ana e rebeca

Menina teve uma idéia,
e ainda não sabia
se era idéia brilhante.
Mas sabia – isso sim –
que precisava testar,
pra conseguir descobrir.

Olha o Olho da Menina – Marisa Prado, disponibilizado pela autora on line

 Pois é. Nos comentários do post de ontem, a Ana disse uma coisa muito legal: que a compulsão também era uma forma de quebrar regras. Eu li isso e sabe quando acende uma luzinha no alto da cabeça, como nos desenhos animados? Foi exatamente o que aconteceu comigo, fez até barulhinho!!!! Continuar lendo ana e rebeca

sempre assim

agonia.jpg

É sempre assim: eu fico mal, pode saber, é coisa do ciclo. TPM. Que de um mí­sero dia que era antes passou a ser uma coisa indecifrável, inacreditável. Ainda bem que continuam sendo só uns 3 dias no máximo. Então eu fico com os pensamentos altamente descontrolados, eu fico muito estranha, meio obsessiva e muito descontrolada. Mas é só começar o ciclo que eu fico centrada, renovada, cheia de ânimo e de idéias. Mas como o ciclo tá muito curto há muito tempo (na maior parte das vezes) mal dá tempo de me recuperar e pumba, lá vem outra TPM, com suas espinhas, humor sombrio e pensamentos desgovernados. Além de um sentimento terrí­vel de inadequação. ..

Mas o fato é que eu estou na fase de começar. Continuar lendo sempre assim

então, que saco!

Olha só. Eu engordei. É mole? Juro que pensei em trapacear. Colocar uma foto antiga da pesagem no controle do peso. Sábado passando em branco, dia de pesagem. O último já passou, sem resultado. Eu fingi que nem era comigo. Mas assustei e já é sábado de novo.

Penso assim: mas que merda, de que adianta tanto blábláblá se no final das contas eu não só não emagreci como ainda engordei?

Então fico p da vida, xingo e crio diálogos mentais massacrantes, do tipo que todo mundo com esse drama conhece:

mas eu não tenho jeito mesmo, que porca gulosa, que coisa horrí­vel, não consegue se controlar. Tão simples, basta ter controle. Ora bolas, pra alguém que já veio até aqui, porque não fecha a boca sua babaca, é tão simples.

E fico nesse diálogo (retardado) mental excruciante durante horas.

Que vergonha!!!!!!!!!

Olha só, as meninas vão vir aqui e tudo que eu sou é essa imensa decepção. Fulana é forte e tá conseguindo. A outra, uma coitadinha e também está conseguindo. A segunda é vermelha e consegue. Ai meus sais, mais uma amarela do cabelo verde que conseguiu! Mas como alguém amarelo do cabelo verde consegue emagrecer e eu não?!?!?!?!?!?! Até aqueloutra que usa saia de brim consegui! Talvez eu também devesse usar sai de brim e brincos dourados.

Eu sou idiota mesmo. Tenho mais é que me calar, e pronto

A segunda parte:

mas Nalu, olha só, foi a operação da sua mãe, depois a complicação da cirurgia dela, depois aquele problema tão grande que vc tá passando e não é pouca coisa, sua irmã surtando de novo, no hospital, vc sem apoio nenhum pra ir trabalhar e sustentar a porra da casa, 5 dias de férias perdidos, e ainda por cima uma TPM adiantada de novo (meu ciclo tá doido). Querer e não querer ir pro exterior em janeiro, mas a licença tá concerdida e agora eu tem que ir, ai meus sais…

Então, Nalu, calmaaaaaa. Tá vendo como tem um monte de motivos (bons) pra vc ter engordado? E de todo modo vc nem pensou em se educar , não fez visualização, não meditou, dormiu pouco… Nalu, minha filha, estado de exceção. Tirania do momento e vc sucumbiu…Again and again and again…

Dai outras centas horas nessa inhaca sem fim. Mil desculpas pra me isentar. Outras milhões pra me chafurdar na lama da auto-depreciação de vez. Fecho o blog. Sumo do mundo, como pode alguém ser assim tão idiota! Então pára de tentar emagrecer e se contenta.

