O poder das palavras

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Eu sou astróloga. Auto-didata total, mas com mais de quinze anos de estudo e experiência. Trocentos mapas analisados. Não acredito na literalidade da astrologia, na sua inexorabilidade, mas acho uma ferramenta lindí­ssima de auto-conhecimento.

Bom, mas eu sempre tive um problema com o meu mapa astral, nunca consegui analisar o danado, sempre travava. Fiz a minha carta natal com vários astrólogos, mas quase sempre on line, só uma vez há muitos anos fiz um com uma astróloga, quando não havia ainda Internet, mas ela só me entregou o mapa, (escrito í  mão, colorido com lápis de cor, uma gracinha) e não conversamos. Eu sempre tive vontade de conversar com um astrólogo pessoalmente sobre meu mapa. Essa semana acabou acontecendo super por acaso e posso dizer que fez um estrago em mim. No bom sentido.

Foi o seguinte: eu fui a uma homeopata há um mês e meio para tratar um diagnóstico ambí­guo que tenho de artrite reumatóide e fibromialgia e foi uma consulta normal. (Até onde uma consulta com um homeopata pode ser normal).

Na consulta de volta, essa semana, ela tinha feito meu mapa e quis me falar sobre ele, foi uma surpresa. (Eu adoro os homeopatas acima de tudo pela capacidade que eles têm de escutar.)Bem, entre outras e várias coisas, ela disse que eu não tenho configurações no mapa para ser obesa (é dá pra ver isso no mapa sim) e eu nunca tinha sequer parado pra olhar isso.

Tudo bem, astrologia não guia minha vida, mas as palavras guiam. E mais até do que eu gostaria. Pois bem, ela disse que o meu mapa mostra uma guerreira e que não é o mapa de uma obesa nem de alguém fraco. Que lindo. í“timo. Eu já estou a começando a me sentir assim. Nada como uma autoridade para instilar esses sentimentos na gente.

Claro que eu sei o tamanho da dose de auto-sugestão que tem ai, mas f****-se! Eu gostei bastante da sensação de imaginar isso, de ver que em algum lugar tenho algum potencial (ainda que exótico) pra me puxar para um lugar bom. Ela também disse algumas coisas ruins, caracterí­sticas que tenho que trabalhar e eu já estou colocando a mão na massa. E foi bom, estou me sentindo muito mais motivada.

Daí­, pensando cheguei a uma conclusão óbvia mas tão real, tão presente, que acabou me moldando e afetando muito. Tem coisas que a gente precisa ouvir em voz alta para acreditar. E se possí­vel na voz do Outro. Se for algum Outro significativo, é lindo. Se estiver investido de alguma “autoridade”, ainda que simbólica, melhor ainda. :0)

Revista trip

Alguém viu esse ensaio? Eu estava navegando e vejo isso numa revista masculina, olha só… Podem clicar que não é pornografia…Não podia deixar de comentar aqui. Achei muito legal colocar uma gordinha num ensaio sexy e numa revista “normal” Bem podia ser sinal dos tempos né?
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Estou quase migrando para outro blog. Assim que testar mais um pouco e ver se não dá problema, vou pra lá. Estão todos convidados. É aqui: http://leveza.motime.com Até agora está se mostrando mais rápido e tem mais ferramentas. Vejamos…

Impermanência

Os budistas têm um conceito maravilhoso, que é este de impermanência. É maravilhoso mas ao mesmo tempo assustador, muita gente não sabe lidar com ele. O conceito, resumindo bem grosso modo, diz que tudo, ABSOLUTAMENTE TUDO na vida é impermanente. Tudo vai acabar um dia, inclusive eu, você, a Giselle Bundchen e as borboletas azuis. Tudo vai deixar de ser como é agora.

Essa, que é uma noção irrefutável, deveria estar sempre presente, sempre sendo nossa guia e companheira. E assim deveria servir para nos fazer viver melhor.

