prisioneiro das circunstâncias

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Figura daqui. Licença CC

A vantagem de ter um blog que pouca gente lê é que há mais liberdade de falar qualquer coisa. Não que seja consolador rsrs, mas é disso que eu preciso nesse momento, poder falar quase í  vontade sobre os meus fantasmas. E com a audiência pequena, a liberdade de falar abobrinhas vai crescendo…
E lá venho eu de novo aqui, só pra escrever, só pra dizer algo que eu não tenho certeza do que é até que as palavras saiam do teclado.
Pois bem, o Aprendizado está uma porcaria.
E é por isso que eu estou aqui de volta e é por isso que eu não vou largar esse osso, até que aconteça.
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not guilty

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“É impossí­vel começar a aprender
aquilo que já se pensa saber.”
Epicteto
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Estava eu lendo novamente o texto sobre os significados mais comuns do excesso de peso. Também porque eu acredito que quase todas as manifestações fí­sicas são resultado de algum processo emocional.
E no primeiro item já consegui identificar um padrão que pode ter sido iniciado na minha infância. (Certamente na infância de muita gente.) Continuar lendo not guilty

medo da privação

Figura daqui

Prosseguir mentindo

é o jeito que encontrei

de viver aproximado da realidade


Dificulta-me repartir.

Ocultava o alimento no quintal.

O que não comia, escondia para o para o próprio proveito.

Nossa fome não acompanha
A idade dos dentes.

Fabrí­cio Carpinejar – As Solas do Sol, pág 70

( o grifo é meu)
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Eu percebo que minha compulsão está ligada a um medo terrí­vel de perda. Acho que é a mesma voracidade que está na origem da minha coleção de livros, com a notável exceção de que os livros só engordam a mente. Eu percebi que essa processo de acúmulo é medo de perda, é apego puro.
É como se eu não tivesse aprendido que não é preciso comer tudo, que eu não vou passar fome, que a comida atualmente é farta. É como se alguma programação genética dos meus ancestrais das cavernas que chegou até mim não tivesse sido desligada e eu temesse a todo instante a falta. A privação.
Certamente a psicanálise deve ter outra explicação pra isso, talvez alguma angústia da separação, sei lá. Enfim, o que interessa é que eu entendi isso, o tamanho da minha angústia o que me leva a acumular, o tamanho do meu apego. Talvez algum exercí­cio de desapego seja bom, ajude a emagrecer. Vou pensar mais nisso, com mais amor. O médico do qi tinha me ensinado uma programação para lidar om isso, vou ver se lembro ou se acho os papéis.
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Enquanto isso, hoje é sábado. Dia de recomeçar. Já acionei o meu maravilhoso suco de hortelã. Que bem me faz esse suco! Já comi minha salada de frutas com uma colherinha de mel. Vou caprichar, como se diz. Cada vez mais eu gosto da minha perseverança. Vou conseguir. Alguns dias de delí­rio não vão me derrubar.

logorréia

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licenciada sob uma
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” Sou eu próprio uma questão colocada ao mundo e devo fornecer minha resposta; caso contrário, estarei reduzido í  resposta que o mundo me der.”

Jung
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E de novo eu não tenho muto a dizer, mas eu venho até aqui. Eu preciso persistir. E preciso chover palavras, porque não há muito mais a fazer. Escrever emagrece. E já que ninguém me lê, vão-se palavras.
Eu tenho que retomar a comida saudável. Escorreguei, mas não levantei totalmente. Preciso seguir, há uma vida a ser vivida e inventada. E há vida além da gordura também, não dá pra esperar. Eu sinto falta do meu suco de hortelã, preciso fazer de novo.
Estranhamente, apesar de tanto escorrego eu estou feliz. Talvez a chave tenha caí­do perto de mim, talvez haja um pequeno sorriso í  espreita na tarde fresca e cheia de cigarras.
Enfim, enfim e no começo, há a vida esperando ali fora. E há aquele projeto de mim mesma, malditos existencialistas!
E boa filha protestante, eu preciso fazer de mim mercadoria, já diziam os fetiches do tempo. Mas não mercadoria-corpo, não pense
bobagens. Mercadoria pra ser exposta nos bazares da classe média e boba. Que é o que sou. Nem pra ser grande e boba, aff. É só mesmo uma logorréia longa e tediosa, não ligue.
Deixa eu voltar pras minhas anotações adolescentes, que quase não há mais tempo. Ou hoje já é muito tarde, nos vemos amanhã.

esteira e tênis

Hoje é hoje.
Chegou esta manhã preparado por muita escuridão:
não sabemos se é claro ainda este mundo recém inaugurado;
ele vai clarear escurecer
até que seja dourado e queimado
como os grãos duros de milho…

Pablo Neruda

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Aí­ eu sinto de novo o entusiasmo dos primeiros tempos de blog de
emagrecimento
. Porque eu perdi um quilo mais ou menos e 4 centí­metros de cintura! Tudo bem que pra quem tem tantos centí­metros na cintura é pouco, mas com a semana que eu tive é uma imensa vitória. E me lembro de como o qi funcionava, de como estar envolvida com esse assunto, embora seja cansativo,
funciona.

