Parabéns

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Parabéns

Hoje eu mereço parabéns, porque nesse momento completo um mês sem fumar. Acho que quem já fumou sabe o que significa isso. E quem nunca fumou pode acreditar, é muuuuuito difí­cil, por favor, nunca subestimem a dificuldade que é passar por isso. Mas está valendo a pena.

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Desamparo

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Desamparo

O que acontece com o ví­cio de comer eu acho que é parecido com o que acontece com o ví­cio de fumar. Além da oralidade, os dois acabam mexendo numa estrutura que é muito vital para nós, que é a sensação, consciente ou não, do desamparo em que nós seres humanos vivemos. Tentamos compensar essa sensação dolorosa de abandono e desamparo (que eu acredito ter origem no nascimento) naquilo que mais rapidamente alivia a sensação torturante de ter abandonado o prazer da vida uterina. Acho que por isso muitos ví­cios são orais, já que aprendemos cedo na vida a aliviar essa dor do abandono do ventre materno com algo que se coloca na boca, o seio materno, a mamadeira,a chupeta, o dedo, etc.

Mas pouca coisa nos salva do pânico (do ponto de vista do bebê que está para nascer) que provavelmente é o parto, o nascer, o rompimento da ligação mais simbiótica e satisfatória que jamais teremos na vida.

E fumar tanto quanto comer parecem aliviar essa sensação dolorosa. Mas eu acho que isso é engano, a gente fuma, bebe, come, e o desamparo, o abandono continua ali, não vai embora. Daí­ a gente vicia e começa a comer, fumar ou beber para matar outra dor, e mais uma falta, a falta que faz pra gente aquele objeto do ví­cio.

Mas o x da questão, (que não é muita novidade, mas que eu preciso dizer em voz alta para acreditar), que custa a entrar de fato nas nossas lindas cabecinhas, é que nada, nada que esteja ou que venha do exterior vai aliviar essa sensação de dor, de abandono e desamparo que são caracterí­sticos da condição humana, (e que o tempo todo fingimos não perceber nos entupindo de dependências). E não fumar nem me afundar tanto na comida, não aliviaram esse abandono nem um pouco.

Mas a constatação de que o nirvana só pode ser encontrado dentro de mim e em mais lugar nenhum desse mundão enorme de Deus ajuda. Acho que assim me sinto menos desamparada, já que não vou me privar da minha própria companhia. Saber que é nela que está a salvação é um fardo que ás vezes pesa, mas também é um alí­vio quase lancinante, pois me diz que eu já não dependerei de nada nem de ninguém.

Apesar do que falar é bem mais fácil…

Algo errado no paraí­so

Essa primeira garota aí­ da foto é uma amigona que eu tenho, menina super inteligente, é juí­za em São Paulo, é bem informada, culta, super gente boa. Fazia uns dois anos que eu não a via e nós tivemos um encontro esse fim de semana. Ela tem esse corpinho que vocês estão vendo aí­, até mesmo atualmente está um pouco mais magro. Daí­ ela disse no encontro (estávamos eu ela, meu marido, marido dela e outra amiga da faculdade com o marido) que estava GORDA, que tinha pneuzinhos na barriga, que precisava emagrecer, coisa e tal.

E ela realmente acha isso, ela está genuinamente preocupada com isso. Eu fiquei com uma sensação incômoda, não tanto pelo fato de estar bem uns 25 quilos mais gorda que ela, mas pelo fato de que a maioria, mas a maioria das mulheres que eu conheço, (incluindo minha sobrinha linda de dez anos completados hoje e a outra de seis anos), terem a auto imagem tão distorcida.
E me lembro de quando pesava 61 quilos e achava que eu estava MUITO gorda. Fico pensando, só pode ter alguma coisa muito errada, mas muito errada mesmo com uma sociedade que fomenta essa imagem feminina


como modelo de beleza. (É claro que eu exagerei um pouco na foto, mas não está muito longe do real, não, afinal ela é modelo…).
Porque certamente isso não é um delí­rio coletivo, não é uma ilusão de nós mulheres. As mulheres não conseguem enxergar seu corpo.

Como dizem os antropólogos, o corpo é uma poderosa forma simbólica, o corpo é uma metáfora da cultura, é palco de um microcosmo social. E como é que viemos parar aqui, heim?

Olhem essas mulheres das fotos que eu botei aqui: Marilyn Monroe, Leila Diniz, Sophia Loren, Ingrid Bergman, Luz del Fuego, Marta Rocha. Mulheres que foram í­cones indiscutí­veis de beleza, foram referência de imagem para as mulheres de sua geração. E não faz tanto tempo assim. E hoje todas elas seriam gordas. (Mesmo assim eu continuo achando que elas são lindas, parecem mulheres de verdade.)