E aqui em casa tem um espelhão no fim do corredor principal. Eu passo por ele. Olho de relance, finjo que não vejo. Sigo. Mas não dá. Volto e encaro a gorda ali. Dá pra me contentar em ser assim? Não, por enquanto não, não dá! Eu não gosto da imagem. Ela vai contra todas as milhões e milhões e milhões de imagens com as quais eu fui bombardeada desde que era aquela bebezinha linda, doravante educada pra se achar feia (qualquer dia tenho que contar mais sobre isso). No cinema, nas novelas, nas revistas femininas (e masculinas), na literatura e na poesia recheadas de imagens de um corpo feminino que não podia ser espelho do meu. Nem do seu, Pedro Bó. Isso não foi o que me ensinaram a achar bonito. Nem sexy. E no atual estado, nem muito menos remotamente aceitável. E destilo mais uma dose de ódio contra essa fulana gorda do espelho. Não faltam lamúrias.

Daí­ me canso. Tento esquecer e pensar em outras coisas. Não dá, o ví­cio em pensar nisso talvez seja mais forte do que o ví­cio do sabor.

Então, minha filha, dá um jeito né? Que puta saco isso.

Então percebo.

Que só tem um jeito. Recomeçar. De novo. E de novo. E de novo ad nauseam. É só o que eu posso fazer. Então hoje decidi mais uma vez um monte de coisa. Que nem vou contar que já tem lenga-lenga demais aqui.

 

post da fal

Eu resolvi postar hoje aqui uma das coisas mais legais sobre ser/estar gorda. Foi a genial Fal que escreveu. Eu chorei no dia que li isso pela primeira vez. Só estava esperando ela autorizar pra postar. E hoje ela autorizou. Eu tava doida pra colocar aqui pra todo mundo ler também.

Gordos e magros. E principalmente pras pessoas cheias de boas intenções e doidas pra emagrecer os entes queridos, os vizinhos, os amigos, etc.

***

Leiam: Continuar lendo post da fal

História da Astrologia


Autor: STRUCKRAD, KOCKU VON
Tradutor: PASSOS, KELLY
Editora: GLOBO
Assunto: ESOTERISMO-ASTROLOGIA
ISBN : 8525042021
ISBN-13: 9788525042026
Livro em português
Brochura – 14 x 21 cm 1ª Edição – 2007 – 448 pág.
HISTORIA DA ASTROLOGIA
Kocku von Stuckrad mostra, no livro ‘História da Astrologia’, que o estudo da astrologia, como um fenômeno cultural histórico, não é apenas ‘sério’ e ‘importante’, mas esteve intimamente relacionado com aspectos essenciais da história da humanidade. Nesse sentido, a história da astrologia pode contribuir para um conhecimento da história em sentido mais amplo; elucidando diversos sistemas filosóficos, mudanças de sensibilidades, bem como aspectos polí­ticos importantes de diversas épocas.

segredos da gordinha feliz

Tinha escrito um post meio-amargo (mas claro que não estava bom que nem o chocolate). Reclamão. Mas na verdade, eu estou com preguiça até de reclamar. Eu tenho feito um esforço há algum tempo pra parar de reclamar. Reclamação só na terapia, que reclamar é muito chato (embora eu seja uma pessoa super paciente com reclamações alheias). Mas eu tô num perí­odo eu não me aguento. Deve ser por causa da semana de Saturno que eu estou vivendo. Mas dia 22 vem Júpiter, meu padrinho, e as coisas hão de melhorar.