A numerologia tá mudando pra melhor, fico tão empolgada com isso. Números de sorte, que continuem assim.

E semana passada eu ganhei uma esteira. Velha e acabadinha, mas funcionando ainda. É que meu pai é o cara mais disciplinado que eu conheço (queria ter herdado isso dele, ou aprendido com ele) e caminha todos os dias, faça chuva ou sol, sábado, domingos e feriados. Além de jogar todos os dias de semana. Isso com setenta anos, 3 pontes de safena e um câncer. E ninguém ganha dele no boliche. Então, ele tinha uma esteira que usou por uns 7 anos até a bichinha ficar velhinha e acaada e ele comprar outra. Ai ele deu a velhinha pra minha irmã que fez ela de cabide e tal. Ela disse que eu podia buscar se quisesse.
Como eu queria mesmo fazer alguma atividade fí­sica além da ioga e acho que caminhar é bom, eu quis a esteira. Até porque não ia gastar tanto $ com algo que eu nem sei se usaria. A última vez que eu usei uma esteira foi em trabalho de parto, porque caminhar ajuda a acelerar o trabalho de parto.

Ai trouxe a esteira aqui pra casa e andei. Pouquinho, pouquinho ainda, duas vezes, pra não cansar, pra ver qual é. E ressuscitei meu par de tênis branquinho. Velhinho, feinho, mas muito útil. Acho que pode até ser que eu chegue em algum lugar né?

Tem post novo no Leveza 208580589_c5fd9ab323_z

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Eu não sei se é impressão, mas além de não ouvir as pessoas não querem trocar. Nada. Nem palavras escritas, nem nada. Talvez seja comigo. Mas eu sei que não. E quando se tratar de pedir… Ou de usurpar…

Eu tenho alguns ataques de generosidade de vez em quando. Por puro egoí­smo. Não ataques de altruí­smo, mas generosidade, pra me sentir legal.

Ai eu te ofereço um presente. Não; eu te dou um presente. Também porque eu gosto de você e em troca de um sorriso, talvez. E você não pode somente aceitar, você tem que tirar vantagem dele. Tem que ser sorrateiro e achar que eu não vou perceber que você foi ao banheiro na hora de pagar a conta. Tem que esconder de mim a bugiganga que comprou só pra você comer escondida enquanto está comigo. Se você pede, eu dou, pode acreditar. Não precisa fingir, abrir minha bolsa e me tatuar idiota na testa. Eu sempre sei do erro na conta. SEMPRE, mesmo que finja que não. Mesmo que eu finja que não, eu vi. Continuar lendo

labirintos

Na amnésia dos últimos dias, percorro meu itinerário vagando pelos labirintos da mente.
Nos espaços vazios dos territórios ulteriores mergulho, me perco.
E quanto mais me perco mais me encontro livre.
Na vertigem da infinidade de novos mundos conhecidos a amnésia me liberta dos preconceitos passados.
A memória é paralisia.
Lanço minha âncora ao vento, sem ponto de partida ou chegada.
Clandestino, passageiro, minha história é o presente.

Cafuncio (quem quer que seja esse)

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Nesse momento eu não estou bem, mas cansei de reclamar. Apesar de que eu não considero exatamente reclamações o que faço por aqui. Aqui é minha parada diária de pensamentos. Magros, de preferência, mas nem sempre. É onde eu exorcizo meus demônios, onde eu os convido a tomar chá de artemí­sia*. Por isso é natural que o tom seja pessimista. Aqui é pesado justamente pro dia ser leve. Porque eu já disse que não gosto de postura pessimista e do esforço que faço pra não sucumbir num mar de fel. E é assim que acontece.