Será que o conceito de beleza varia rápido assim mesmo ou será que esse modelo anoréxico de beleza que temos hoje não está a serviço dessa ideologia tão contraditória que nos arrasta neste ranço (que ainda resta) de uma sociedade machista e patriarcal? Quero dizer, será que não é mais uma vez uma forma de negação da feminilidade genuí­na? Será que a contenção, a transformação da fome feminina em vergonha não é a expressão de uma regra subjacente que diz que a fome da mulher, por poder na esfera pública, por trabalho, por igualdade de salários, por uma sexualidade gratificante, tem que ser contida?

Será que não é para ocuparmos nossas lindas cabecinhas, antes com os pneuzinhos na barriga, do que com algo como a polí­tica ou qualquer coisa mais socialmente abrangente? Pode ser que eu tenha viajado, não sei, mas neste livro tem umas reflexões maravilhosas sobre esse tema.

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Respondendo ao comentário da Gaby, que colocou o seguinte: “Mas tem um lance, Evel. Ate antropologico. A mulher sempre teve que ser atraente pra atrair o macho alfa…hahaha…certo? A mais bonita pegava o macho mais competente da caca, etc e isso deve ter gerado uma ciumeira animal nas concorrentes e dai da-lhe se esforcar pra ficar em shape. Alias, na Antiguidade as romanas morriam ao tentar pintar sei la com o que, mas sei que toxico os cabelos de loiro. No fundo, a vaidade esta enraizada no subconsciente feminino coletivo ha milhares de anos, ate por questao de sobrevivencia ou so pra relembrar o QI Mental e o Dr. Joao pra afastar o medo ancestral de morrer de fome.”

Gaby, o que você disse está certo, acontece e aconteceu mesmo, mas eu me pergunto o seguinte:

1º) Será que sempre foi assim mesmo, digo será que sempre foram as mulheres que se pavonearam e se torturarem fisicamente por causa dos machos alfa?

2º) Será que não isso não aconteceu depois que o homem percebeu que afinal, ele também tinha participação na procriação. Porque afinal de contas, o que é raro na natureza são os óvulos, não os espermatozóides. Eu fico só pensando o seguinte, será que em í‡atal Huiyuk (provavelmente a primeira aglomeração humana de que se tem vestí­gios, um dos sí­tios arqueológicos mais antigos, e que, especula-se não era patriarcal e onde havia vários tipos de cultos í  deusas)era assim? í‡atal Huyuk nem está tão longe assim, são mais ou menos 8.000 anos atrás, nós já temos no planeta mais de 35.000 anos. (Corrijam-me se eu estiver errada). Porque a história de que temos notí­cia é muito recente em termos da idade da humanidade, o perí­odo romano, por ex., está muito perto ainda. E nos primatas há exemplos de comportamentos tanto de cunho machista como igualitário (se é que eu posso usar esses termos para primatas, hahahaha), tanto violento como pací­fico. Enfim, são dúvidas que provavelmente não serão sanadas facilmente, mas de todo modo, eu acho que há algo errado, muito errado sim. O tempo passa, a sociedade “evolui” para uma vida mais igualitária (pelo menos é a idéia que se vende e nós compramos aqui no Ocidente “democrático”) e as mulheres cada dia se torturam pelos machos alfa de maneiras mais bizarras? Sério, eu não acho que isto seja certo, nem muito menos natural.

Se quiser, dá retorno, ok?

Sobre í‡atal Huyuk, site da UNB http://www.unb.br/ih/his/gefem/labrys6/labrysbr.html

Wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%87atalh%C3%BCy%C3%BCk que aliás já é machista só na colocação do assunto .

E um livro que em português já está esgotado, mas tem sobre o assunto uma discussão excelente, í s vezes se encontra em sebo. Chama-se O Cálice e a Espada, de Riane Eisler. Link para o livro em inglês:
www.amazon.com/gp/product/0062502891/ref=sib_rdr_dp/002-2131227-3966415?%5Fencoding=UTF8&me=ATVPDKIKX0DER&no=283155&st=books&n=283155

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Mais uma coisinha, momento mastercard:

Estar há 26 dias sem fumar e ainda conseguir emagrecer, não tem preço.

E deixa eu ir trabalhar que já estou atrasada. De noite volto.

Post Clichê

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Post Clichê

Estava assistindo hoje o filme Osama (não deu pra terminar de assistir ainda porque o filhotinho acordou) que trata da situação das mulheres no Afeganistão do regime Talibã. Aí­ eu vi todas aquelas mulheres de burka, com uma vida mais difí­cil e dolorosa que a de muitos animais, ou de muitos seres humanos da Idade Média, do Paleolí­tico, em pleno séc XXI e fiquei angustiada.

