Escravo é aquele que espera por alguém para libertá-lo
Ezra Pound
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Entre ontem e hoje eu vi duas blogueiras (cujos blogs eu gosto muito de ler) falando sobre fechar os blogs porque não conseguiram/não estão conseguindo resultado. Fiquei triste. Não que eu não tenha pensado nisso várias vezes e não tenha efetivamente fechado dois blog, o Leveza de Ser e o Leveza. Na verdade são o mesmo blog, assim como este ainda é o mesmo do inicio, de tantos anos atrás. Só que em servidores diferentes. Na verdade eu nunca fechei de verdade, ele sempre esteve aqui, na minha cabeça. Continuar lendo

força estranha

“Todo mundo é ignorante, só que em assuntos diferentes.”
Will Rogers

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Essa tela em branco a me tentar. E eu olho e não sei. Como de resto não sei de muitas coisas. Não sei como emagrecer, está é a verdade. Não sei quem seria, quem serei magra. A idéia me assusta. Tive dois sonhos em que eu estava nua em público. Tudo bem, o primeiro até teve um contexto em que veio í  tona um lado indesejável de mim, em acontecimentos que me mostraram que eu fui uma pessoa pouco legal. E ai tudo bem estar nua em público. O segundo caso, o segundo sonho num contexto de revelação de segredos. Segredinhos, bobagenzinhas, mas de todo modo em grupo a gente sempre tem exposta alguma parte da gente que não podemos controlar. E também um contexto de ressureição de mortos nem tão mortos assim. Tudo bem.
Mas esses sonhos foram metáforas. Altamente metafóricos. Acho que agora vai clareando o fato de que voltar a ser magra me assusta. Muito. Acho que quase me desnuda e isso é que meu inconsciente tem berrado pra mim. O próximo passo é descobrir como superar esse pavor de emagrecer, porque eu já tinha falado desse medo num dos primeiros posts sobre emagrecer que fiz na vida, lá no velho bloguinho….
E o í­nco jeito que eu conheço é assim, tentando me conhecer, pelo menos é o único jeito que dá certo em outras searas da minha vida.
Por isso essa força estranha de vir aqui e escrever, escrever, mesmo quando o não sei é abissal.
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Clique aí­ pra ouvir Força Estranha

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some fúria

Fúria nas trevas o vento
Num grande som de alongar,
Não há no meu pensamento
Senão não poder parar.

Parece que a alma tem
Treva onde sopre a crescer
Uma loucura que vem
De querer compreender.

Raiva nas trevas o vento
Sem se poder libertar.
Estou preso ao meu pensamento
Como o vento preso ao ar.

Fernando Pessoa, in “Cancioneiro”

Esse poema traduz tudo que estou sendo no momento.

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O que fazer quando um dia são muitos dias num só? São muitos meses, são muitas vidas num só dia? O que fazer quando o dia é cheio de som e fúria e sem abrigo, sem porto seguro, sem velas ao longe? O que fazer quando o dia é tão cheio de meses e anos que não se tem um pingo de fome, mas se tem um fixação oral incontrolável? Quando na verdade só o útero ou o seio materno adiantariam pra amenizar tanto sentimento junto?
Nada é suficientemente saudável num dia assim.

o poder do agora

coisas.jpgNo meu dia tem que ter: (ou eu gostaria que tivesse)

1. duas xí­caras de chá verde
2. um copo de suco de hortelã
3. 3 porções de frutas, verduras e legumes (no mí­nimo)
4. Uma sessão de histórias com Tatá
5. uma carta de tarô
6. uma carta de baralho cigano
7. uma hora de estudo(no mí­nimo)
8. uma hora de leitura(no mí­nimo)
9. 3 sessões de qi mental
10. Pelo menos uma sessão de meditação
11. uma sessão de cuidados com a pele
12. uma sessão de balanço do dia
13. uma sessão de anotação do dia

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Mas não estou dando conta de tudo. Na verdade de quase nada. Vou ver se compro de novo este livro: O poder do Agora ( que eu tinha e dei) pra ver se consigo engatar na saga de prestar atenção. Eu sempre estou perdendo o fio da meada a partira da tarde, a partir da hora que saio pra trabalhar. Como meu trabalho não tem rotina nem horário, nem local fixo, eu muitas vezes me embanano e faço besteiras.

Coloco o livro ai pra quem quiser dar uma olhada, baixar, espiar, etc.

