Câncer de mama

 
Eu ia participar da blogagem coletiva sobre o câncer de mama, pois outubro é o mês pra se falar sobre o assunto. Mas hoje não tenho a menor condição. Acontece que o blog da Denise, o ótimo Síndrome de Estocolmo tem coisas maravilhosas sobre o assunto, muita informação, além dela ter linkado todo mundo que está participando. Então deixo aqui o endereço dele:www.sindromedeestocolmo.com porque quem quiser saber, pode ir lá que vai encontrar muita informação.

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Que alívio imenso. Por um tempo eu tive medo. De amargar mais uns doze, dezesseis anos de tucanos. Mas ai, que bom que não foi assim. Agora seria bom também deixarem o cara fazer o trabalho dele. Seria muito bom.

Liberdade, ainda que tardia

Recebi esse pensamento da Thais, numa lista que participamos, achei tão bonito, especialmente depois de ter sonhado a noite inteirinha com uma situação de gaiolas e voôs.
 

"Os homens dizem amar a liberdade, mas, de posse dela, são tomados por um grande medo e fogem para abrigos seguros. A liberdade dá medo. Os homens são pássaros que amam o vôo, mas têm medo dos abismos. Por isso abandonam o vôo e se trancam em gaiolas. Somos assim:sonhamos o vôo mas tememos a altura . Para voar é preciso ter coragem para enfrentar o terror do vazio. Porque é só no vazio que o vôo acontece. O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas. Mas é isso o que tememos: o não ter certezas. Por isso trocamos o vôo por gaiolas. As gaiolas são o lugar onde as certezas moram.

É um engano pensar que os homens seriam livres se pudessem, que eles não são livres porque um estranho os engaiolou, que eles voariam se as portas estivessem abertas. A verdade é oposto. Não há carcereiros. Os homens preferem as gaiolas aos vôos. São eles mesmos que constroem as gaiolas em que se aprisionam…”

Rubem Alves 

 

O 1º GOLPE DE ESTADO JÁ HOUVE. E O 2º?

Apesar do tom meio terrorista, eu não duvido nada de que seja verdadeiro…

O 1º GOLPE DE ESTADO JÁ HOUVE. E O 2º?

Paulo Henrique Amorim

Um golpe de Estado levou a eleição para o segundo turno.

É o que demonstra de forma irrefutável a reportagem de capa da revista Carta Capital que está nas bancas (“A trama que levou ao segundo turno”), de Raimundo Rodrigues Pereira. E merecia um sub-titulo: “A radiografia da imprensa brasileira”.

Fica ali demonstrado:

1) As equipes de campanha de Alckmin e de Serra (da empresa GW) chegaram ao prédio da Polícia Federal, em São Paulo, antes dos presos Valdebran Padilha e Gedimar Passos;

2)      O delegado Edmilson Bruno tirou fotos do dinheiro de forma ilegal e a distribuiu a jornalistas da Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo, do jornal O Globo e da rádio Jovem Pan;

3)      O delegado Bruno contou com a cumplicidade dos jornalistas para fazer de conta que as fotos tinham sido roubadas dele;

4) O delegado Bruno procurou um repórter do Jornal Nacional para entregar as fotos: “Tem de sair à noite na tevê., Tem de sair no Jornal Nacional”;

5)      Toda a conversa do delegado com os jornalistas foi gravada;

6)      No dia 29, dois dias antes da eleição, dia em que caiu o avião da Gol e morreram  154 pessoas, o Jornal Nacional omitiu a informação e se dedicou à cobertura da foto do dinheiro;

7)Ali Kamel, “uma espécie de guardião da doutrina da fé” da Globo, segundo a reportagem,  recebeu a fita de audio e disse: “Não nos interessa ter essa fita. Para todos os efeitos não a temos”, diz Kamel, segundo a reportagem

8)   A Globo omitiu a informação sobre a origem da questão: 70% das 891 ambulancias comercializadas pelos Vedoin foram compradas por José Serra e seu homem de confiança, e sucessor no Ministério da Saúde, Barjas Negri.