Fui ficando triste, nervosa, inconformada, revoltada (o que acontece muito facilmente com quem está em abstinência de cigarro) e passados alguns minutos eu resolvi descer até a mercearia para comprar alguns prestí­gios (não tinha e eu fui de Bis mesmo, ainda bem, é menos calórico).

Na volta, nos poucos passos que separam a mercearia da portaria do meu prédio, por um instante eu me esqueci do cigarro, dos quilos a mais, da tristeza e da angústia e pude sentir como é impagável ser mulher e viver num lugar onde, com todos os senãos e poréns ainda podemos andar livremente sem sermos agredidas, vestindo o que bem entendermos e beijarmos o homem que quisermos na rua e isso não vai nos render uma tremenda brutalidade fí­sica e psicológica.

Eu não pude escolher onde nasci, (né Gaby?), mas acho que tive sorte. Ou karma. Então, foi isso.

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Não é bem assim, mas eu achei uma graça ler isso aqui:

“MULHER GORDINHA É IGUAL MORTADELA: REDONDINHA, CHEIA DE GORDURINHAS, QUEM COME, ADORA, MAS NíƒO CONTA PRí NINGUÉM!”

“MULHER MAGRELA É COMO FOLHA DE ALFACE, “VERDE”, “CHATA”, “SEM SABOR”, SERVE PRA DECORAí‡íƒO, E TODO MUNDO DIZ QUE COME!”

Recomeço e Prioridades

Recomeço e Prioridades
Resolvi voltar. Apesar de nesse momento o emagrecimento ter ficado em segundo plano. Eu me permito agora até mesmo voltar aos noventa quilos iniciais. O maior peso que eu tive (visto na balança). Explico: quase por acaso eu estou há três semanas e meia sem fumar. O plano inicial não era esse, eu tinha pensado em emagrecer primeiro, depois parar de fumar, coisa que teria que fazer mais dia menos dia mesmo. Mas agora, depois desse tempo sem o cigarro, e vendo o tanto que é difí­cil, (especialmente para a mulher) largar o cigarro eu decidi acabar com essa história de uma vez por todas, aproveitar que minha vida está bastante tranqí¼ila para sair de vez dessa e daqui a um tempo retomar o plano de emagrecer.

Não vou deixar esse blog nem o Aprendizado, mas eu já sei que vão existir momentos em que vai ser muito complicado não encher de chocolate, não jacar. De ontem pra cá eu comi 15 (QUINZE!!!)prestí­gios.

Mas esse blog é uma ferramenta de controle muito boa. Estou precisando de voltar a praticar o Qi, mas não faço isso desde o dia 11/12 porque não quero misturar as coisas. Senão a cabeça fica muito sobrecarregada. Agora eu vou me mobilizar para largar o cigarro, isso é prioritário. Mesmo tendo engordado bastante. Digo bastante pelo ritmo em que eu estava emagrecendo. Mas eu sou nova ainda, essa fissura do cigarro vai passar logo e eu vou voltar a me concentrar no meu processo.

Vou ser condescendente comigo, pois parar de fumar é algo muito difí­cil (no meu caso muito mais difí­cil do que emagrecer), e se eu conseguir largar o cigarro sei que terei forças para qualquer empreitada a que me propuser. Então é isso. Vou postar aqui, até mesmo para não trocar uma compulsão por outra. Eu quero resolver mesmo esse problema da “oralidade”, essa inquietação oral, que ainda tenho, como chama o Flávio Gikovate. Não quero trocar o cigarro pela comida, pois aí­ não terei resolvido nem uma das duas coisas. É dependência do mesmo jeito…

Eu sei que largando o cigarro a tendência natural é engordar mesmo, muda o metabolismo, além do mais, eu já li em algum lugar que cada cigarro queima um número x de calorias. Mas é uma forma terrí­vel de queimar calorias.

Enfim eu quero recuperar a calma e a serenidade que eu perdi em algum momento e vou me esforçar para isso esse ano. E claro, recuperar a saúde, a boa forma…

Saí­ de um ano de muita crise, um ano complicado que quase teve um desfecho complicado também, me estressei muito, mas esse ano não quero que seja assim. Eu sei que sou capaz de retomar a minha serenidade, meu equilí­brio, mas preciso me concentrar. Então vou continuar aqui refletindo sobre a comida e sobre o Aprendizado. Até para não me descontrolar tanto.

Então vou continuar colocando o peso semanal, vou tentar comer as porções de frutas, verduras e legumes diárias e beber água, o que já está incorporado. Também já saí­ bastante de uma certa cultura de preguiçosa, de ficar pedindo tudo, de ter preguiça de ir buscar as coisas que quero, e isso já vai me ajudar a não engordar tanto. Também vou retomar a ioga semana que vem, quando volto a trabalhar e aproveitar que no meu serviço tem ioga.

Bem pra começar o ano é isso, não entreguei os pontos, só mudei as prioridades. Temporariamente.