Mas a gente se esquece com muita facilidade desse preceito. Aliás parece que organizamos a vida em torno do esforço para esquecer que somos impermanentes, que temos um fim anunciado. E desperdiçamos horas preciosas da nossa vida tão curta, tão efêmera. Arrumamos inúmeros grilhões, alienamos nossa liberdade, nossa emoção e fala pra mim, a troco de que? De tão pouco, de tanta mesquinharia e pequenez! E estar eternamente angustiada com um corpo que não nos traz alegria é uma prisão, é um desperdí­cio de vida sem tamanho. Eu já tentei me satisfazer com esse corpo assim mesmo, já tentei muito e com força, mas não adianta, eu não sou zen a esse ponto, ele me incomoda. Eu disse um dia desses, não adianta fugir, o incômodo com o peso vai existir sempre, sempre me atrapalhando roubando horas, dias e meses de alegria e prazer. E eu não posso ficar parada. Então, estou aqui, na lanterninha, mas sabendo que não vou desistir. As coisas estão caminhando devagar, mas estão caminhando. E pensando na impermanência e em como queremos passar o tempo de vida que temos, que tal olharmos agora no espelho e darmos as boas vindas ao resto de nossas vidas? Eu vou ali fazer isso.

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Falando naquilo que muda, estou pensando em mudar de endereço, para http://leveza.motime.com
Esse outro site de hospedagem é cheio de coisinhas legais, tipo, a gente consegue agrupar os posts por categorias. Esse é inglês, e tem o equivalente deles em italiano, que é o http://www.splinder.com
Estou testando, quem sabe mudo…

Dossiê

Eu sou do signo de gêmeos.

Meu ascendente é aquário, mas í s vezes também é peixes.

Eu fui abduzida.

Minha carta no tarô é o diabo.

Eu definitivamente não sou desse mundo.

A cor da minha aura é í­ndigo.

Eu sou porco de metal no horóscopo chinês.

Eu sou do tipo nove no eneagrama.

Meu humor é sanguí­neo.

Meu anjo é o Jabamiah.

No teste das deusas eu sou Perséfone.

No teste do gênio louco eu sou (hahahaha) Salvador Dalí­.

Eu nasci nesse dia.

Descrédito

O pior momento é quando nem a gente mesmo está acreditando na gente. Acho que antes de pensar em emagrecer, eu devia aprender a me alimentar. Alimentar corpo e alma. Eu não sei comer, eu faço da minha nutrição um caos total. Senão não vou conseguir chegar lá e vou ceder ao cansaço que está chegando, se insinuando sorrateiro e devagar. Tem hora que tudo que dá vontade é de chutar o balde e desistir. Tenho que me lembrar que eu não posso fazer o que quiser com a comida.

E tenho que ler mais minha agenda magra. É isso, vou procurar, porque nem sei onde está. E tenho que me lembrar do texto sobre a disciplina. E lembrar de não desistir. E começar a lembrar de lembrar as outras coisas essenciais para o caminho. í s vezes tanto imperativo cansa, mas não tem outro jeito.

por que o mundo odeia as gordas

De todas as formas de discriminação, a que ronda as mulheres gordas talvez seja a mais perversa. Atitudes racistas ou homofóbicas são publicamente condenáveis. Por outro lado, parece que não há nada de errado em fazer piadas de mau gosto sobre a aparência dessas pessoas. Diferente do negro e do gay, o gordo raramente é poupado de comentários sobre o fato de ter emagrecido ou não -como se isso fosse o equivalente a ter mudado a cor dos cabelos. O preconceito aparece em diversas situações, como mostra a pesquisa realizada com 9.405 leitoras de Marie Claire. No caso da mulher, a gorda é ‘simpática’ ou, no máximo, ‘tem um rosto bonito’. Se quiser andar na moda, tem que fazer roupa sob medida porque o GG não costuma freqí¼entar as araras dos bons estilistas. Se for disputar uma vaga de trabalho, precisa torcer para que nenhuma magra queira o mesmo posto. E, se resolver malhar na academia, vai ter que superar a incômoda sensação de que é o centro das atenções. Porque o mundo não perdoa quem está fora das medidas.