9)      A Globo jamais exibiu a foto ou o vídeo (clique aqui) em que aparece Jose Serra, em Cuiabá, numa cerimônia de entrega das ambulâncias com a fina flor dos sanguessugas;

10)  A imprensa omitiu a informação de que o procurador  da República Mario Lucio Avelar é o mesmo do “caso Lunus”, que detonou a candidatura Roseana Sarney em 2002, para beneficiar José Serra. ( A Justiça, depois, absolveu Roseana de qualquer crime eleitoral. Mas a campanha já tinha morrido.)

11)  Que o procurado
r é o mesmo que mandou prender um diretor do Ibama que depois foi solto e ele, o procurador, admitiu que não deveria ter mandado prender;

12)  Que o procurador Avelar mandou prender os suspeitos do caso do dossiê em plena vigência da lei eleitoral, que só deixa prender em flagrante de delito.

13)  Que o Procurador Avelar declarou: “Veja bem, estamos falando de um partido político (o PT) que tem o comando do país. Não tem mais nada. Só o País. Pode sair de onde o dinheiro ?”

14)  A reportagem de Raimundo Rodrigues Pereira conclui: “Os petistas já foram presos, agora trata-se de achar os crimes que possam ter cometido.”

Na mesma edição da revista Carta Capital, ao analisar uma pesquisa da Vox Populi, que Lula tem 55%, contra 45% de Alckmin, Mauricio Dias diz: “ … dois fatos tiraram Lula do curso da vitória (no primeiro turno). O escândalo provocado por petistas envolvidos na compra do dossiê  da familia Vedoin … e secundariamente o debate promovido pela TV Globo ao qual o presidente não compareceu.”

Quer dizer: o  golpe funcionou.

Mino Carta, o diretor de redação da Carta Capital, diz em seu blog, aqui no IG (http://blogdomino.blig.ig.com.br/), que houve uma reedição do golpe de 89, dado com a mão de gato da Globo, para beneficiar Collor contra Lula. “A trama atual tem sabor igual, é mais sutíl, porém. Mais velhaca,”    diz Mino.

 

Permito-me acrescentar outro exemplo.

 

Em 1982, no Rio, quase tomaram a eleição para Governador de Leonel Brizola. Os militares, o SNI, e a Policia Federal (como o delegado Bruno, agora, em 2006) escolheram uma empresa de computador para tirar votos de Brizola e dar ao candidato dos militares, Wellington Moreira Franco. O golpe era quase perfeito, porque</span > contava também com a cumplicidade de parte de Justiça Eleitoral e, com quem mais? Quem mais?

 O golpe contava com as Organizações Globo (tevê, rádio e jornal, como agora) que coonestaram o resultado fraudulento e preparam a opinião pública para a fraude gigantesca.

Que não aconteceu, porque Brizola “ganhou a eleição duas vezes: na lei e na marra”, como, modestamente, escrevi no livro “Plim-Plim – a peleja de Brizola contra a fraude eleitoral”, editora Conrad, em companhia da jornalista Maria Helena Passos.

 

Está tudo pronto para o segundo golpe.

 

O Procurador Avelar está .

Quantos outros delegados Bruno há na Policia Federal (de São Paulo, de São Paulo !).

 

A urna eletrônica no Brasil é um convite à fraude. Depende da vontade do programador. Não tem a contra-prova física do voto do eleitor. Brizola aprendeu a amarga lição de 82 e passou resto da vida a se perguntar: “Cadê o papelzinho ?”, que permite a recontagem do voto ?

E se for tudo parar na Justiça Eleitoral? O presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello deixou luminosamente claro, nas centenas de entrevistas semanais que concede a quem bater à sua porta, que é favor da candidatura Alckmin.

 

E o segundo golpe? Está a caminho. As peruas da GW saíram da garagem.

Fonte: http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/394501-395000/394778/394778_1.html

 

Cavalos, sorrisos.

Tentar lutar com uma depressão congênita sem tomar remédios é punk. Ainda mais em tempos de ditadura da felicidade e de rostos sorridentes. E ainda mais com uma doença tão dolorosa como a minha (artrite reumatóide). Mas eu preciso me enfrentar um pouco também. Não foi nada irresponsável e nem definitivo. Eu me cansei dos antimalucogênicos* por ora, é isso.