Mas também, quando percebo que tá reclamão demais, vejo que é hora de mudar um pouco o tom, pra voltar a motivação. Ontem mesmo acabou dando resultado. Eu vir aqui reclamar. Eu fiquei dentro dos pontos, mil vivas pra mim. E tenho que dizer que o qi, mesmo eu não fazendo as 3 x ao dia, tem feito um bonito resultado na minha barriga. Ela dimnuiu a olhos vistos. E eu não recuperei o quilo perdido, mesmo com a semana passada tão ruim, mesmo com Danete no café da manhã (eu lembro disso e começo a rir, isso lá é comida de gente?)

Mas ainda tenho um longo caminho pela frente e muito demônio pra exorcizar. Porque não é simplesmente emagrecer, eu já vi que se trata de algo bem mais enraizado que isso, é algo maior que todos os meus quilos a mais. Emagrecer não é tão dificil, quando o lance é emagrecer. Mas para mim quase nada é só.

Por isso pra algumas pessoas é tão simples. Vou perder X quilos até o natal e elas perdem mesmo. Sem muita neura. Mas, eu não sou assim. Eu sou o que sou, complicada. Dia desses a Vânia disse que meu blog era um labirinto. Eu achei muita graça, porque é isso mesmo. Na verdade eu sempre estou cercada de labirintos mentais e fí­sicos. E vou contar, muitas vezes eu me perco nos labirintos que eu mesma crio e fico lá, largada e perdida por muito tempo. Mas, é assim que eu opero, se fosse simples eu não seria Nalu, o pacote de ser quem eu sou inclui muitos labirintos.

Eu sempre opero em modo labirinto. Eu tive um amigo que falava: mas você sempre escolhe o mais dificil né, Nalu? Então, escolho mesmo, não é por graça, eu não posso evitar. Mas desse labirinto, criado e construido e acrescido por mim durante os anos, eu vou sair, podem apostar. E bem mais leve.

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Há dois labirintos do espí­rito humano: um respeita í  composição do contí­nuo, o outro í  natureza da liberdade; e ambos têm origem no mesmo infinito
Leibniz

A firmeza de propósito é um dos mais necessários elementos do carácter e um dos melhores instrumentos do sucesso.
Sem ele, o génio desperdiça os seus esforços num labirinto de inconsistências
Philip Chesterfield

fantasmas famintos

Se você está aqui É porque veio Se você veio até aqui É porque está atrás de alguma coisa Se você não quer nada Por que não vai embora?
Titãs – Do álbum Tudo ao mesmo tempo agora
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Estou aqui escrevendo sem nem saber o quê. Porque essa é a pior hora do dia no que diz respeito a compulsão pra mim. e sou capaz de sentar e comer 50 chocolates. Literalmente. Uns 3 pãezinhos, enfim, essa hora o vazio não tem fim. Eu me sinto dominada por um perfeito fantasma faminto. Continuar lendo fantasmas famintos

coisinhas 01

chuvabh

Chuva em BH

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Resolvi fazer de novo a lista das 101 coisas em 1001 dias. Sem motivos especais, estava precisando retomar o foco que perdi muito facilmente estes dias passados. É bom ter alguns objetivos por escrito. Ainda não está completa, mas já tem bastante coisas, dá pra começar. Eu sempre tento né?

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Aqui está um friozinho delicioso. Está nublado, do jeito que eu gosto. Minha mãe falava que era dia de bruxa, que eu gostava de dia de bruxas. E como eu estou cada vez mais bruxa… É verdade, são os meus dias preferidos. Um domingo assim então é tudo de bom. Meus pés ficarem frios é uma raridade.

===== Continuar lendo coisinhas 01

phone home

A Márcia Tiburi (essa bunita ai da foto) acabou de dizer no Saia Justa que um homem amar uma mulher gorda é tara. Cara, eu juro que vou gravar o programa (vai passar de novo ás 05:00 e as 10:30) pra provar (pra mim mesma) que não ouvi errado, porquê. Oi? Né? (Ultimamente eu vivo de “Oi?”. Carrego um vidro de loção também just in case, mas nunca dá, volta sempre vazio.)

Aliás, sobre esse tipo de coisa, vale o post da Lola de hoje, vale mesmo, Como pode o Pierce Brosnan viver com uma mulher gorda? Se a Tarcia Miburcia estiver certa, ele é tarado. Eu realmente não sou deste mundo. Pára que eu quero descer. De um mundo onde gordas não podem ser amadas.Socorro!!!!!!!!!!!!!

Falando em coisas estúpidas, isso aqui também pode ajudar. Não o post, que o post do cara é engraçado, mas a campanha da qual cara fala. Vi aqui nesse blog.

Cada vez mais eu tenho certeza que fui abduzida. Acho que eu sou de Júpiter e fui largada aqui por engano. Phone home, please?