideal para emagrecer — não apenas mais uma vez, mas de uma vez por todas. Se você não se aceitar como a pessoa que é, não viverá plenamente e, se não viver plenamente, terá de encontrar essa plenitude de alguma outra forma.
Pode ser difí­cil aceitar a si mesma se você for uma pessoa obesa (ou se pensar que é), porque a cultura de massa veiculada pela imprensa e pela televisão sugere que ser gordo é abominável. Isso induz ao ódio por si mesmo, a mais comida e a menos exercí­cio (“Não posso ser vista em roupas de ginástica. Vou fazer ginástica depois que eu emagrecer os primeiros quatro quilos”).

Você pode não estar pensando conscientemente: “Estou absolutamente inaceitável hoje, mas quando pesar 54 quilos estarei perfeita.” Contudo, inconscientemente, é difí­cil não ter esse tipo de pensamento, porque a mí­dia nos bombardeia com mensagens de que somente corpos magros (e, já que estamos falando no assunto, podemos muito bem acrescentar, jovenss) são aceitáveis.
Toda era e toda cultura apresentam um modelo fí­sico ideal, mas somente na história recente este ideal nos tem sido impingido centenas de vezes por dia por intermédio de revistas, filmes e televisão. A conclusão de que mesmo o peso normal não é suficientemente “magro” faz com que seja difí­cil para muitas pessoas, especialmente para mulheres, aceitarem e valorizarem a si próprias. Se você de fato é gorda, isso é ainda mais difí­cil.
A sugestão, subliminar ou declarada, de que todas nós deverí­amos ter um corpo de supermodelo é tão absurda quanto sugerir que todos nós deverí­amos ter o QI de Albert Einstein. Se teoremas matemáticos fossem tão valorizados na cultura de massa quanto artigos de moda e perfis de celebridades, estarí­amos lamentando a pobreza de nosso intelecto em vez da flacidez de nossas coxas.
Compreenda muito claramente o seguinte: ser gorda não é repugnante. Abusar de crianças é repugnante. Manter um cachorro preso fora de casa o dia inteiro e a noite inteira, quaisquer que sejam as condições do tempo, é repugnante. Existir populações sem teto e armas de destruição de massa é repugnante. Estar obeso é um estado. Uma situação. Certamente, uma inconveniência. Uma ameaça para a saúde, em muitos casos. Um sinal, talvez, de auto-indulgência, de indiferença ou de angústia emocional. Mas não é repugnante.
E de vital importância que você compreenda isso para começar. Caso contrário, poderá estar vivendo feliz da vida vestindo manequim 40, e então alguma coisa acontece. Você pode reter lí­quido antes da menstruação ou, ao tomar um medicamento, ter uma reação de aumento de peso. Ou talvez chegar í  idade madura e despertar uma bela manhã certa de que algum bandido hormonal passou durante a noite e roubou seu estômago liso e deixou você com uma barriga arredondada. A menos que comece a aceitar a si mesma da maneira como é, todos os dias mudanças como essas poderiam fazer com que você revertesse í  visão de si mesma como “repugnante”, que é o lugar ideal para recuperar todo o peso que você emagreceu. A aceitação, por outro lado, cumpre um duplo papel. Ela lhe propicia paz de espí­rito e torna possí­vel mudanças no futuro. A aceitação não é racionalizar e considerar comer em excesso como sendo bom. Nada que deprecie sua vida deve ter espaço nela, quer seja um patrão autoritário e desrespeitoso, quer seja uma doença que não é tratada, ou uma afinidade peculiar por bolo com recheio em camadas e restos de comida. Seu comportamento quando está diante de comida é — deixo a escolha da palavra para você — um hábito, uma fraqueza, uma doença, uma dificuldade. Não importa como escolha chamá-lo, é algo de que você participa; não é quem você é. Enfrente o problema, mas aceite a si mesma.

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