Mas é foda e toda hora preciso ficar lembrando de me concentrar e me acalmar. Senão os dois mil trezentos e cinquenta e sete cavalos desembestados que habitam minha cabeça começam. Mas pior que eles é todo mundo se arvorar a me dizer "não fica assim, você tem tudo, do que tá reclamando, tenha forças, supere, etc., etc., e bá blá blá".  E forçar sorrisos de plásticos. Como diz meu filho, eca!

Ora bolas, atire o primeiro prozac** quem tem essa cabeça tão boa e bem resolvida assim. Quem não tem seus demônios não é? Eu só queria ter coragem de convidar o meu para entrar, sentar e tomar um chá. Chá verde que emagrece. E fala a verdade, eu prefiro essa montanha russa emocional. Porque no final eu sempre encontro meu Júpiter. Aí recomeça.

 

*esse termo eu li tem algum tempo nesse blog e agora não consigo mais pensar em antidepressivo de outro jeito

Massagem Facial

Massagem Facial

A massagem deve ser feita no sentido circular.

Com as pontas dos dedos. De forma suave e calma.

1- Testa: aumenta a atividade do cérebro.

2- Glândula pituitária: estimula os hormônios de reprodução.

3- Tez e cólon: livram-se de toxinas e dão um aspecto saudável.

4- Rins: ajudam-nos a funcionar bem e dão brilho aos olhos.

5- Digestão: faz funcionar bem os intestinos.

6- Estômago: ajuda a vencer a indigestão.

7- Baço: remove as células sangí¼í­neas gastas e faz a pessoa sentir-se mais jovem.

8- Pâncreas: livra o corpo de acidez para dar uma cútis bonita.

9- Pele: livra das toxinas e impede a prisão de ventre.

10- Pulmões: põem fim aos resfriados, bronquites e asma.

11- Impulso sexual: possibilita uma excelente vida amorosa.

12- Fí­gado e sistema linfático: purificam o sangue para impedri a flacidez da pele e contribuem para a perda de peso da cintura, quadris e coxas.

13- Sistema nervoso: dá uma aura de bem-estar.

14- Músculos faciais: ajudam todos os órgãos a funcionar corretamente, visando a uma cútis bonita.

15- Tireóide: melhora a silhueta.

Eliane Figueiredo grupo Saúde

Por que Lula?

Democracia é maior que qualquer um de nós


Renato Janine Ribeiro *


Adital – Eleição não é luta do bem com o mal. É comparação. Voto em Lula porque, a meu ver, seu governo melhorou o Brasil. Ele recebeu o país com uma agenda ditada pela direita, que reduzia quase tudo à política econômica, ou pior, à monetária e à fiscal; um país que, no fim de 2001, não cumpria mais o Orçamento, sem dinheiro nem para pagar passagens de ministros, com o dólar a R$ 4 e um risco-Brasil enorme.Ora, o governo de centro-esquerda foi capaz de acalmar a economia, de baixar o risco, de aumentar as exportações, enfim, de cumprir uma agenda econômica que não era sua prioridade, nem a dos movimentos populares, e isso sem privatizar nada, sem desfazer o patrimônio público.

Mais, ainda: Lula colocou na política brasileira, de modo definitivo, uma agenda social importante. E com êxito. Segundo Maria Inês Nassif ("Valor Econômico", 24/8), o maior rigor em programas como o Bolsa-Família e os do Ministério das Cidades "desintermediou o voto da população pobre, que antes passava pelo chefe local". Se isso é certo, não há paternalismo na atual política de promoção social.

Não adianta ficar inventando que Lula se proclamou "pai dos pobres". Alguns jornalistas dizem isso, mas nunca informam quando o presidente teria usado uma linguagem tão contrária a suas crenças para se referir a si próprio. Tudo indica que há menos paternalismo agora do que antes.