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o Poder Do Agora – Eckhart Tolle

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Tenha o seu em Scribd ou procure por outros livros e tags: Saúde Mental livros poder etc…

a louca

O Louco
Imagem do Tarô da Criança interior

O Louco


Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim:Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente gritando: “Ladrões, ladrões, malditos ladrões!”

Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim. E quando cheguei í  praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: “É um louco!” Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua.

Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei: “Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!”

Assim me tornei louco.

E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.

Gibran Khalil Gibran – O Louco – Editora Acigi – 1999
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Aí­, eu não tenho nada pra dizer agora. Mas preciso vir aqui, já viu né? Um pouco de falta de atenção e olha, lá se vão… Acho que preciso de contratar uma empresa de vigilância, pra me lembrar de não esquecer que eu preciso me lembrar incessantemente. Porque minha louca menininha interior se esquece que a vida é séria e vive correndo atrás de borboletas açucaradas e coloridas. Sabe, essa menininha acha que a vida é curta, que não pode ser prisioneira de restrições e dias cinzas…

E eu, como boa mãe preciso orientar essa enininha, antes que ela apodreça sem amadurecer. Mas pelo visto não estou sendo boa mãe, porque a menina me escapa e se machuca constantemente. Ai eu penso se não seria melhor contaratar uma empresa para vigiar a menininha elbrar a ela que a vida pode seim er uma chatice sem fim em alguns perií­odos, as que a longo prazo compena. Mas como explicar isso pra uma menina de 2 anos de idade?

distracção

distracção
do Lat. distractione
s. f., acto de separar uma parte de um todo; falta de atenção; abstracção;
inadvertência;
irreflexão;
alheamento;
divertimento;
passatempo;
recreação.
Coisa mais louca: para um dia meu ser bom em termos alimentares, eu preciso prestar atenção. O tempo todo. Preciso pensar em comida o tempo todo, sem cessar, de forma obsessiva.
Se eu me distraio um pouquinho, baubau, lá se foi um dia. Isso é serio, eu já percebi como é grave isso em mim. Eu tenho que praticar a atenção plena. E como isso é cansativo… e chato e perigoso. Porque eu preciso pensar e o tempo todo em não comer. E todo mundo sabe que poder tem o “não” para o inconsciente.
Eu espero que isso se automatize algum dia e eu possa voltar a comer normalmente, da maneira que as pessoas normais comem.
Meu problema é com os abismos e as borboletas. Eu não consigo ultrapassar meus abismos porque estou sempre atrás das borboletas…

Leitura do dia: Gula

Gula

GULA
Coleção: SETE PECADOS CAPITAIS
Autor: PROSE, FRANCINE
Editora: ARX
Assunto: FILOSOFIA
Ficha Técnica
ISBN: 8575810790
ISBN-13: 9788575810798
Livro em português
1ª Edição – 200

Francine Prose serve um maravilhoso banquete de espirituosas e cativantes observações sobre o mais delicioso dos sete pecados capitais; a gula. Ela descreve como nossas noções sobre esse pecado evoluí­ram aliadas í s nossas idéias sobre salvação e maldição, saúde e doença, vida e morte. Oferecendo um verdadeiro ‘smorgasbord’, que vai das ‘Confissões’ de Agostinho e dos ‘Perdoadores’ de Chaucer ao ‘Satyricon’ de Petrônio e ‘Inferno’ de Dante, ela mostra que a gula foi uma questão profundamente espiritual nos tempos medievais, mas atualmente a transformamos de pecado em doença – são os horrores do colesterol e os perigos da carne vermelha que endemoninhamos. De fato, a visão moderna da gula é a de que comemos demais em função da compulsão, da autodestruição ou para evitar a intimidade e o contato social. Mas a gula, relembra Prose, é também uma afirmação do prazer e da paixão.

meme

“Quiero veneno para morir o
sueños para vivir.”

Gunnar Ekelí¶f
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Vou responder í  brincadeira que a Ge passou para mim. Obrigada pela lembrança, Ge! Não vou repassar pra ninguém em especial, quem quiser responder, pode fazer, se quiser fazer nos comentários, também vale.
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1. O QUE MAIS GOSTO EM MIM? Da minha voracidade pela vida.
2. O QUE MENOS GOSTO? Da minha voracidade pela vida.
3. O QUE MAIS GOSTO DE FAZER? Ler, aprender, conversar, namorar, agarrar meu filhote.
4. O QUE MAIS GOSTO DE COMER? Doces em geral, doces macios e cheios de chocolate, muito chocolate.
5. O QUE DETESTO COMER? Eu não como nada que eu deteste.
6. COMO ME SINTO HOJE EM RELAí‡íƒO A MEU CORPO? Aprisionada, estrangeira, alienada, infeliz
7. COMO EU QUERO ME SENTIR EM RELAí‡íƒO A MEU CORPO? Eu quero me sentir bem, cuidada, normal.
8. COMO EU ENCONTRO FORí‡AS PARA SEGUIR EM FRENTE? Na verdade, na verdade, ainda não encontrei, eu estou estagnada, ora andando pra trás. Mas não perco o urubu de vista.
9. O QUE VOU FAZER QUANDO ATINGIR O MEU PESO? Nossa, nem sei, nem consigo elaborar isso direito. Mas acho que vou dar uma festa, mesmo que seja uma festa interna. Vou ser muito feliz, eu acho.
Tem mais sobre mim aqui.