“Ser gordo não é opção. É destino.” Quem afirma é o endocrinologista Alfredo Halpern, um dos maiores especialistas brasileiros no assunto obesidade. Aqui, ele explica por que í s vezes é tão difí­cil emagrecer.

Marie Claire – Quem é gordo sempre come demais? Alfredo Halpern – Não. Muitas vezes, a pessoa gasta poucas calorias, ou acumula gordura com mais facilidade. Há, ainda, organismos que têm dificuldade de utilizar gordura como fonte de energia. E tudo isso pode ter causas biológicas.

Não. Muitas vezes, a pessoa gasta poucas calorias, ou acumula gordura com mais facilidade. Há, ainda, organismos que têm dificuldade de utilizar gordura como fonte de energia. E tudo isso pode ter causas biológicas.

MC – O que regula o apetite?

AH – O fato de alguém comer mais ou menos depende de, no mí­nimo, 50 substâncias que circulam no sangue, no cérebro, no tubo digestivo…

O fato de alguém comer mais ou menos depende de, no mí­nimo, 50 substâncias que circulam no sangue, no cérebro, no tubo digestivo…

MC – Há causas genéticas?

AH – São muitas variantes e todas reguladas por diferentes genes. Um desbalanço em determinado gene pode criar uma necessidade de comer açúcar que só algumas pessoas sentem, assim como um desequilí­brio genético de outra espécie faz com que alguém tenha uma fome voraz. E não é sem-vergonhice, é fome de verdade.

São muitas variantes e todas reguladas por diferentes genes. Um desbalanço em determinado gene pode criar uma necessidade de comer açúcar que só algumas pessoas sentem, assim como um desequilí­brio genético de outra espécie faz com que alguém tenha uma fome voraz. E não é sem-vergonhice, é fome de verdade.

MC – Nesses casos, é impossí­vel emagrecer?

AH – Há quem não consiga, mesmo levando uma vida espartana… Poucos têm algum sucesso í  custa de muito esforço ou de intervenções cirúrgicas. É preciso lutar contra forças quí­micas, metabólicas, hormonais e neurológicas, comandadas pela genética e facilitadas pelo meio em que vivemos. Até a capacidade para atividades fí­sicas tem a ver com genética. Hoje já se sabe que o bebê de uma mulher gorda se movimenta menos do que o filho de uma magra. E assim será, por toda a vida.

Há quem não consiga, mesmo levando uma vida espartana… Poucos têm algum sucesso í  custa de muito esforço ou de intervenções cirúrgicas. É preciso lutar contra forças quí­micas, metabólicas, hormonais e neurológicas, comandadas pela genética e facilitadas pelo meio em que vivemos. Até a capacidade para atividades fí­sicas tem a ver com genética. Hoje já se sabe que o bebê de uma mulher gorda se movimenta menos do que o filho de uma magra. E assim será, por toda a vida.

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As formas arredondadas e volumosas surgiram naturalmente quando a baiana Eliana Kertesz começou a trabalhar com argila, há 12 anos. Hoje, a artista plástica é conhecida como a ‘Botero’ brasileira, com suas esculturas de mulheres gordas e sensuais, feitas com bronze, terracota, alumí­nio e resina. ‘Odeio a ditadura da beleza magra, e protesto através dessas formas fartas. As esculturas são o meu jeito de dizer que o gordo também é belo’, diz. Para Eliana, uma mulher que se diz nem gorda nem magra, o problema só existe quando a própria pessoa sofre com a gordura. ‘Mas não tem cabimento a gente se incomodar só porque está incomodando os outros. O que estamos vivendo hoje em dia é um patrulhamento.

