fase chata

então era bom crescer. fico pensando em como desperdicei tempo na minha vida. e agora fico pensando (que nem a trouxa que sou), em tudo que não fui, que podia ter sido. por isso certas coisas me encantam tanto hoje em dia. pela lembrança de que eu poderia ter sido diferente, ter feito diferente. todo mundo podia na verdade. mas é preocupante quando a maior fonte de prazer de um ser humano começa a ser o sono. ai começam as merdas, a gente começa a pensar merda atrás de merda e não sei como saio dessa. tô na fase chata, muito chata, e só.

ser imatura cansa

 
 
eu preciso me respeitar mais. preciso resolver essas palhaçadas que eu deveria ter resolvido há muitos anos atrás. normalmente as pessoas resolvem isso na adolescência. mas eu não, eu não resolvi até hoje, que droga. é uma merda cansativa ser assim, não ter respeito por si, ter vergonha do que se é, do que se gosta. estar sempre na defensiva, sorrindo amarelo, credo. que incapacidade. credo. ah cansei de mim, e nem tenho mais idade pra isso.
 
eu só tô um pouco cansada, é só isso. na iminência de não poder tirar férias do meu trabalho que está me estressando até o talo. eu odeio meu trabalho tem horas. me sinto acorrentada nele. e nem adianta que eu sei o que você está pensando e sinceramente, quem dera fosse fácil assim.  
 
 

Escola e saco cheio

Minha mãe: “é, volta pra escola mesmo que você fica muito mais feliz quando tá estudando mesmo. Desde 3 anos de idade você pede pra ir pra escola. Você nem gostava de férias, nunca gostou.” Ela fica feliz porque acha que eu vou ficar feliz, posso quase ver ela rindo por dentro.

Agora por que eu resolvi ser advogada ao invés de professora, (ai eu garantia a escola infinitamente) eu não sei. Fico assustada de ver como minha auto sabotagem vai longe. E infelizmente acho que é tarde demais pra virar professora, porque o caminho ainda seria muito longo. Tarde demais não por causa da idade. Mas é que nem com pós pós eu iria ter o tempo e o retorno que tenho no meu cargo. E nem é só pela grana. É muito mais o tempo.

Mas num mundo ideal eu seria eternamente aluna.  

E pra falar a verdade, na prática um monte de coisa me enche o saco na escola. Aliás um monte de coisa me enche o saco na vida.

Sexta vez

Hoje eu estava lá me preparando para voltar aos bancos da faculdade. Pela Sexta Vez. Vai ser a sexta vez que eu vou fazer faculdade (entre graduação, pós e mestrado, quase tudo inconcluso), ai Jesus!
 
Ainda não tenho muita certeza se vou ter paciência para terminar. Pelo menos (mais) uma vez eu preciso concluir algo. Por isso vou retomar. Por que depois de muito refletir e analisar eu cheguei à conclusão de que agora, para mim é melhor concluir algo já iniciado do que iniciar algo novo para desistir. Mas confesso que a tentação do novo foi muito grande. Eu quase fiz a opção por uma segunda coisa que ainda não cursei. Mas foi quase mesmo. Por um triz. Mas acho que acertei não fazendo. Afinal o mundo todo não cabe na palma da minha mão. O que eu ainda preciso trabalhar comigo (mas tenho muita preguiça), é porque cargas d'água tanta vontade de saber. Tanta sede de conhecimento.

Bonequinha Preta

Morreu com 102 anos a escritora mineira Alaíde Lisboa. Ela escreveu dois livros que eu amava quando bem pequena, A Bonequinha Preta e O Bonequinho Doce. Tenho uma lembrança física, sensorial do livro Bonequinha Preta, é um livro muito fofo. Eu tinha o livro decorado. 

Morre Alaíde Lisboa

Em Belo Horizonte, morreu neste sábado, aos 102 anos, a escritora Alaíde Lisboa. Mineira de Lambari, Alaíde fez história no mundo da literatura infantil e na política. A escritora ficou conhecida em 1938, quando lançou o livro “Bonequinha Preta”. Inovador para época, virou até peça de teatro. No conjunto de obras da escritora também está “O Bonequinho Doce”. Ao todo, são 31 livros publicados e mais de dois milhões de exemplares vendidos. Alaíde conquistou um lugar na Academia Brasileira de Letras, deu aulas na UFMG e, em 1947, foi eleita a primeira vereadora de Belo Horizonte. Mesmo assim, nunca perdeu a modéstia. Alaíde Lisboa morreu em casa depois de complicações por causa de uma pneumonia. O velório está sendo realizado no Cemitério do Bonfim, na capital mineira. O enterro será neste domingo, às 11h.

 

Fonte:www.mgtv.globo.com 

Papéis

Já tem alguns dias que meu filho de 3 anos só chama a mim e ao meu marido de "pãe". Aí ele percebe que errou e ri muito. Eu acho engraçado, ele nunca ouviu essa palavra e só fala porque realmente troca as bolas. O interessante é que isso acontece agora, que meu marido está quase o tempo todo em casa, já que não tem mais matérias do mestrado e está estudando pro doutorado. Então ele (meu filho) tem toda razão.

Triste, triste…

Recebi por email, de um grupo que participo e acho horrível, lamentável. Nessas horas eu acho tão difícil compreender o ser humano, tão difícil… Não é novidade, já ouvi várias vezes, mas sempre fico chocada e é horrível do mesmo modo. 