Então, que ninguém merece post-reclamão, eu vou colocar um livro aqui que consumiu minhas horinhas de folga ontem. Li numa sentada. É um livro muito bem humorado, que põe o dedo na ferida de uma forma muito legal. Daqueles livros que em vários pedaços eu pensei: Nossa, mas eu poderia ter escrito isso! Escrito por uma gordinha, claro. Garota Gorda, como ela prefere ser chamada. Recomendo muito. Toca em assuntos que tem pontos em comum com dois outros livros muito interessantes, mas é menos profundo, digamos assim. Tem paralelos com o Mito da Beleza e com Gordura é uma questão feminista. Sobre o livro:

SEGREDOS DA GORDINHA FELIZ
Wendy Shanker

TíTULO ORIGINAL: FAT GIRL’S GUIDE TO LIFE, THE
ISBN: 9788576860280
IDIOMA: Português.
ENCADERNAí‡íƒO: Brochura | Formato: 14 x 21 | 266 págs.
ANO DA OBRA/COPYRIGHT: 2004
ANO EDIí‡íƒO: 2007
AUTOR: Wendy Shanker
TRADUTOR: Marisa de Menezes de Assis Gomes
Editora: Verus Editora


RESENHA

“Considerando que sou uma pessoa saudável, por que será que tanta gente (incluindo minha vizinha, minha prima e as editoras de revistas femininas) está decidida a fazer com que eu seja magra?” Com essa pergunta e muitas outras, Wendy Shanker nos convida a refletir sobre um tema que preocupa milhões de pessoas. Dos sete pecados capitais, a gula hoje parece o mais presente, e comer sem se preocupar com os quilos a mais não é bem-visto pela sociedade em quase nenhuma situação – das relações sociais e profissionais até as sexuais. Wendy Shanker é uma garota com vários quilos a mais, mas também é uma mulher inteligente e com grande senso de humor que, depois de ter tentado todas as dietas e métodos para emagrecer, decidiu que podia se dar ao luxo de ser feliz com seu tamanho extragrande. Segredos da gordinha feliz conta as aventuras de Wendy em academias e clí­nicas de emagrecimento, mostra seu espanto diante de dietas absurdas, diverte com suas incursões por lojas de roupa e emociona com seus relatos sobre a aceitação de si mesma, além de apresentar dados alarmantes sobre as empresas que estão por trás do mito da mulher ideal e fazer uma lúcida radiografia da sociedade atual.

tiranias

porquecomemos.jpgEssa semana eu li esse livro. Porque comemos tanto. De Brian Wasnick. É bem mais interessante do que eu esperava, foge do muito óbvio no assunto comer. Eu até posso (e vou) falar um pouco mais sobre ele em outra ocasião, mas agora preciso dizer sobre algo que acontecia comigo e que este livro nomeou. E ao nomear, clarificou muito a coisa. Porque a gente sabe que as coisas sem nome ás vezes são invisí­veis, mas í s vezes têm um poder muito grande. Um poder mais fluido, mais insidioso.

Pois bem, ao ler este livro, bem lá nos finalmentes ele fala de um fato que chama de “a tirania do momento”. Que seria o seguinte, nas palavras do autor: Continuar lendo tiranias

buracos

Fico pensando em tudo isso, em emagrecimento e coisa e tal. (Aliás eu só penso nisso, que monotemática, eu.)

E em como me sinto como alguém amarrado entre dois cavalos que vão em direção oposta. Porque essa coisa de estar gorda ocupa uma parte muito grande do meu dia, vocês nem imaginam o quanto eu penso nisso.

E do outro lado tem o principio do prazer, me incitando a comer e gozar da delí­cia imediata da comida. í€ parte todas as correntes que dizem que o buraco é mais embaixo nessa história de comer demais, o que eu acho (í s vezes) é que eu simplesmente ainda estou presa nesse lance de querer ter gratificação instantânea.

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a brincadeira dos filmes

Meu marido me convidou para uma brincadeira (a palavra meme me dá gastura…). Eu tenho que escolher alguns filmes com alguma coisa em comum e falar sobre eles. Dai eu escolhi três filmes que tem uma temática que eu adoro. Todos os três filmes são bem marromenos, um (acho que os 3!) ainda é um filme de adolescente, mas a temática me encanta e a verdade é que eu gosto de filme ruim (também). Continuar lendo a brincadeira dos filmes