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NíƒO É PREGUIí‡A

“A herança da tendência í  obesidade não é diferente daquela que explica por que existem pessoas altas e outras de baixa estatura. Num mundo sedentário, com alimentos deliciosos ao alcance da mão, considerar a obesidade um problema de caráter é pura ignorância. Perder peso é empenhar-se numa batalha contra a biologia da espécie humana. Só os obstinados são capazes de vencê-la.” Drauzio Varella (‘Folha de S.Paulo’, em 2004)

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A MENTIRA DO CINEMA

Bochechuda e visivelmente mais cheinha. Foi assim que a atriz Renée Zellweger incorporou a famosa Bridget Jones, personagem que traduzia as angústias da mulher moderna -sempre í s voltas com o primeiro dia da dieta, o último cigarro e a falta de namorado. Gordinha nesse filme, Renée reapareceu magérrima em ‘Chicago’ para interpretar a problemática Roxie. Como ela, muitos atores engordam e emagrecem a cada filme. E, para o público, fica a falsa impressão de que é fácil controlar a balança. “Mas isso só é possí­vel quando a pessoa não tem tendência para engordar”, diz o endocrinologista Márcio Mancini. Quem não se encaixa nesse time é duplamente prejudicado: além da frustração pessoal, esse efeito ioiô das telas reforça o mito do ‘só é gordo quem quer’ na vida real.

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SUCESSO FORA DOS PADRí•ES DA TV

“Nas novelas, tem gente que enfeita a história, e tem gente que conta a história. Acho que estou no segundo time”, diz a atriz Vera Holtz, que saiu no bloco da baiana Margareth Menezes vestida de “XL Bundchen”, no último carnaval. “A avenida é o lugar onde dá para brincar com isso. “E esse também é um jeito de defender as gordinhas”, diz. Na televisão desde 1988, Vera nunca se sentiu prejudicada por causa do manequim 46. “A rua é mais cruel. As pessoas dizem que pareço muito mais magra na televisão. E olha que a telinha engorda!”, diz. No papel de Ornela, na novela ‘Belí­ssima’, a atriz faz sucesso. “Acho que ela é popular porque está mais perto da realidade da mulher brasileira.”

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SENTADA, COM UM BALDE DE PIPOCA

Além da herança genética, ser gordo tem a ver com o modo de vida. ‘Os hábitos modernos promovem a obesidade. As pessoas passam a maior parte do tempo sentadas, a automação resolve quase tudo e, o que é pior, hoje os alimentos são mais calóricos e as porções aumentaram. O antigo saquinho de pipoca virou um balde’, diz Anete Hannud Abdo, endocrinologista do PRATO -Programa de Atendimento ao Obeso do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clí­nicas, em São Paulo. As mulheres que se tratam lá acreditam que a gordura é a causa de fracassos na vida amorosa, de frustrações profissionais e de todas as infelicidades. ‘Parte do nosso trabalho é tentar inverter essa lógica, mostrando que a solução desses problemas é que pode ajudar a emagrecer.

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COMO AS GORDAS SE MOBILIZAM NOS EUA

As integrantes do Fat Action Troupe AllStar Spirit Squad são mais que simples lí­deres de torcida: além de animar os jogos, elas agitam os estádios com sua luta pelo direito de não ser magra (www.fatasspdx.com). As Padded Lilies formam um grupo diferente de nadadoras: são mulheres gordas, especializadas em nado sincronizado, que defendem a idéia da boa forma em qualquer “tamanho” (www.paddedlilies.com). Formado por artistas gordos, o grupo The Original Fat-Bottom Revue excursiona pelo paí­s mostrando o lado sexy da obesidade (www.bigburlesque.com)

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MODA X TAMANHO GG

Na temporada de desfiles de 2005, o estilista John Galliano escolheu apenas tipos fora do padrão para mostrar sua coleção – gordinhas, anãs, esqueléticas, gente mais velha e mais nova, mostrando que o mundo abriga muitas variedades além das modelos altas e magérrimas. Isso não significa, porém, que os dias da ditadura estética estejam contados. “O que se vende é a imagem da modelo esbelta ou da gostosona da novela. O mercado muitas vezes é cruel, assim como é da natureza humana a exclusão de determinado grupo”, diz a estilista mineira Graça Ottoni. Para ela, fazer roupas para mulheres gordas é difí­cil, assim como para qualquer um que fuja do padrão. “Trabalhamos em série. Uma pessoa muito alta ou muito baixa também deveria ter uma roupa feita sob medida”, afirma a estilista, que confecciona até o número 46. O estilista Lino Villaventura já criou até vestido de noiva para uma cliente com mais de 100 quilos. “Mas é complicado confeccionar em grande escala por causa das proporções. Tem quem seja mais cheinha nos quadris; para outras, o problema está no busto. A modelagem não pode ser padronizada”, diz Lino. Há, ainda, outro motivo: segundo ele, as próprias mulheres não gostam de ver roupas enormes na loja. “Mesmo quem é gordinha quer vestir roupa de magra. O preconceito não é declarado, mas existe, como no caso dos negros, dos nordestinos e tantos outros grupos.”