 

http://www.youtube.com/watch?v=XOTaRJGPniQ

 

"As imagens assemelham-se a um filme de terror de quinta categoria. O roteiro é o mesmo, sempre: A mulher é envolvida dos pés à cabeça em um tecido branco e colocada em uma vala cavada até à altura de sua cintura, de forma que nenhuma chance tenha de correr ou se defender. Completando o cenário, uma roda de homens e montes de predras. É iniciado um dos rituais mais bárbaros e desumanos ainda praticados hoje em dia em numerosos países, entre eles o Irã, onde ocorrem as cenas reais do vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=XOTaRJGPniQ) que tem corrido a internet.
Duas mulheres são postas em seus buracos e, primeiro pelo juiz da sentença, seguido pelos jurados e pelo público, são apedrejadas até o desfalecimento fatal, como era feito com animais nos tempos trogloditas da humanidade. Detalhe sádico: As pedras não devem ser tão grandes para evitar a rá pida perda dos sentidos, nem tão pequenas que não provoquem dor. A morte precisa ser lenta e dolorosa.

Os crimes destas mulheres correspondem ao artigo 83 do código penal iraniano e sua sentença: Adultério – Pena de morte por apedrejamento. Embora pressões internacionais tenham alcançado êxitos parciais e o Irã, por exemplo, declarou oficialmente em 2002 a extinção da pena de morte por apedrejamento a mulheres adúlteras, as sentenças não sofreram interrupção.
Segundo a Anistia Internacional, sete mulheres, com os nomes de
 Parisa, Iran, Khayrieh, Shamameh Ghorbani, Kobra Najjar, Soghra Mola'i  y Fatemeh estão condenadas e aguardando a execução da pena. Para tentar evitar  e aumentar a pressão sobre a justiça e autoridades religiosas iranianas, a Anistia promove uma iniciativa com uma carta de protesto exigindo o fim do ritual, lembrando que o Irã assinou tratados internacionais de respeito aos direitos civis e políticos, bem como a anulação imediata da pena para as sete mulheres. A carta encontra-se para leitura e assinatura digital no site da secção espanhola da Anistia Internacional
"

Medo.com eca. credo.

Eu sou uma pessoa de sorte. Digo isso porque poucas vezes senti medo real na minha vida. Não sei se são muitas as pessoas que podem dizer isso. Eu não tenho muito medo das coisas. Mas por outro lado passei por poucas situações aterrorizantes na minha vida. Aliás, foi só uma vez. Hoje, há algumas horas. Eu já fiquei presa algumas horas num tiroteio na pior favela daqui de BH (Pedreira Prado Lopes), já tive uma faca contra minhas costas num assalto, já quase afoguei, passei uma situação de risco no meu parto. Nada disso me aterrorizou.

Não tenho medo de voar, nem de altura, nem de estrada, nem de lugares urbanos perigosos, nem do mar (nesse ponto inclusive eu sou bastante temerária). Já estive num acampamento onde estavam homens e nenhum encarou nadar nos rios e cachoeiras que eu nadei, meus amigos via de regra são bem mais medrosos do que eu etc., enfim só pra convencer que eu não faço muito o tipo medroso. Eu tenho medo de insetos.

Mas hoje eu tiver a pior sensação de toda a minha vida e o fato é que foi uma situação que é risível na realidade. Eu realmente achei que ia enfartar, nunca tinha tido um contato com meu irracional de maneira tão devastadora. Nem quando tava parindo.

Vou contar e podem rir, mas se eu tivesse problema de coração tenho certeza que tinha tido um troço, foi horrível, a pior experiência da minha vida. Foi o seguinte:

Eu recebi um email “inocente” desses que se repassa em listas intitulado “VOCÊ É OBSERVADOR?” daí tem um link no email que te manda pra uma página onde supostamente você deve descobrir a diferença entre duas fotografias de paisagem. Ainda diz que a grande maioria das pessoas só descobre 3 diferenças entre as fotos, mas que na verdade tem 19 erros. E você fica olhando as fotos, prestando a maior atenção, porque se houverem diferenças, serão pequenas.

Aí a bocó-jacu-retardada aqui ficou lá olhando e de repente salta da tela com um barulho horrível uma figura de diabo, vampiro, ou algo demoníaco assim. A coisa mais pavorosa que eu já vi. Eu nunca senti tanto medo, tanto pavor em toda minha vida, saí gritando e quase arrombei a porta do banheiro onde estavam meu marido e meu baby que passou mal de me ver gritando daquela forma. Achei que o tal diabo ia saltar da tela e me pegar. Tenho certeza que nem dá pra imaginar o tanto que me apavorou. E eu nem tenho medo de diabo & cia. na real (quer dizer, agora nem sei mais). Deve ter sido muita aula de catecismo que eu fiz na infância. Ou o esquisitão do colégio de freiras que eu estudei. (Eu fiz o maternal em colégio de freiras, que dureza.) Ou minhas tias cristãs, sei lá.

Acho que até os vizinhos ficaram curiosos de tanto que eu gritei. Eu acho uma puta de uma maldade mandarem isso pros outros, meu filho está assustado até agora, mas sei também que minha reação foi muito grande, só não sei porque exatamente. Enfim, se algum de vocês que ler isso e for do tipo assustadiço, não abra um email do tipo que eu descrevi, porque foi horrível, eu tenho certeza que nunca mais vou esquecer aquela imagem pavorosa. Queria saber porque fiquei tão transtornada. Porque eu fiquei mesmo e foi de verdade. Meu corpo todo tá doendo e eu tô com vontade de chorar toda hora.