É engraçado: quando se banhava de dinheiro o grande capital (empréstimos do BNDES a juros baixos para privatizar estatais), a opinião dominante chamava isso de progresso, mas, quando se dá dinheiro aos mais pobres, para comerem e se vestirem melhor, a mesma opinião dominante entende que dinheiro nas mãos de pobres não presta.

Discordo disso.

Quero uma sociedade democrática. Isso significa, em primeiro lugar, o fim da miséria, a redução da desigualdade social.

No horizonte político brasileiro, não vejo força melhor que a coligação de esquerda para promover esse salto qualitativo. Ela tem sido capaz de melhorar as condições sociais com uma temperatura baixa de conflitos, ao contrário do que diziam seus detratores.

O país não pegou fogo. O saldo do governo é positivo: a questão social está sendo bem orientada.

Agora vamos à questão ética.

No governo atual o procurador-geral não engaveta processos, a Polícia Federal age, CPIs funcionam. Já seu principal adversário impediu 60 CPIs de funcionar na Assembléia paulista, deixou uma política de segurança prepotente e ineficaz (porque acabamos sob o domínio do PCC) e uma política de educação que não é das melhores. Eleição é comparação. Não vejo no governo Alckmin superioridade ética sobre o governo Lula.

Contudo, há satisfações que o PT deve à sociedade. Os escândalos mostram que ele é um partido mais "normal" do que imaginava ser. Humildade não faz mal. O PT tem seus defeitos. Deve contas ao Brasil. Tem de fazer uma faxina interna e punir quem errou. Mas, ainda assim, consegue governar melhor que os outros.

Aliás, seria bom o país todo fazer um exame de consciência. Com o financiamento privado de eleições, a porta se escancara para a negociata. Deveríamos priorizar em 2007 a reforma política, com fidelidade partidária, condições mais equilibradas de financiamento às candidaturas e talvez até o voto distrital.

Uma eleição não é uma guerra. Amanhã e sempre, teremos de conviver, quem votou em Lula ou nos outros candidatos.

Precisa cessar o terror discursivo, a ameaça ao voto universal. Este é o segundo ponto em que desejo uma sociedade democrática. Democracia significa respeitar o discurso do outro. Nas eleições, as pessoas se exaltam, mas é desonesto deformar o que o outro disse.

Muito do que hoje se conta sobre o PT ou sobre quem o apóia, como eu, é uma enorme caricatura. Isso amesquinha a política, que deve ser arena de adversários, não de inimigos.

Esse clima envenenado não ajuda o de que mais precisamos, não nós da esquerda, mas nós brasileiros: construir alianças, trabalho em conjunto, convergências. A sociedade é maior que a política. O Brasil é maior que os partidos.

A pequena ambição não pode erodir nossas oportunidades.

Podemos enfrentar a miséria, melhorar a educação e a saúde, integrar os excluídos. Penso que Lula é o mais adequado, hoje, para dirigir o governo neste rumo, mas penso também que este tem de ser um projeto de sociedade, e não apenas de governo. Não estamos, hoje, terceirizando a solução de nossos problemas. Estamos elegendo o mais apto a dirigir um esforço que deve ser maior do que ele e do que qualquer um de nós.

* Publicado na Folha de São Paulo – 03 de Outubro de 2006.

Renato é autor de, entre outras obras, "A Sociedade Contra o Social – O Alto Custo da Vida Pública no Brasil" (Companhia das Letras)


* Professor de ética e filosofia política na USP. Diretor de avaliação da Capes

Noturno

O aço dos meus olhos
E o fel das minhas palavras
Acalmaram meu silencio
Mas deixaram suas marcas
Se hoje sou deserto
É que eu não sabia
Que as flores com o tempo
Perdem a força
E a ventania vem mais forte.

Hoje só acredito
No pulsar das minhas veias
E aquela luz que havia
Em cada ponto de partida
Há muito me deixou
Há muito me deixou

Ai, Coração alado
Desfolharei meus olhos
Nesse escuro véu
Não acredito mais
no fogo ingênuo da paixão
São tantas ilusões
Perdidas na lembrança
Nessa estrada
Só quem pode me seguir sou eu
Sou eu, sou eu, sou eu

Fagner