um post muito grande

Uma vez que somos destinados a viver as nossas vidas na prisão das nossas mentes, o nosso dever é mobiliá-las bem
Peter ustinov
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Hoje eu resolvi começar mais um programa de emagrecimento. Bilionésima vez. Ops, mas eu dise que não ia mais contar. Só que são oito horas e dezesseis minutos e eu já esgotei a minha cota de alimentação. E estou mega, super, ultra estressada. Por conta de coisas graves acontecendo no trabalho. E olha, o meu trabalho é o grande responsável por eu ter engordado tanto esses anos. O meu trabalho não, claro, mas a forma como eu lido com ele. Tem dez anos que eu estou nesse trabalho, que é maravilhoso por um lado o trabalho dos sonhos em termos de horas trabalhadas/recompensa. Mas do ponto de vista emocional pode í s vezes ser massacrante. E eu não aprendi ainda a lidar com isso.

O processo é o seguinte: acontece alguma coisa ruim. Minha primeira reação é o stress, puro e simples, até porque algumas vezes eu realmente tenho a integridade fí­sica ameaçada. (A integridade emocional ameaçada é a rotina do meu trabalho, mas as vezes acontece de o fí­sico estar em perigo também.)Então, sem que eu possa fazer nada, o gatilho do stress é disparado, e eu sinto que uma reação em cadeia toma conta do meu corpo, que chega a doer. Ai eu me lembro de anos e anos tentando controlar o stress, racionalmente, emocionalmente, com técnicas de relaxamento, com sermões auto-aplicados e etc. e tal e um tempo depois eu consigo não prolongar o stress. Mas aí­ já ferrou um pouco pelo menos. Claro que seria pior se eu não conseguisse nem mesmo controlar depois. Mas um dano no organismo faz. E é muito mais dificil controlar a fome, a gula ou o que seja nesse nivel. (Não, eu não estou me desculpando, eu sou adulta e não preciso disso, eu apenas estou narrando o que acontece comigo.)

E hoje, eu fiquei muito, mas muito estressada com algo no trabalho. Num ponto muito crônico, dificil mesmo de controlar. Até pq não foi só esse acontecimento. Ele foi o coroamento de um processo que eu vivi nesse semestre. Um processo ruim. E ai eu chegei em casa e não tinha nada pra comer, nada saudável. Daí­ fiz uma refeição que se encaixava na cota diária, mas que era calórica e nada saudável, por puro cansaço e esgotamento.

Ai descansei, mas o stress do dia, o ruminar e a expectativa de um plantão ininterrupto de 24 horas amanhã me fizeram implorar por uma compensação oral, por mastigar, ruminar alguma coisa. Eu queria um cigarro na verdade. Mas como tem alguns anos que eu parei de fumar, não podia e eu não ia dar essa pala, claro. Ai tinha biscoito polvilho. Que eu comi um tanto (eu não canso de dizer que essa comida é patética). Um tanto controlado, se comparado a outras vezes, mas que fez um estrago na minha cota.

E vejo como preciso aprender a lidar com isso, como estou engatinhando ainda nesse processo todo. Mesmo depois de tanto tempo nessa, mesmo depois de 3 anos de blog, mesmo depois de tudo, eu ainda sou uma retardada alimentar. Ou emocional, sei lá. Ainda bem, já dizia o poeta, que a esperança é um urubu pintado de verde.

P. S. Enquanto eu escrevia este post, meu pc queimou. Explodiu, escafedeu-se. Com direito a um cheiro insuportável de queimado que se alstrou pela casa e está grudado aqui. Ainda bem que eu estava escrevendo este post no google docs, que salvou automaticamente. Mas perdi o histórioco de uma vida inteira de nerd, aiaiaiai. Ainda bem que vão se os dedos e ficam os anéis.