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PRESSíƒO Pí“S GRAVIDEZ

A atriz Ní­vea Stelmann controlou a dieta durante a gestação. O medo de ser taxada de gorda ronda as mulheres também durante a gravidez, um perí­odo em que as curvas generosas poderiam ser encaradas com mais condescendência. Segundo o ginecologista Renato Kalil, de São Paulo, mulher não perde mais do que 5 quilos assim que o bebê nasce – o restante vai exigir dieta e exercí­cios. Dependendo da urgência, tem quem recorra í  lipoaspiração – foi isso o que a atriz Giovanna Antonelli decidiu fazer, oito meses depois do nascimento de Pietro, para complementar a perda dos 20 quilos que ganhou durante a gravidez. Para as grávidas famosas, aliás, a pressão para entrar logo no jeans é ainda maior. A atriz Ní­vea Stelmann, de 31 anos, nunca havia se preocupado com o peso, até engordar 6 quilos nos primeiros três meses da gravidez. Foi quando decidiu prestar mais atenção na dieta. “Eu me irritava porque os figurinos da novela ficavam apertados. Além disso, tinha de lidar com a falta de delicadeza das pessoas que não pensavam duas vezes para dizer que eu tinha engordado muito ou para mencionar o meu ‘bochechão’. Chorei muitas vezes.” Ní­vea engordou 14 quilos no total. Logo depois que Miguel nasceu, a atriz voltou í  malhação e fez drenagem linfática. “Com tudo isso e a amamentação, perdi peso rapidamente. E passei a ouvir: ‘Que incrí­vel, como você está magra!’. Poucos me perguntaram se eu estava me saindo bem como mãe. A admiração vinha por outro lado. Fazer o quê? O mundo funciona assim.”

Giovanna Antonelli fez lipoaspiração depois do parto (Valéria Martins)

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MILITí‚NCIA VIRTUAL

No endereço www.magnuscorpus.com.br, a discriminação é o principal tema. O site é o representante brasi- leiro do ISAA – International Size Acceptance Association, instituição norte-americana que orienta e defende as pessoas contra o preconceito.

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MAIS GORDINHAS

Em 1975, a obesidade atingia apenas 3% dos homens e 8% das mulheres no Brasil. No último levantamento feito pelo IBGE, em 2003, esses números pularam para 9% e 13%, respectivamente. Hoje, 39 milhões de brasileiros estão acima do peso e, destes, 10,5 milhões são obesos.

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VOCíŠ TEM PRECONCEITO CONTRA AS MULHERES GORDAS?

  • 66% admitiram já ter feito um comentário maldoso ao ver uma mulher gorda usando biquí­ni
  • 58% já se sentiram secretamente felizes porque a ‘ex’ do namorado engordou muito
  • 52% acham que é pior engordar 15 quilos do que reduzir o salário em 30%
  • 37% ficam incomodadas vendo uma mulher gorda comer hambúrguer com batatas fritas
  • 36% não iriam a um médico de regime que fosse gordo
  • 21% acreditam que as gordas são preguiçosas
  • 21% imaginam que, se um bonitão está com uma mulher gorda, é porque existem outros interesses
  • 18% dizem que uma pessoa muito gorda deveria pagar por dois assentos nos aviões
  • Apesar disso, 77% gostariam de ver uma gorda como protagonista da novela das 8. 9.405 leitoras responderam ao questionário online preparado por Marie Claire

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ESTí PROVADO: OS GORDOS GANHAM MENOS

Cada ponto a mais no í­ndice equivale a R$ 92 a menos no salário, em cargos de gerência. “Talvez isso aconteça porque a pessoa gorda é associada í  idéia de lentidão no trabalho, isto é, menor produtividade”, explica Case. Além de ganhar menos, os gordos geralmente perdem na hora da seleção. Segundo uma pesquisa feita pelo grupo Catho, em 2005, 65% dos diretores de empresa admitiram ter alguma objeção em contratar pessoas gordas. “Não levantamos os motivos. Mas, na minha opinião, quem tem o desleixo de engordar também vai ser desleixado no trabalho. Isso pode justificar a rejeição”, diz Thomas Case, fundador do Grupo Catho.

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NA REDE

íšnica no gênero, a revista virtual www.criaturagg.com.br conta com 3.200 leitores cadastrados. Dirigido por Kátia Ricomini, o site informa, por exemplo, como é possí­vel requisitar um cinto de segurança mais longo no carro ou como obter a carteirinha que dispensa a passagem pela catraca nos ônibus. “Ninguém precisa passar por essa humilhação”, diz.

FOTOS: REPRODUí‡íƒO/ARNALDO MAGNANI (GETTY IMAGES)/KEVIN WINTER (GETTY IMAGES)/MARK MAINZ (GETTY IMAGES)/ DIVULGAí‡íƒO/Mí”NICA IMBUZEIRO (AGíŠNCIA O GLOBO)/OTHER/FRANí‡OIS GUILLOT (AFP)/KATIA RICOMINI/CAMOMILAH, DIVULGAí‡íƒO/MARCELO CORREIA (DIVULGAí‡íƒO)/GABRIEL REIS AGRADECIMENTO: FNAC (ILUSTRAí‡íƒO BOTERO)

Matéria da Revista Marie Claire do mês de abril de 2006.

    Abduzida

    Eu tenho certeza que não sou desse mundo. Acho que fui largada, jogada aqui por algum et, não é possí­vel!!!

    Como o mundo me parece estranho estranhí­ssimo a maior parte das vezes…Eu não tenho nada a ver com praticamente ninguém, é muito esquisito. Não se trata de sentimento nenhum de ser melhor, de ter a massa de um lado e eu evoluí­da de outro, é um sentimento de não pertencimento fudido. íˆ a sensação de não falar a mesma lí­ngua, de ser muito esquisita, de ter muito pouco a compartilhar porque o que tenho não é inteligí­vel. Será que todo mundo se sente assim?

    Eu me sinto todo dia. Cada vez mais os pontos de contato com os outros vão se tornando tênues, vão se fragmentando mais e mais… Sei que sou bem esquisita mesmo, como explicar para alguém que eu sou astróloga mas que não acredito em astrologia, por exemplo? Como dizer que não sou cristã, não acredito em nada do catolicismo, mas rezo o terço? Digo acreditar mesmo, ter fé na literalidade daquilo, isso eu não tenho com nada… Que sou afeita í  simbologia das coisas e não í  sua literalidade? Será que alguém entende? Só dei exemplos de religião porque são mais fáceis de reconhecer, mas tem um tanto de outros. Dá pra entender que tenho dúvidas de tudo o tempo todo a toda hora todo minuto?

    Como encarar tranqí¼ilamente que eu passo mal de verdade com qualquer maldade na televisão. É isso mesmo, na televisão, no cinema, odeio ver maldade, saio de perto, não vejo as cenas, tampo os olhos e ouvidos, isso é esquisito, eu sei. Herdei da minha avó materna que é assim também.

    Nunca vi ninguém com tão poucas certezas, aliás acho que são tão poucas que me espanto. Deve ser por isso que tenho sempre a impressão de que me acham esquisita, porque não tenho a menor coerência.

    Atitudes

    É engraçado como as pessoas se incomodam quando alguma coisa está dando certo pra você…Mesmo quando é uma coisa boba, absolutamente boba. Mesmo assim, se você abrir a boca e ficar feliz em voz alta, alguém vai ficar incomodado, é incrí­vel. Gostaria muito de me pegar em flagrante quando eu tivesse uma atitude assim, pois é muito feio e muito incômodo.